Hayato e Hikari

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Ser pai era o maior sonho do Koutarou, claro, depois de vencer o nacional e pedir o Keiji em casamento diante de todos no dia em que venceu seu primeiro jogo depois de se tornar um profissional. Mesmo assim, a paternidade estava no top na sua lista de desejos.

Educar uma linda garotinha, enchê-la de vestidos de princesas e torná-la uma grande estrela do vôlei. Sua própria corujinha.

Ao se casar com Keiji, seu primeiro e eterno amor, a ideia de ter filhos acabou ficando em segundo plano. Até mesmo sendo esquecida pelo antigo Ás da Fukurodani. Ele tinha aquele quem amava ao seu lado, vivia um casamento feliz e a carreira que tanto almejou. Não precisava de mais nada.

Até, em uma noite onde estava largado no sofá, maratonando sua série favorita pela milésima vez, Keiji, que até então estava quieto ao seu lado, abrindo a boca uma única vez, apenas para falar "Sério, você não cansa de Brooklyn nine nine nunca?" o cutucou, chamando sua atenção.

— Hey...

— Hey hey?

— Eu tava aqui pensando... — Koutarou viu como Keiji mordeu os lábios, antes de se sentar corretamente no sofá. Seu marido levou as mãos ao seu colo, começando a remexer seus dedos, distraindo seu nervosismo. Ele pausou a série, dando total atenção ao amado.

— Keiji, me diga o que você está pensando.

— Você não quer filhos? — falou tudo em um único fôlego. Koutarou piscou algumas vezes, incerto sobre ter ouvido errado.

— Sim. Quer dizer, sempre quis, mas nós... você sabe.

Keiji tornou a morder os lábios, e Koutarou notou aquele seu novo costume nervoso. Deixou que ele tomasse suas mãos, entrelaçando as palmas. Os olhos nos seus.

— Eu estive pensando nisso a semana toda — confessou Keiji —, percebi maneira como você olhou aquela garotinha na fila do supermercado, como cantou para ela quando a mãe não conseguiu acalmá-la. Você daria um ótimo pai, amor. — Com os polegares, Keiji fazia carinho nas costas das suas mãos. — E eu quero isso. Com você.

Koutarou não sabia como reagir, sua boca abria e fechava, mas sem emitir um único som sequer.

— Podemos optar por adoção, é um processo lento e não temos a certeza de que vamos conseguir, mas estou disposto a tentar.

— Keiji, eu não sei como...

— Mas também podemos escolher uma gestação de substituição.

Dessa vez Koutarou deixou o choque de lado e inclinou a cabeça, deixando a confusão assumir o controle. Keiji riu, entendendo.

— Barriga de aluguel — corrigiu, usando o termo popular. — Por mais que a adoção seja um ato lindo, não temos a certeza de que conseguiríamos. E, egoisticamente falando, eu estou ansioso para saber como nossos filhos seriam, Kou.

— Keiji! — A única reação de Koutarou foi de pular no marido, abraçando-o enquanto chorava em seu ombro. — Mas como faríamos isso? Onde vamos encontrar uma mãe para o nosso bebê?

— Bem, eu meio que já pensei nisso...

Conhecendo seu marido como conhecia, Koutarou não ficou surpreso ao perceber que ele já tinha tudo planejado. Até mesmo havia previsto sua reação. Keiji não sabia apenas suas 37 fraquezas, compreendia todo o seu ser. Sempre o teve na palma das suas mãos, segurando-o com cuidado e maestria.

Mesmo assim, ao ouvir o nome da mulher que estava disposta a receber o embrião, Koutarou pulou, desacreditado.

— A Yukippe?

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