✤ 𝑫𝑽𝑺 02' 彡 𝗩𝗼𝗰𝗲̂ 𝗮𝗶𝗻𝗱𝗮 𝗻𝗮̃𝗼 𝘃𝗶𝘂 𝗻𝗮𝗱𝗮

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— Você precisa me encontrar... — Disse demoradamente uma voz masculina baixinha, que vinha do fundo da floresta escura.

— Quem é você? — Perguntou Elisabeth um monte de vezes, aterrorizada. Ela se movia para todos os lados, tentando achar alguma saída. Não tinha.

— Você sabe quem eu sou, só está aqui por minha causa, querida. — A voz ficava cada vez mais alta.

Elisabeth correu para tentar se afastar da voz, mas as sombras a barraram no lado oposto, e formaram um redemoinho ao redor dela.
Calafrios tomaram conta de seu corpo, algo a sufocava, e a voz ecoava em sua cabeça cada vez mais alta "Você não pode se esconder de mim para sempre", "eu estou esperando"
As sombras giravam mais rápido, a garota tentou gritar, mas não tinha mais fôlego.

— Elisabeth — Uma voz diferente a chamou. — Elisabeth!

A garota acordou. Gotas de suor escorriam pelo seu rosto, e sua respiração estava agitada.
A sua frente, Cheryl estava parada, com uma expressão preocupada.

— Você está bem? — Colocou a mão na testa de Elisabeth. — está quente... Teve um pesadelo?

Ela balançou a cabeça positivamente, meio confusa, depois voltou o olhar para o quarto onde estava, era o seu dormitório. Veronica dormia em uma poltrona em um dos cantos do quarto, e Cheryl também parecia ter acabado de acordar.

— Que horas são? — Elisabeth perguntou sussurrando, esfregando os olhos.

— Quase meio dia. Todos estão dormindo.

— Dormindo? — Ela perguntou, ainda mais confusa.

— Sim, aqui nós trocamos o dia pela noite, porque durante o dia os Strigoi não atacam, o sol os queima, então podemos descansar.

Elisabeth murmurou um "ah", como sinal de que entendeu.

— Bem... Eu ficarei acordada para lhe mostrar a academia. — Disse Cheryl, então bocejou.

Ao sair da cama Elisabeth viu que já não estava com as mesmas roupas de quando havia chegado, e olhou para Cheryl sem entender nada.

— Trocamos suas roupas. — Ela disse. — Você tinha cheiro de humana, isso atrai Strigois. Espero que não se importe...

Elisabeth sorriu, meio sem jeito.

[...]

Elisabeth tentava ser simpática e gentil, mas tudo que ela procurava era um jeito de voltar para o mundo humano.

Os uniformes da academia eram completamente sem graça aos olhos de Elisabeth. Uma legging preta comum e outra camiseta preta comum, exceto por uma pequena lua vermelha desenhada do lado direito, que representava o nome da academia, Blood Moon.

Foi impossível convencer Cheryl de que ela daria um jeito de ir embora logo, e não precisaria de um uniforme, por fim, cedeu, então começaram uma luta para achar algum uniforme que a servisse, pois as Ocultas tinham o corpo bem mais magro que as humanas, e Elisabeth tinha belas curvas. Mas no final conseguiram.

Cheryl estava com muito sono, mas tentava não demonstrar enquanto apresentava a academia — Que era gigante — para Elisabeth.

— Se você é da realeza, por que está aqui? — Perguntou a loira, enquanto as duas fizeram uma pausa para descanso em um banco no pátio.

— A realeza moroi é muito entediante. Temos que nos comportar e tomar cuidado com cada mínimo movimento... — O assunto pareceu incomodá-la. — Minha mãe odeia que eu fique na academia, mas é o único lugar em que eu posso ser eu mesma. — Cheryl suspirou e abriu um largo sorriso  — E como é o mundo humano? Ouvi dizer que vocês comem cachorros.

— O que? — Elisabeth riu. — Claro que não. Pelo visto vocês também criam histórias sobre nós...

— Uma vez me disseram que se um humano ver um Oculto, fica louco... Sabe eu sempre achei que fosse só uma historinha para manter os humanos longe.

— Eu estou quase me sentindo louca por aqui!

As duas riram.

— Vem, vamos continuar! — Cheryl levantou — Agora vem a melhor parte, o refeitório.

Elisabeth quase gritou de alegria, ela estava com muita fome.

— Espero que goste de baratas grelhadas... — Disse Cheryl acabando com toda a felicidade de Elisabeth, que a encarou assustada. — Eu estou brincando! — Sorriu

As duas andaram até entrarem em uma sala enorme, com dezenas de mesas. Havia apenas uma garota de pele escura e cabelos rosas sentada em um canto escuro do refeitório, todo o resto estava dormindo. Assim que Cheryl a viu, correu para trás de Elizabeth, tentando se esconder.

— O que foi? — Cochichou para Cheryl.

A garota demorou para perceber a presença das duas, e quando finalmente as viu, Cheryl ficou vermelha.

— Cheryl? — Elisabeth franziu a testa, estranhando a timidez de Cheryl, já que até então, Cheryl havia sido a menos tímida da academia.

— Olá! — Cheryl berrou para a outra garota, sorrindo

— Oi! — Sorriu de volta.

Elisabeth tentava segurar o riso vendo a ruiva parecendo um tomate.

— Certo, esse é o refeitório, já podemos ir. — Cheryl a arrastou para fora de lá rapidamente.

— Mas eu estou com fome! — Exclamou Elisabeth.

— A gente vê isso depois!

Quando já estavam longe o suficiente, Elisabeth lançou para Cheryl um sorriso malicioso.

— O que foi?

— Vocês duas hein...

— Xiu!

— Qual é o problema?

— Veronica e Toni são bruxas de comunidades inimigas, Vee não pode nem sonhar que eu...

— VERONICA É BRUXA?

Cheryl balançou a cabeça positivamente.

[...]

Por volta das 18:00 horas, Veronica acordou, assim como todos os outros, então se reuniram no refeitório. Cheryl foi ao palácio Moroi para descansar.

— Animada para a sua primeira aula? — Veronica deu uma batidinha nas costas de Elisabeth.

— Espere aí — Jughead disse. — Vão mesmo treinar essa garota? Ela não sabe nem como chegou aqui!

— Jughead! — Exclamou Veronica.

Elisabeth tentou esconder sua decepção por ouvir isso de Jughead.

— Eu voltaria para casa se soubesse como.

— É uma perda de tempo treinar uma humana fraca — Disse, ignorando totalmente a loira.

Bastava.
Elisabeth se levantou e o encarou com aqueles olhos vermelhos, que agora estavam brilhando.

— Você acha que se eu soubesse como ir embora eu ainda estaria aqui? — Elizabeth gritou. — Acha que eu quero estar no meio de criaturas estranhas e idiotas como você? Porque se você acha, consegue ser ainda mais idiota! — Jughead sorria de um jeito irônico. — E se você me acha fraca, pode ter certeza que ainda não viveu o suficiente para aprender a não julgar os outros.

— A garotinha é bravinha? — Continuou sorrindo.

— Você ainda não viu nada.

❥ Devyl's EyesOnde histórias criam vida. Descubra agora