Capítulo X

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Era noite quando Katsuki finalmente deslizou por uma cadeira, na sacada do quarto, e apreciou como as ondas do mar quebravam ao longe. Um vento refrescante zumbiu ao redor, balançando o topo das palmeiras verdejantes. Por algum tempo aqueles pareciam os únicos sons capazes de subirem até ali: o barulho das ondas, do vento e das folhas das plantas que chocalhavam em um emaranhado. Era o som que a paz teria para Bakugou. Ele jogou à cabeça para trás, fechando olhos e deixou que sua mente voasse para algum lugar distante, mas não longe o suficiente para que deixasse de escutar a melodia do mar. Gotinhas de água desciam pelo copo de limonada que segurava em uma das mãos, antes de finalmente encontrarem outro percurso por seus dedos e depois por suas roupas leves. O suco estava na metade, não tinha muita vontade de beber aquilo até o fim, isso o fez largar e esquecer o copo sobre a mesinha ao lado. Depois de horas estava totalmente sozinho, claro que não ia durar muito mais que alguns breves minutos, mas, ainda assim, estava só por um momento e era bom. Gostava de poder relaxar, nem que fosse um pouco, de não ter que conversar principalmente. O dia havia sido muito divertido, como desconfiava que seria, mas, também, era tão cansativo quanto. Passara tanto tempo dentro de uma piscina que acreditava não ser necessário entrar em uma pelos próximos anos, porém, sabia que na manhã seguinte seria novamente arrastado para uma delas. Estar com Eijiro era frenético, o que nem sempre significava algo positivo. O amigo tinha um certo gosto por piscinas e queria experimentar todas elas (em um mesmo dia), e claro que Katsuki tinha de fazer o esforço de fazer o mesmo. Então passaram horas de piscina em piscina, um suco de frutas aqui e ali e muitas risadas em meio a tudo isso. Bakugou agradeceu aos céus quando pararam e foram jogar jogos de tabuleiro com o resto da turma. Não podia deixar de lembrar do karaokê, aquilo fora horrível. Denki decidiu que seria muito engraçado ouvir Katsuki cantarolar músicas aleatórias de animes, e foi mesmo muito engraçado, mas não para Katsuki que só faltava explodir de tanto ódio e constrangimento. Ele não cantava nada, nada bem. Foi uma cacofonia sem limites. Por que havia aceitado cantar então, se era tão ruim? Simples, Kirishima estava com os olhos brilhando de expectativa, isso mesmo sabendo o quão ruim Bakugou supostamente era. Por fim, foi Jirou quem tirou o microfone de suas mãos, acusando-o de deixá-la surda.


O loiro estalou a língua no céu da boca, enquanto afundava o corpo na cadeira e batia com os dedos delgados no encosto da cadeira. Passos podiam ser ouvidos de dentro do quarto, parecia ser uma pessoa só. Katsuki previu que aquele seria o fim de seu sossego.


— Achei você! — Katsuki não precisava olhar para saber que era Eijiro, apenas sua voz já era suficiente. — Sabia que estava se escondendo em algum lugar. Isso me deu um pouquinho de trabalho.


— Não estava me escondendo — mentiu.


— Claro que estava — Eijiro disse e puxou uma cadeira para perto do loiro. — Você deve tá acabado de tanto andar por aí.


— Andar? Andar é um eufemismo. Eu estava sendo arrastado, por você, às pressas por aí — Kirishima riu e sentou-se.


— Desculpas? — Eijiro disse aquela palavra e ela soou como uma pergunta, obviamente não estava sendo sincero, pois parecia que ia gargalhar a qualquer momento. — Prometo que amanhã vou arranjar uma coisa mai—


— Nem pense — interrompeu Katsuki. — Preciso ficar com meu corpo em um lugar só por um bom tempo.


— Parado? Que tédio, a gente não tá em casa pra ficar parado ou sentado — Bakugou desconfiava que o amigo fosse incapaz de ficar quieto por apenas 1h em qualquer lugar em que estivesse. — Tava pensando que aqui têm muitos jogos por aqui.

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