Passei minha vida negando alguém que eu sou, alguém que só me tornei porque neguei ser, alguém que se nega a crer que se influência, alguém tão comum, quanto qualquer um.
Onde está minha liberdade, onde estou?
Sou ou estou sendo alguém, fabriquei a mim pra sobreviver, ou estou me remoldando a cada vez que olho meu reflexo na água?
Será que sou tão instantâneo que não posso ser, só estar? Então onde estaria a parte de mim que é, perdida na voz de quem diz que sou?
Sempre reparo que quem diz que é algo, por consequência se torna, a reafirmação do seu estado, por mais que equivocado te torna diplomado para aquilo.
A perpétua mudança, me impede de dizer que cheguei ao fim, encaixo frases como um grande baralho desconexo, um poema, outro devaneio. Divagando sobre um me encontro em outro, e de saltos de mim, me perco em pequenas personalidades.
As personalidades escrevem por mim, em pequenas partes se dividem em pontos de vista, nem eu vejo, assisto, como a alma que deixa de assumir em um breve momento de introspecção, deixo que meus "eus" falem por mim, por saúde daquilo que digo que estou.
A loucura é tida com mal querer, a loucura é a maior dádiva do louco, a sanidade por si é cruel, o santo teme o insano, por medo de ver que a insanidade é mais prazerosa que uma vida regrada.
O sano se esforça pra ser, pra dizerem que ele "é", o insano é por si, ou se reafirma por só, o insano está, por pura loucura, o sano não consegue, o sano só consegue ter, independente de onde está.
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Do Alto Da Compadecida Até O Nível Mais Amargo Da Vida
PoezieBreves devaneios regrados a besteiras de qualquer jovem do século 21: sexo, drogas e álcool.. Espere da vida o que deve a si, e colha desilusão.