capítulo 4

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Will byers
Eu abri a porta e era quem eu menos imaginava naquele momento, era o Mike.

Ele pediu pra entrar.

Mike- eu posso entrar? Aqui fora  tá meio frio-  ele falou se tremendo de frio. Ele estava apenas com uma  capa de chuva amarela, mas que mesmo assim não o impediu de se molhar.

- Claro que pode, entra ai- eu falei com meu coração disparado de estarmos só nós dois, mas mesmo assim ainda estava MUITO magoado com o mesmo.

Ele entrou e foi em direção a sala, e ficou me olhando esperando eu pegar uma toalha para o mesmo se secar.

Eu fiquei o olhando de braços cruzados até perceber que ele estava com frio e queria se secar.

- A-ah você quer uma toalha né?- falei confuso e nervoso.

Fui até a lavanderia pegar uma toalha, voltei pra sala e entreguei pra ele.

Ele pegou a toalha e se sentou no sofá, eu sentei ao lado dele. Eu estava muito curioso pra saber oque ele estava fazendo ali, oque ele queria  me falar. Aquelas dúvidas não saiam da minha cabeça até eu perguntar

- Oque você veio fazer afinal?- falei com uma voz brava e bem curiosa. O mesmo olhou pra mim de imediato.
- B-bom eu... Eu percebi que fui muito duro com você hoje cedo, e... e eu estou aqui pra te pedir desculpa- ele falou essas seguintes palavras sem ao menos olhar pro meu rosto.

- Eu já imaginava. É... Então tá, eu te desculpo- falei olhando pra baixo, e mexendo em minhas mãos.

- ok, hãn... já que eu tô aqui, a gente podia jogar D&D né?- ele falou aquilo pra me agradar, tenho certeza!.

- podíamos, mas... Mas antes eu queria te falar uma coisa- Eu falei aquilo sem pensar, POR QUE EU FALEI AQUILO? ELE VAI FICAR CURIOSO PRA SABER OQUE É. AÍ MEU DEUS!.

- Oque foi?- ele falou com aquela voz meiga e doce  de sempre. Mesmo que eu quisesse, jamais odiaria o Mike.

- Na-nada, esquece!- eu falei desesperado.
-TA BOM- ele me olhou com um olhar de espanto se esquivando para trás.

Eu sabia que ainda não era a hora de falar a verdade para ele, mas eu não aguento mais esperar e guardar esse segredo para mim! Eu não consigo mais ver ele e a Onze juntos!

- Espera Mike!- eu estava determinado a falar tudo pra ele.

- tá! Pode falar, nós somos amigos, não temos segredos- ele tava tão lindo me olhando com aquele olhar compreensivo.

- Então tá, vamo lá- falei baixo, tenho certeza que quase não deu pra ouvir.

- Mike, eu te amo.

- oww Will eu também te amo, afinal, nós somos amigos né?

-NAO MIKE, EU NÃO TE AMO COMO UM AMIGO, EU TE AMO COMO EU NUNCA AMEI NINGUÉM ANTES! EU TE AMO E NÃO AGUENTO MAIS GUARDAR ISSO PRA MIM MESMO, EU NÃO AGUENTO MAIS ME MATAR POR DENTRO POR CONTA DE UM AMOR NÃO CORRESPONDIDO A ANOS!- falei aos prantos. Eu nem acreditava que tinha falado isso pra alguém e que aquilo já não era mais um segredo.

Mike me olhava pasmo, ele não acreditava no que estava acontecendo. Aposto que ele estava mil vezes mais confuso que eu, e então ele falou as seguintes palavras.

- p-puxa Will isso é tudo tão confuso sabe, o-olha, eu acho melhor eu ir pra casa pra poder pensar nisso melhor- ele falou enquanto tirava a toalha das costas, botava seu casaco e sua mochila.

Eu o olhava de baixo pra cima, eu estava sentando vendo ele sair com pressa e confuso. Eu o olhava com o rosto coberto de lágrimas e com meu coração mais quebrado ainda.

- t-tchau Will, amanhã nos vemos- ele saiu sem olhar pra trás e bateu a porta. Naquela olha eu me derramei ao choro. Me joguei do sofá para o chão morrendo de chorar. Eu estava desolado. Eu não tinha um amigo, um familiar, ninguém pra me consolar, eu fui o meu próprio consolo.

Me levantei do chão e corri em direção ao quarto, entrei e bati a porta (mas não me esqueci de passar a chave).

Deitei em minha cama e abracei o choro. Eu chorava forte e alto. Peguei meu travesseiro, afundei em meu rosto e soltei um grito alto e desesperado, mas que foi abafado pelo travesseiro.

Parei de chorar e fui até os fundos de casa. Já estava escurecendo, quase na hora da mamãe chegar.

Entao... Fui até o "quarto" de  ferramentas, entrei lá dentro, e amarrei uma corda no teto. Poise... Eu realmente estava destinado e encorajado a me suicidar naquela noite.

Quando fui por um banco abaixo da corda, mamãe chegou. Eu a ouvi chegando de carro e corri para dentro de casa tão rápido que não deu tempo nem de tirar a corda o banco de dentro do "quarto".

Eu corri até dentro de casa e passei a chave na porta da frente e de trás enquanto ela guardava o carro na garagem.

Quando tranquei as portas, ela bateu e eu abri com a maior cara limpa.

- Oi filho! Por que seus olhos estão vermelhos?- ela me pegou nessa pergunta.

- Oi mamãe, han?- me fiz de desentendido pra poder ter tempo de inventar uma desculpa boa- Ah! Eu peguei chuva hoje, deve ter me dado uma crise alérgica ou algo do tipo.

- Aaah sim! Então tá bom. Vai tomar banho pro jantar!- ela falou como se não tivesse reparado que eu estava chorando pouco tempo antes.
- Já vou!.

Fui para o banho e fiquei dentro da banheira me perguntando oque a mamãe faria se eu tivesse me suicidado, oque ele a pensaria. Eu nem acredito que cheguei tão perto de fazer isso comigo mesmo, a mamãe ficaria decepcionada comigo, e pensaria que a culpa fosse dela, que ela não tivesse conseguido me dar amor suficiente. Mamãe tinha passado por coisas horríveis naqueles últimos anos, e eu não poderia fazer isso com ela!.

Oi gente, eu queria falar pra vocês que esse capítulo foi bem pesado de escrever, e você  sofre de depressão ou ansiedade
Disque 188.

Você é forte! Continue vivo!

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