Ali estava ela. A garota de baixa estatura de cabelos castanhos e franjinha que lhe deixava com uma aparência tão delicada quanto uma boneca de porcelana. Essa era Roh Jisun, a quedinha – que poderia ser descrita melhor como precipício – de Jang Gyuri, que lhe observava como uma bela trouxa apaixonada.
— Você deveria falar com ela sobre isso — Saerom diz, abraçando Hayoung por trás, que por sua vez zoava de Gyuri junto com Chaeyoung — E você, Habbang, deveria parar de zoar a Gyuri. Ou já se esqueceu de que demorou mil anos para me chamar para sair, e no final, eu quem tive que chamar quando notei que você gostava de mim?
— Se ferrou, Hanyang! — Riu Chaeyoung, tirando sarro da menor.
— Por que só eu levo bronca? — Reclamou Hayoung com um biquinho nos lábios.
— Também não entendo. A Chaeyoung trava só de ficar perto da Nakko — Gyuri retrucou, emburrada — Já se esqueceu da patada que levei dela no dia que eu tentei falar com ela, Romsae? Eu tenho certeza que ela me odeia.
— Não é bem assim... — Saerom respondeu, sem graça.
Um dia, Gyuri decidiu que iria tentar conversar com Jisun para tentar se confessar de uma vez, mas não deu muito certo. Digamos que a Jang ficou tão concentrada em se preparar para falar com a menor, que não percebeu que a amiga dela, Jiwon, provocava a garota na intenção de deixa-la brava, e que logo quando a Roh tinha chegado no limite, foi justo no momento em que Gyuri tinha posto a mão no ombro da menor para chamar a atenção dela e conversarem, mas resultou em uma Jisun gritando, achando ser Jiwon a fazer aquilo.
— Yah! Para com isso! — Gritou Jisun, sentindo a raiva preenchendo seu corpo todo.
— Ein? Desculpa... — Pediu Gyuri, confusa e com vergonha ao mesmo tempo. Não quis passar vergonha por mais tempo, então a única reação que teve foi a de correr dali.
Quando a menor havia notado o acontecido, não soube onde enfiar a cara, passando a evitar Gyuri a todo custo nos dias seguintes. Jiwon nunca mais procurou irritar Jisun, passando a temer pela sua vida depois daquilo. Os tapas da garota eram bem doloridos...
— Ela é linda e tudo mais, mas afinal o que você viu nela, Gyuri? — Chaeyoung perguntou, confusa.
Gyuri sorriu bobamente, e dali suas amigas tiveram a certeza de que a garota iria boiolar, e muito!
— Acho que a Jisun é como as estações, mas não sei explicar muito bem, talvez seja pelos seus olhos que são frios como o inverno, ou pelo seu sorriso que derrete o meu coração assim como o sol no verão. Ela é linda igual as flores na primavera, mas também odeio quando ela fica triste, pois me lembra o outono quando as folhas caem — Gyuri respirou fundo, lembrando de cada detalhe de sua grande queda, logo continuando — Enfim, ela é inconstante assim como o clima, sabe? Nunca vi alguém mudar tão rápido de humor que nem ela. Ela é como um dia chuvoso, mas que também neva, faz calor e venta. Tudo isso ao mesmo tempo. Eu sou completamente apaixonada por Roh Jisun.
As garotas estavam tão focadas na longa confissão de Gyuri que nem notaram que tinha uma baixinha escutando tudo desde o início, com o coração batendo rápido. A intenção de Jisun era pedir desculpas para Gyuri por conta do que tinha acontecido no outro dia, mas acabou ouvindo uma confissão que era para si sem querer.
Assim que Hayoung notou a presença da menor, ela arregalou os olhos, começando a cutucar Gyuri sem parar enquanto encarava Jisun sem sequer piscar.
— O que foi, Hayoung?! Quer arrancar meu braço?! — Perguntou a Jang, passando a mão no braço que havia sido cutucado sem dó e nem piedade pela amiga, logo estranhando a demora para a garota responder. Quando olhou para Hayoung, notou que a mesma estava olhando para um ponto fixo e decidiu olhar para o mesmo lugar, sentindo o arrependimento bater no mesmo instante.
Por coincidência do destino, seus olhos se encontraram no mesmo instante, deixando ambas as garotas extremamente nervosas e tímidas pela situação em que se encontravam. Saerom percebeu que estava rolando um clima por ali e puxou Hayoung e Chaeyoung para outro lugar apressadamente, a fim de deixar as duas garotas sozinhas.
Mas o que aconteceu depois disso foi ainda mais surpreendente. Jisun acabou chorando, deixando uma Gyuri completamente perdida e sem saber o que fazer. Pensou até mesmo que falou algo errado que tivesse magoado a garota, ou até mesmo estressado ela ao ponto de chorar de raiva, mas não era bem isso.
— Isso foi tão gay! — Jisun diz, dando um leve empurrão em Gyuri, que quase foi parar do outro lado por não ter tanto equilíbrio no corpo, e também por estar totalmente surpresa com o ato da menor — Yah! Por que não disse isso antes?
— Eu tentei... Só que você disse "Pare com isso", então eu decidi não falar mais nada — Explicou em voz baixa, completamente anestesiada com a presença de Jisun
A maior tinha as mãos para o alto, como se estivesse em rendição por algo. Jisun sorriu, limpando as lágrimas em seguida.
— Quando você colocou a mão no meu ombro, eu pensei que fosse Jiwon, já que ela estava me provocando o tempo todo. Mas não era — Explicou a menor, com uma expressei divertida no rosto. Tinha se sentido culpada antes, mas agora achava a situação engraçada — Assim que notei que era você, eu travei e não soube o que fazer, e mesmo que eu tentasse falar algo, você já tinha pedido desculpas e saído correndo rapidamente.
— Oh... Agora tudo faz sentido — Gyuri diz, aliviada por não ter sido ela a ter estressado Jisun, porém tal alívio vai embora depois de ter se lembrado da confissão — Mas enfim, eu sei que você não sente o mesmo por mim, então não precisa dizer nada sobre isso, sério!
— Você é lerda, Jang Gyuri? — Perguntou Jisun, revirando os olhos. Gyuri sentiu o corpo tenso imediatamente, sem entender mais uma vez a garota em sua frente — Como eu disse antes, eu travei quando percebi que era com você que eu tinha gritado. Eu passei a te ignorar porque não sabia mais como te olhar sem sentir vergonha pelo que tinha acontecido. Eu chorei agora pouco pela confissão, porque foi a coisa mais gay e fofa que já ouvi na vida. E sabe por que me senti assim? Porque eu também gosto de você do mesmo jeito que você gosta de mim!
— Você gosta mesmo de mim?! — Gyuri questionou, sentindo a felicidade explodir em seu peito. Assim que Jisun assentiu, um pouco sem jeito, a Jang se aproximou da garota, dando um abraço apertado e longo nela, que aceitou e ficou no aperto por algum tempo
— Certo, tempo suficiente de abraço. Só terá direito a mais abraços depois que me levar a um encontro — Exigiu a de franjinhas, saindo rapidamente do abraço e deixando uma Gyuri insatisfeita para trás.
— Mas...
— Sem "mas"! Lembre-se de que sou igual ao clima. Eu conheço sua mente também, sabia?
— Acabei de notar — Brincou a Jang, arrancando um sorriso da Jisun
— Quando você ver o novo "eu", como vai se sentir? Tenho medo de que esse meu jeito inconstante de ser na verdade te irrite — Perguntou a menor, sentindo a insegurança bater por um instante
— Não precisa se sentir insegura, pelo menos não enquanto eu estiver aqui. Não se preocupe, não consigo te odiar de forma alguma — Gyuri respondeu enquanto sorria carinhosamente.
— Você é brilhante — Jisun elogiou, sorrindo junto com a maior.
Enquanto isso, as três garotas observavam a interação de Gyuri e Jisun com lágrimas nos olhos. Na verdade, apenas Saerom e Hayoung, já que Chaeyoung não conseguiu parar de rir depois de ter visto Jisun empurrando a outra. Pois é, tudo está em seu estado normal.
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weather • gyulsun
Fiksi Penggemar"- ... Ela é inconstante, assim como o clima" Onde Gyuri conta pelo que é apaixonada em Jisun, sem saber que a mesma ouvia tudo que ela estava dizendo.