Em uma fria manhã de neve qualquer, no corredor de doces de um supermercado, dois destinos se cruzam.
"A gente se esbarra por aí, Adora"
"Eu espero que sim, Catra"
A brisa gelada invadia cada cômodo do pequeno apartamento de Catra, as manhãs ultimamente estavam sempre frias por conta da neve teimosa que chegava com mais frequência.
Bebeu um pouco do café presente em sua xícara branca com detalhes de cor marrom enquanto se encostava na pia. Sentiu o corpo peludo de Melog esfregando-se em sua perna e sorriu para o pequeno felino:
– Oi, amigão! - se abaixou e acariciou os pêlos escuros do animal - Vai fazer alguma coisa hoje?
O gato ronronou como se de alguma forma respondesse à pergunta da maior.
– Eu vou fazer o de sempre, né... mas tá tão frio que eu preferia passar o dia deitada no sofá com você.
A morena levantou-se e olhou para o calendário que havia grudado na lateral da geladeira.
Já fazia uma semana desde a última vez que se encontrou com Adora. A loira não saía de seus pensamentos desde então.
"Por onde você anda, loirinha?" deixou um sorriso escapar e logo se sentiu arrepiada.
Se lembrou então de como chegou em casa naquele dia. Nunca havia sentido seu coração acelerar tanto de uma forma boa, seu estômago se revirava como se várias borboletas voassem lá dentro.
Balançou levemente a cabeça como forma de afastar seus pensamentos e olhou para o chão recebendo um olhar curioso de Melog, sorriu para ele e se virou caminhando em direção ao seu quarto.
[...]
Catra saiu do quarto ja vestindo seu uniforme padrão da cafeteria junto com suas botas pretas. Não estava mais tão frio como à alguns instantes atrás, agradeceu mentalmente por isso.
Foi em direção ao cabide e pegou sua jaqueta de couro preta. Não conseguiu evitar o olhar para o espaço vazio que antes era ocupado por seu casaco de cor marrom, o mesmo que emprestou para Adora nas calçadas geladas à uma semana atrás. Não sabia se um dia a loira devolveria, mas pelo menos estava em boas mãos.
Se apressou ao olhar para o relógio e ver que estava alguns minutos atrasadas. Depositou ração para Melog e saiu pela porta.
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[...]
O dia na cafeteria não estava muito movimentado, as pessoas não costumam ir ali no meio da semana.
Catra repousava seu corpo sobre o balcão enquanto apoiava o rosto, com expressão tediosa, em uma das mãos. Suspirou e revirou os olhos.
Saiu de seu lugar quando viu uma das mesas vazia, tinha que recolher a bandeija e as xícaras que ficaram ali.
Escutou a porta do estabelecimento abrindo e tamanha foi sua surpresa quando se virou e deu de cara com a loira de olhos azuis dona de seus frequentes pensamentos confusos e o motivo de sentir um frio em sua barriga naquele momento.
