Um Lugar Para Chamar de Lar

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_ALICE_

Acordei naquele quarto de hospital. Meu corpo todo doía e tinha uma estranha sensação de calor ao redor das minhas mãos. Logo olhei para o lado e vi o motivo, o mais lindo motivo que eu poderia desejar. Bem ao meu lado, com o rosto amassado contra o outro braço e os cabelos desengrenados, estava minha doce Haley, dormindo enquanto segurava minha mão.

Me mexi um pouco e isso acabou acordando a menina, que abriu um sorriso ao me ver.

— Alice! Você finalmente acordou... está se sentindo bem?? Está doendo?? Quer comer alguma coisa??

— Meu Deus Haley, se acalma!

Ela fez uma carinha de susto e um biquinho fofo em seguida.

— Me desculpa...fiquei tão preocupada com você por causa da cirurgia...

— Cirurgia? Que cirurgia?

— Você acabou com uma hemorragia interna que precisou ser operada... além de uma costela quebrada. E depois da cirurgia você teve um tipo esquisito de convulsão que eu nem sei explicar.

Ela apertou os nós dos dedos, e seu tom de voz ficou estranho, como se ela quisesse chorar.

— Eu...achei que ia te perder Alice...achei que você ia me deixar sem nem dizer adeus e isso doeu muito.

Ergui o rosto dela delicadamente. Seus olhos estavam marejados e sua pele avermelhada. Puxei o rosto dela para perto e beijei seus lábios delicadamente.

— Eu não vou te deixar assim...desculpa por ter te assustado.

Ela abraçou meu pescoço e chorou baixinho, como uma criancinha assustada no colo da mãe.
Um pouco depois uma enfermeira e a mãe da Haley entrarem no quarto. A mãe dela me abraçou e suspirou aliviada.

— Senhora Dias, está me sufocando...

— Ah! Me desculpe querida. Estou tão feliz que você melhorou...

A enfermeira trocou meus curativos e me deu alguns comprimidos. Depois que a mulher deixou o quarto, perguntei onde estava minha mãe, já que eu tinha ouvido a voz dela mais cedo, mas ela não entrou no quarto.

— A sua mãe voltou para casa quando a enfermeira veio avisar que te viu acordada pela janela.

— Eu...nem sei porque estou surpresa... mas eu esperava que ela fosse pelo menos querer saber sobre mim.

— Não fica triste meu bem, não vale a pena. Ao invés disso, quer ir comigo e com a Haley visitar a tia dela?

— Sério?? Eu adoraria! Mas... duvido que meus pais deixariam.

— Eles já deixaram. Fiz sua mãe assinar um termo deixando você sobre meus cuidados essa semana.

— C-como a senhora fez isso?

— Com jeitinho meu bem...

— Desde quando ameaçar arrancar os dentes de alguém virou jeitinho?

Rimos um pouco e logo a mãe da Haley saiu de novo, para pegar algo para nós duas comermos, deixando eu e ela a sós outra vez.

— Haley... por que de tudo isso? Por que tão rápido?

— Do que você está falando?

— De tudo! Da sua mãe ter feito a minha assinar o termo, de vocês estarem me levando para outro lugar. Por que de tudo isso??

— Bem... o médico disse que você precisa de sossego pra conseguir se recuperar. Sua mãe não mostrou interesse nenhum, então a minha fez ela assinar aquilo depois de quase se baterem.

— Eu...achei que a sua mãe era boazinha. Ela tem cara de quem não machucaria uma mosca.

— Minha mãe? Melhor não se deixar levar pela aparência. Uma vez um bandido invadiu nossa casa quando papai estava no trabalho. No fim o bandido quis registrar um B.O. pela minha mãe ter quebrado o braço dele.

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