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Diarra Sylla.

- Seu café com leite senhora Adelaide -
Entreguei o copo para a mesma - Obrigada, tenha um bom dia. – Sorri.

- Obrigada minha querida, igualmente -
Senhora Adelaide sorriu e saiu da cafeteria com dificuldade logo em seguida.O dia aqui na cafeteria já tinha acabado.

Virei a placa da porta para o "fechado" e fui arrumar as últimas coisas para mim poder voltar para casa.

- Posso conversar com você, Diarra?-Andrew, meu chefe, apareceu atrás de mim.

- Claro, eu só estava terminando de
fechar o caixa. - Vi que ele estava sério e
me preocupei – Aconteceu alguma coisa
Andrew?

- Na verdade sim. Você sabe que o
café está com um movimento muito baixo
esses dias, não estamos conseguindo vender todos os alimentos produzidos e nós acabamos saindo no prejuízo.

Isso era verdade. Nesses dias, a única
pessoa que vem com frequência aqui é a
senhora Adelaide. Os outros só passam
porquê é a única cafeteria da rua.

-E é por isso que eu estou te entregando
seu último salário, Diarra - Me entregou um envelope de papel com dinheiro dentro - Infelizmente eu vou ter que te demitir,vou vender o café e começar a investir em outra coisa, sinto muito Diarra , você é ótima, aposto que vai encontrar um emprego logo.

- Eu entendo - Peguei o envelope de sua
mão e guardei em minha bolsa - Obrigada
por tudo Andrew, você foi um ótimo chefe -
Sai da cafeteria e comecei a caminhar para a minha casa, meio triste.

Fiquei triste por ter perdido o emprego, eu realmente gostava de trabalhar aqui e até
que ganhava uma quantia boa de dinheiro,
que eu precisava muito para realizar meus
sonhos futuramente.

Minha mãe trabalha em uma empresa de
finanças, ela é separada do meu pai, mas
seu salário é ótimo e nunca faltou nada pra mim e pra minha irmã mais nova.

Mas eu estou querendo muito estudar em uma famosa universidade que fica na França, e para mim me manter lá vai custar bem caro, e não quero que minha mãe banque tudo isso, por isso no começo desse ano eu arrumei um emprego na cafeteria que fica no fim da rua e comecei a juntar dinheiro.

Tenho 17 anos e acabei o ensino médio ano passado, pulei o segundo ano por decisão do conselho, disseram que por causa do minha inteligência eu pude pular um ano.

Eu me acho muito inteligente sim, tanto
é que a escola ofereceu várias faculdades
da região para mim fazer com bolsa de 100%, mas eu não aceitei, porque a que eu quero fica no Brasil, e eles não mostraram nenhuma que fica na Europa.

As pessoas me chamam de nerd e de certinha, só por eu ter um pouco mais de inteligência do que as outras pessoas, mas eu nem ligo pra isso, me sinto bem por eu ser assim.

Uma parte dos motivos de eu ter escolhido uma universidade da França, foi que meus ancestrais são de lá. Minha mãe nasceu lá, mas veio aqui para Los Angeles quando conheceu meu pai, ela tinha apenas 17 anos e me teve com 20. Meu pai veio de uma família com condições melhores do que a família da minha mãe, tanto é que quando meus avós morreram em um acidente de carro, eles deixaram a casa que eu moro atualmente, que fica em uma das melhores regiões de Los Angeles.

Todos me chamam de metida por morar
nessa rua, mal sabem eles que tudo isso
que eu tenho foi herança dos meus avós que eu nem cheguei a conhecer.

Meus pais se separaram ano retrasado,
foi doloroso pra mim e pra Ana  (minha
irmã mais nova) ver eles brigando toda
hora, então acho que foi a melhor coisa a se fazer.

Faz um ano que ele não se encontra com
nós pessoalmente, ele só liga pelo menos
uma vez por semana e continua pagando a pensão. Tudo que eu sei dele é que arrumou uma esposa nova e agora está morando na Austrália com ela. Ele sempre diz que um dia ele vai me levar lá, mas duvido muito que isso aconteça.

Minha casa ficava no fim da rua então eu nunca tive a necessidade de aprender a
dirigir, eu ia a pé para todo lugar.

Fui caminhando até em casa naquela rua
escura, eu estava muito triste, mas procurei ficar de cabeça erguida e lidar com tudo.

Fui andando e observando todas aquelas casas enormes e iluminadas naquela rua, as famílias que moravam lá eram muito bem de vida.

Passei por uma que me chamou mais a
atenção.Duas  menininhas uma  de cabelo cacheado e outra de cabelo liso e olhos verdes  acenando pra mim de uma janela, elas deveriam ter em média uns 3,5  anos , acenei de volta e sorri, depois fui em direção a minha casa que era uma das últimas da rua.

Entrei e me sentei no sofá, coloquei minha cabeça entre minhas duas mãos e suspirei forte, não era nada fácil tentar realizar seus sonhos.

Minha mãe desceu as escadas e me viu no sofá.

-Oi filha- Se sentou ao meu lado - Aconteceu alguma coisa?

-O café vai fechar, fui demitida - Ela me abraçou e alisou meus cabelos.

- Não fica assim, você vai encontrar outra coisa logo logo - Beijou minha testa -Agora vai jantar, fiz Strogonoff - Sorriu.

A obedeci e fui para a cozinha.Ana  já estava comendo, sorriu ao me ver.

-Oi - Beijei sua testa. - Que bom que eu cheguei, se não você acabaria com toda a comida- Brinquei e ela revirou os olhos, acabei rindo.

Coloquei minha comida no prato e me sentei ao lado da minha irmā, comecei a mexer no celular enquanto comia e acabei entrando em uma página que avisava sobre todas as coisas aqui da região, vi um anúncio que me chamou a atenção.

"Contrata-se babá para cuidar de duas
crianças (gêmeas) de quatro anos.
Periodo: das 13:00 até às 22:00.
Local: casa dos Urrea, rua Xooooox, número XX.
Para mais informações entrar em contato com o número xx XO-XOx, grato."

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A Babá- ɴᴏᴀʀʀᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora