✤ 𝑫𝑽𝑺 01' 彡 𝙊𝙨 𝙤𝙡𝙝𝙤𝙨

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Londres, Inglaterra
Junho de 1832

Por volta da meia noite, elas finalmente tomaram forma. Sobrevoavam a cima da sua cabeça, como grandes vultos negros, e continuavam sussurrando algo, baixinho e demoradamente. A garota não às entendia.

Talvez fosse tudo parte de um sonho. Era a única explicação razoável para a sua situação.

A paisagem ao redor do pequeno e velho banco de madeira onde ela estava, era composta por árvores mortas e escuridão.

A lua era a única coisa clara o suficiente para transparecer através das sombras aterrorizantes.

Ela esfregava a cabeça, como se esperasse uma resposta aparecer magicamente, estava incrédula e tonta, sua mente havia virado um redemoinho gigante.

Uma capa preta cobria seu rosto e a maioria do corpo, deixando de fora apenas uma parte de seu cabelo loiro bagunçado, com uma grande mecha vermelha.

Passos foram ouvidos, o que fez com que os vultos fugissem agitadamente e sumissem em meio a escuridão.

A garota virou-se bruscamente para trás, claramente assustada.

Havia outra garota, não muito alta, de pele branca e cabelos pretos que caiam como uma cascata brilhante sobre os ombros. Ela vestia um vestido roxo escuro, que ia até pouco a cima do joelho. Ela se aproximou do banco devagar.

- Ele vai receber você, forasteira. Me acompanhe - Disse com um enorme sorriso no rosto, e em seguida saiu andando em direção a escuridão novamente.

A garota se levantou do banco e a seguiu alguns passos atrás, ainda assustada e sem entender nada.

As duas pararam de andar quando chegaram em um estabelecimento, que parecia uma cafeteria, e entraram.

A garota de cabelos escuros a guiou até os fundos do corredor, onde havia uma porta escondida, e a mandou entrar, depois a fechou, ficando do lado de fora.

Havia apenas uma luz fraca que piscava frequentemente no meio da sala escura, mas logo uma cadeira se virou, e outras luzes se ascenderam repentinamente. Um homem de mais ou menos 60 anos estava sentado na cadeira, e começou a mexer em uma pilha de papéis em cima da mesa a sua frente.

- Então... Qual é o seu nome? - Ele a perguntou, sem tirar os olhos dos papéis.

Ela observou por alguns segundos antes de começar a falar.

- Elisabeth Cooper - Sua voz falhava.

O homem levantou o olhar e a analisou de cima a baixo, depois pegou outra pilha de papéis e começou a procurar algo.

- Que estranho... - Disse ele, depois de um tempo. - Não tem nenhuma Elisabeth Cooper aqui... De onde você vem?

- Londres - Ela parecia fazer um esforço enorme para falar.

Ele arregalou os olhos e piscou algumas vezes, olhando para os papéis e para a garota, indignado.

- Que lugar é este, senhor? - Ela perguntou, o mais alto que pode, parecia desesperada.

- Você é... uma humana? - O homem a encarava, incrédulo.

- Como assim? Do que o senhor está falando? É claro que sou. - O medo crescia dentro dela. - Por favor senhor, o que está acontecendo?

O homem voltou a mexer loucamente nas pilhas de papéis.

- Isto é impossível! - Ele quase berrou. - Humanos não tem acesso a este mundo!

❥ Devyl's EyesOnde histórias criam vida. Descubra agora