A Advogata

Capitulo 30

Eu acordei com a visão um pouco embaçada, quando olhei pro lado com muita dificuldade fui abrindo os olhos e Fernando que estava sentado na poltrona veio correndo até a mim

Fernando: Mai, não faz mais isso, como você tá Mai?- Ele fala desesperado

Maiara: Me diz que não é esse o motivo de eu ter desmaiado- Ela fala segurando o choro com muito medo da conclusão do que tinha acontecido

Fernando: Mai, você é forte e incrív...

Maiara: Fala Fernando, não enrola- Ela fala interrompendo ele

Fernando: Seu padastro e sua mãe morreu no acidente de carro, a batida foi muito forte, eles não resistiram. Eu sinto muito Mai- Ele não conteve as lágrimas e segurou forte a mão dela

Maiara: Aquelas palavras entraram como um tiro dentro de mim. Eu não sabia o que pensar ou que falar. Só vinha na minha mente tudo o que vivi com minha mãe, todo o esforço dela por mim, amor, dedicação, só vinha na mente a consciência que eu nunca mais ia poder abraçá-la, conversar com ela, ter ela na minha vida. Eu já passei por muitas coisas, já vivi momentos horríveis, até eu perder a minha mãe e saber que eu não passei por nada, que nada se compara a perda de uma mãe. Eu estava anestesiada, tinha um filme passando pela minha mente, da minha infância até aqui. A dor era tão forte que meu peito parece que tava se fechando, não consegui derramar uma lágrima, eu perdi o sentido de tudo, perdi as forças do meu corpo e o último adeus que eu não pude dar. Eu só sabia que eu não tinha mais vida, eu me encontro perdida, o que é um filho sem uma mãe? A quem eu vou recorrer quando precisar desabafar, quem vai em instruir com os melhores conselhos? E eu quando eu precisar de um colo de mãe? O meu mundo acabou....

Fernando: Mai olha pra mim, fala alguma coisa, pelo amor de Deus!- Ele fala chorando

Maiara: Eu não tenho o que falar, o que você quer que eu fale? Vamos enterrar a minha mãe??- Essa frase soou de uma forma tão forte que eu senti um nó na garganta, meu corpo gelou e eu realmente estava anestesiada com tudo isso

Doutor: Senhora Maiara, meus pêsames, sinto muito! Você está de alta!

Fernando: Ela está bem mesmo Doutor?

Doutor: Fisicamente sim! Passei alguns remédios que ela vai precisar, alguns calmante!

Fernando: Certo! Obrigado!

O doutor sai da sala e deixa eles a sós

Fernando: Mai, eu liguei pra sua assistente pessoal e pedi pra ela ficar com Gabriela na sua casa até a gente chegar, já podemos ir!

Maiara: Eu o olhava, mas não consegui reagir, só olhava, não tinha caído a ficha ainda

Fernando: Mai, eu não sei o quanto está sendo difícil pra você, mas estou aqui! Eu vou te ajudar! Você é forte!- Ele segura a mão dela e ajuda ela a levantar da cama

Assim eles se arrumam e seguem pra casa sem Maiara dizer uma palavra.

Maiara: Ao abrir a porta Gabriela estava brincando com minha assistente, foi o seu olhar se encontrar com o meu e meu mundo terminou de cair. Como eu ia contar isso pra ela? Como o psicológico dessa criança ia ficar?

Gabriela- MAAAAMAEEEE- Ela sai correndo e abraça Maiara

Maiara: Eu abaixei e a abracei pela primeira vez depois da notícia, eu chorei, chorei feito uma criança

Gabriela: Não chora mamãe, você já tá boazinha né?! A titia falou que você ficou dodói mais já sarou, não chora. Quer ligar pra mamãe? Você fala com ela e fica feliz

Maiara: Quando ela falou isso eu olhei nos olhos delas, alisei seu rosto e sequei minhas lágrimas, eu olhei pra aquela criança frágil e doce na minha frente e encontrei nela a força que eu não tinha. Por ela, eu preciso ser forte, ela precisa de mim. Eu preciso ser forte e ajudar a ela a entender tudo isso.