dois

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Zayn cantava.

E não era um mero cantor de chuveiro.

Sua voz era tranquila e potente, ecoava pelo apartamento. Seus vizinhos eram todos jovens, que saíam para trabalhar assim como eles, não haviam bebês ou velhinhos, e ninguém nunca comentou ou os olhou feio sobre a música alta sempre constante, eles se preocupavam muito em não serem inoportunos.

Mas, sinceramente, Liam duvidava que alguém desgostava da cantoria de Malik. A primeira vez que realmente o ouviu, foi quando chegou mais cedo do trabalho há oito meses atrás, quebrando a rotina, e ouviu música soando pelas caixas de som da tv, sorriu para o rock que soava, ele e Zayn compartilhavam seus gostos musicais, ele não conseguia reconhecer a banda ou o nome, mas gostava daquela.

Quando estava indo para o banheiro lavar as mãos, ouviu o barulho do chuveiro, e por trás dele, a voz de Zayn, cantando alto, desinibido.

The chaaaaain, will keep us together!

Sorriu ainda mais. Assentindo para nada em particular. Quando Zayn saiu do banho, Liam estava preparando o café para os dois. Viu Liam na cozinha e sorriu, o cabelo molhado,

Liam adorava o cabelo de Zayn.

Era longo, e muito escuro, ele não podia saber a cor exata, mas parecia preto. Os fios caíam por seu rosto às vezes, logo sendo presos por uma faixa ou tiara fina, às vezes bandanas. A última fazia algo no peito de Liam. Quando ia pintar, Malik os amarrava de qualquer jeito, e ficava lindo todo concentrado, cantarolando o pop que Liam escutava e todo sujo de tinta.

Zayn era talentoso, tinha técnica, e criatividade. Seus quadros eram realmente muito bonitos, e Liam não falava isso porque era simplesmente encantado por tudo que o melhor amigo fazia. Ele não via as cores das artes, nem mesmo Zayn via. Mas seus amigos que tinham Dazzle, diziam que, de alguma forma, as tintas de Malik combinavam e faziam sentido, mesmo quando ele não seguia os rótulos.

Liam acha que isso começou há algumas semanas atrás, Charlie ainda estava grávida, a galeria de arte em que Zayn trabalhava daria uma festa, convidando os funcionários, críticos do ramo, amantes de arte e principais compradores. Como a galeria era enorme e no mundo das artes eventos cheios são melhores vistos que eventos privativos, e Malik era o artista queridinho pela dona da galeria, ele podia levar quem quisesse.

Obviamente, todo o grupo foi convidado.

— Vocês podem tentar se comportar? — Ele pediu quando contou.

— Tentar? Nós somos finos, elegantes e requintados naturalmente. — Charlie jogou seu cabelo pelo ombro.

— Na verdade, não somos, mas podemos fingir. — Jake deu de ombros, fazendo-os rirem.

— Pelo champagne e petisco grátis, eu atuo até um duque irlandês!

E chegara a noite. Liam já estava pronto, esperava Zayn terminar de se arrumar para irem juntos até a galeria, encontrariam o restante lá. Payne ouviu a porta bater e se levantou, as chaves girando na mão e a outra enfiada no bolso da calça social, Zayn apareceu em sua visão.

Suas roupas eram pretas, a camisa de botões, a calça, os sapatos, o blazer definido em seu corpo. Não havia tirado a barba, apenas aparado, e seu cabelo estava com gel.

Mas havia uma mechinha, apenas alguns fios de cabelo, caindo por sua testa, e balançaram enquanto ele caminhava para perto de Liam. Zayn sorriu, aquele sorriso que fazia Liam sorrir junto, dizendo um "vamos?" calmo, como se ele não fosse o homem mais atraente no mundo, e Liam apenas o seguiu.

Porque, sinceramente, Liam seguiria Zayn aonde quer que ele fosse. Malik era seu farol. Não da forma dependente, onde Zayn não poderia ser fraco ou instável pois Liam dependeria da força dele, não. Nada deles era algo além de saudável. Payne conseguia se virar muito facilmente, sabia sim resolver seus problemas, apesar de fazer um pouco de escândalo e as coisas fugirem de seu controle às vezes. Conseguia lidar sozinho, mas olhar para o lado e ver Zayn ali, sorrindo confortavelmente para ele, deixava qualquer problema mais fácil.

dazzle • ziam mayne •Onde histórias criam vida. Descubra agora