7. "Se fosse ele eu já teria percebido, claro que tinha.."

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— O que estavas a ver aí? - ele perguntou já praticamente encostado ao meu corpo

— E-eu.. uhm.. n-nada - tentei disfarçar um pouco e bloqueei o telemóvel o colocando no bolso - Vamos?

— Vamos sim - ele disse com um sorriso no rosto, provavelmente por ter percebido o que eu estava a ver.

Começamos a andar até minha casa, totalmente em silêncio. Nem eu consegui falar nada, e ele pareceu ter vontade de dizer alguma coisa porém não o fez. Manteve se calado tal como eu estava.

Comecei a sentir me um pouco estranha com todo aquele silêncio, então olhei o de relance e ele ia completamente distraído provavelmente por ir a mexer no telemóvel enquanto andávamos. Comecei a lembrar me do que queria falar lhe e respirei fundo, não sei bem porquê mas sentia me nervosa a falar daquele assunto e ainda por cima com ele.. deixava me ainda mais nervosa.

— Eu tinha uma coisa para te perguntar, quer dizer para te falar - disse um pouco nervosa

— Podes falar - ele disse me guardando o telemóvel no bolso e me olhando.

Quando ele voltou a sua atenção para mim fiquei ainda mais nervosa, quer dizer ele estar a ouvir me e a olhar para o telemóvel era uma coisa e estar concentrado em mim enquanto eu falo é outra. Olhei o chão por alguns segundos para tentar pensar como falar, e respirei fundo voltando o meu olhar também para ele.

— Eu queria falar te de umas mensagens que eu tenho recebido já faz uns dias - disse o olhando

— Que tipo de mensagens? - ele perguntou a olhar me também

— Bem.. não são mensagens comuns - disse o olhando e peguei o telemóvel lhe mostrando as mensagens que tinha recebido - Ele disse que me conhecia mas eu não sei de onde posso o conhecer

— Se calhar ele também está a fazer as audições connosco já pensaste nisso? - ele perguntou a olhar me

— Já pensei sim, mas quem seria? Eu não conheço ninguém de lá - disse um pouco pensativa - A única pessoa que falo és tu - disse o olhando novamente

Ele riu quando ouviu as minhas últimas palavras, o que me deixou um pouco confusa. Fiquei a olha lo a espera que ele falasse alguma coisa, mas ele apenas ria então decidi eu dizer alguma coisa.

— Porque estás a rir? - perguntei a olha lo um pouco confusa

— Nada, é que achei engraçada a maneira como falaste - ele disse finalmente parando de rir

— Mas eu não disse nada assim engraçado - disse ainda confusa o olhando

— Deixa estar não foi nada - ele disse me olhando - Sou eu que acho tudo engraçado

— Uhm.. okay então - disse o olhando e voltei o meu olhar para o chão

Fiquei sem falar nada durante mais algum tempo enquanto andávamos. Estava a pensar no que tinha dito, e em o que raio ele podia achar engraçado. Foi aí que me lembrei, que no dia em que ele me tinha mandado mensagem eu não tinha recebido mensagem do "admirador secreto". Mas será que... não, não pode ser. Se fosse ele eu já teria percebido, claro que tinha..

Jungkook P.O.V.

Quando ela me começou a falar no admirador secreto senti o meu interior todo começar a tremer. De medo que ela desconfiasse de mim e de perceber que sou eu, e medo de ela não querer mais olhar para mim depois de saber que sou eu. Tentei disfarçar o nervosismo mas em vez disso acho que acabei de me denunciar com o meu próprio riso. Enfim, espero que ela não descubra que sou eu. Não que eu não queira que ela não saiba, mas quero ser eu a contar lhe que sou eu. Quando ganhar coragem para isso claro.

Jungkook P.O.V.

Continuamos a andar por mais algum tempo e chegamos a minha casa, então tirei as chaves da porta e abri a mesma entrando com ele no interior do apartamento. Pousei a minha bolsa perto do sofá e fui até a cozinha pousar os sacos, logo voltando para a sala. Quando voltei não o vi e achei estranho então decidi o ir procurar, não fosse ele encontrar alguma fotografia vergonhosa minha.

Andei pelo pequeno corredor que ligava a sala ao meu quarto e á casa de banho logo ao lado, e comecei a chamar baixinho pelo seu nome enquanto o procurava. Do nada senti duas mãos a tapar me os olhos e é claro que me assustei. Coloquei as mãos por cima das dele para as tirar e fiquei um pouco envergonhada quando percebi que o corpo dele estava basicamente colado ao meu.

— Onde raio te meteste? Desapareceste do nada - perguntei nervosa me tentando afastar dele

— Só queria assustar te mesmo - ele disse a rir - Mas porque estás tão incomodada com eu estar tão perto? - ele perguntou aproximando mais o seu rosto do meu

— M-mas eu nem estou incomodada convencido - resmunguei nervosa tentando afasta lo

— Não me mintas Miranda - ele disse me olhando fixamente nos olhos - Eu já percebi que a minha presença te deixa nervosa

E foi com aquelas palavras que eu congelei por completo. Como assim ele percebeu que eu fiquei nervosa? Nem tinha como não ficar né ele praticamente estava colado ao meu corpo. E o pior é que no final de contas ele tinha razão, eu ficava nervosa na presença dele sim e quero bater lhe neste momento por isso. Mas claro que não quero que ele perceba que tem razão, ele já é convencido nem quero imaginar se.. espera.. ele não é convencido.. ele estava todo tímido no dia que nos conhecemos, como é que ele ganhou intimidade comigo assim de um momento para o outro?

— N-nao estou nervosa - disse quando finalmente consegui falar e empurrei o um pouco para o afastar indo na direção da cozinha

— Mentes pessimamente mal Miranda - ouvi a voz dele ainda no corredor e ignorei começando a pegar as coisas que precisava para fazer o almoço

Depois de pegar todos os ingredientes que precisava coloquei em cima da bancada do meu lado e comecei a preparar tudo para poder colocar no forno. Depois de ter preparado coloquei a comida no forno para assar, e comecei a colocar os talheres na mesa. Dali a algum tempo o relógio do forno começou a fazer barulho, então abri o forno verificando a comida e quando vi que estava cozida desliguei o forno pegando no recipiente com umas mãos de borracha para não me queimar. Virei me para colocar o recipiente na mesa e lá estava ele na minha frente novamente, sinceramente não sei como não deixei cair o recipiente para cima dele do susto que ele me tinha dado.

— Tens que parar de me assustar assim.. eu quase te sujava - disse sem o olhar e passei por ele colocando o recipiente na mesa

— Mas é engraçado ver te assim assustada - ele disse a rir - E sabes o que é ainda mais engraçado?

— Não - disse ainda sem o olhar enquanto ajeitava o recipiente

Naquele momento senti uma das mãos dele na minha cintura, o que me fez ficar muito envergonhada e quando me apercebi ele tinha me puxado e eu estava frente a frente com ele, com o meu corpo colado ao dele. Claro que fiquei corada e óbvio que ele percebeu porque se começou a rir. Tentei afasta lo mas antes que pudesse fazer alguma coisa ele apertou me mais e claro como ele tinha mais força que eu, não consegui afasta-lo.

— É tão engraçado ver te assim nervosa quando ficas perto de mim - ele disse com o seu rosto perto do meu ombro o que me fez arrepiar por completo e desejei por tudo o que era sagrado que não mexesse nem um cabelo para ele não perceber.

❧ 𝐘𝐨𝐮 𝐦𝐚𝐤𝐞 𝐦𝐞 𝐛𝐞𝐠𝐢𝐧 • 𝐉𝐣𝐤 ✞Onde histórias criam vida. Descubra agora