— Papai, acorda!
Koutarou resmungou em meio ao seu sono. Tentou virar para o lado ao se espreguiçar, mas tinha alguém em cima do seu corpo impedido o movimento. Ele abriu os olhos, sorrindo o encarar o filho.
— Bom dia! — exclamou Hayato, levantando os braços gorduchos.
— Bom dia, Bubo — o Bokuto mais velho sentou na cama, bocejando ao responder. — Cadê seu irmão? Opa, não! — Estendeu os braços, há tempo de impedir Hikari de pular no corpo que dormia tranquilamente ao seu lado. Puxou o garotinho para se sentar ao seu lado, junto ao irmão.
— Não devem acordar o Keiji, ele tá cansado — diz ele, com o indicador sobre os lábios. Os gêmeos imitaram seu gesto, sabendo que aquilo significava que eles deveriam ficar em silêncio.
Hayato desceu do colo do pai, sendo seguido por seu irmão mais novo.
— A gente vai esperar pelo senhor lá fora — Hikari avisou, em um tom baixinho, como se estivesse confessando um segredo. Koutarou riu, anuindo.
Com cuidado, ele afastou os lençóis da cama, para se juntar aos filhos e preparar o café da manhã para eles. Contudo, os pés de Koutarou não conseguiram sequer tocar o chão, já que braços fortes o segurou pela cintura, o fazendo voltar para o colchão. Rolou na cama, ficando frente a frente com Keiji.
— Hey, você — sussurrou.
— Hey, você — Keiji sorriu, os olhos cheio de sono e ternura ao encarar o marido. Koutarou deixou um beijo singelo entre suas sobrancelhas, antes de enfim se levantar.
— Vou fazer café.
— Eu amo você.
Koutarou então chegou na cozinha americana, com ligação a sala, onde seus bebês esperavam impacientemente no sofá. Na TV, passava um desenho animado antigo. Keiji sempre os incentivou a assistir as mesmas coisas que eles viam quando crianças, nada de desenhos animados de hoje em dia, com porcas mal educadas e garotinhas aventureiras retardadas que não sabem onde estão os próprios pés.
— Papai, eu tô com fome! — gritou Hayato, ao perceber que seu pai havia entrado na cozinha.
— Só um minuto e já alimento você, ferinha.
— Quando o Ji vai acordar, papai? — pergunta Hikari, assim como seu irmão, ficou de pé no sofá, de costas para a TV, os braços cruzados no encosto do sofá.
— Logo mais, Bubo — responde Koutarou, deixando os ovos fritando enquanto ligava a cafeteira —, ele passou a noite trabalhando, então precisa descansar um pouco mais, tudo bem?
— Ele prometeu pintar comigo hoje — resmungou o garotinho, um bico tristonho nos lábios. Ele escorregou no sofá, voltando a prestar atenção na TV.
— Papai, o Hikari tá chorando.
Koutarou se exasperou, ele precisava desligar o fogo e pegar o leite na geladeira, e nem mesmo começou a passar manteiga nas torradas. Mesmo assim largou tudo, indo até seu filhote.
— Não chora, meu amor. O papai vai pintar com você, o que acha?
— Mas você não sabe pintar papai, o Ji é melhor — respondeu Hikari.
— Como é? — Ele pega o garotinho nos braços, o jogando para cima e ao aterrissar, fazia cosquinhas em sua barriga, deixando sua gargalhada infantil preencher o cômodo. — Quem é o melhor, hein? Repete!
— O papai, o papai é o melhor! — o pequeno respondia entre risadas.
— Isso que eu chamo de chantagem — disse uma quarta voz. E os gêmeos, ao ouvirem a voz do pai, exclamaram felizes. Hayato pulou no sofá, enquanto Hikari se contorcia para descer do colo de Koutarou.
— Por que se levantou? Eu ia levar o café pra você na cama. Estragou meu momento romântico — resmunga Koutarou. Keiji, que havia se abaixado para receber o filho mais novo nos braços, ri ao olhar para o marido. Inclinou-se, deixando um pequeno beijo em seus lábios.
— Desculpe estragar seu momento, mas assim podemos comer todos juntos, né? — virou para o filho, lhe dando um beijinho de esquimó. Hikari sorriu ao segurar as bochechas do pai.
— Papai, tá queimando! — aponta Hayato. E Koutarou se lembrou dos ovos.
Correu para desligar o fogão e descartar os ovos queimados, pronto para fritar novos, agora dando total atenção, já que Keiji estava com os gêmeos no sofá.
Hikari, sempre muito apegado ao pai, não largou de seu colo, enquanto Hayato sentava ao lado de Keiji, os dois cantando a abertura do novo desenho que se iniciou.
—Sou Madeline, sou madeline! É bom te conhecer — cantarolava o garotinho, balançando o corpo no ritmo da melodia. Hikari acompanhou o irmão.
Koutarou riu ao ver a cena, era engraçado como Keiji sorria orgulhoso ao ver seus filhos se divertindo enquanto aprendiam francês.
Com o café da manhã pronto, eles seguiram para a mesa. Onde Koutarou apresentou, dramaticamente, o seu menu. A risada dos garotos durante a refeição enchia o cômodo, assim como o olhar amoroso trocado entre os pais, e as mãos entrelaçadas por debaixo da mesa.
Aquela era, sem duvidas, a melhor maneira de começar o dia.
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Baby Owl
FanfictionO dia a dia de uma família amorosa e divertida. [baseado nas arts de Maddox - https://twitter.com/maddox_rider]