Eu não sei como, mas minha língua foi parar na boca de Juan.
Sei que teve um consentimento no meio disso tudo.
Num minuto estávamos dançando e no outro...
Agarrados dentro do banheiro.
Culpei meus tropeços e tontura pelas luzes vibrantes em neon.
Deslizei minhas mãos pelo macacão de fazendeiro dele, parte de sua fantasia de espantalho, tentando tirar sua roupa e abaixar sua calça quando alguém bateu, ou melhor, esmurrou a porta do banheiro. Em meio a música alta, era única maneira de escutar algo.
— Eu preciso usar o banheiro!
Antes que eu agisse, Juan abriu a porta, e lá estavam Isadora e Ana Carolina com suas maiores caras lavadas do mundo.
— Ocupado, Chul? — Carol me lançou um sorriso malicioso, e eu abri a boca para responder, contudo, Juan me empurrou para fora do banheiro com uma de suas mãos em minha cintura.
— Por que tenho a impressão que elas não vão usar o banheiro para fazer xixi?
Ele mordeu o lóbulo da minha orelha.
— Porque a gente também não fez isso.
Eu soltei um risada, enquanto passávamos por Rafa e Ty, quando o loiro deu um grito.
— EU SABIA! Me deve 10 reais, Tyler. Aposta é aposta.
— Eu não tenho dez reais. — O garoto de cabelos castanhos respondeu.
— Então vai ter que me pagar de outro jeito... — Rafael chegou beijando seu pescoço e ambos se encostaram na porta do banheiro e começaram a se pegar.
Entendi que havia chegado naquela parte da festa que todos estão com um fogo no cu danado e está tão calor que nem parecia que o mundo ameaçou acabar em água mais cedo.
— Acho que o banheiro é o novo cabaré. — Juan falou.
— Sem dúvidas.
— Alguém disse cabaré? — Rebecca apareceu de mãos dadas com João Pedro, fazendo uma dança sensual com o que seja lá o que for que estivesse tocando, porque eu não sabia. Meu cérebro virou geleia e não processa mais nada.
— É o banheiro. — Respondi. — Tem uma ótima ambientação se desconsiderar o cheiro de urina e vômito.
Ela fez uma careta.
— Está ruim assim?
— Suportável.
— Sorte que não sou eu que vou limpar.
— Provavelmente eu ou o Tyler ficaremos com essa missão.
Rebecca suspirou.
— Ok, chega de pensar no amanhã. Bora mexer essa raba!
Ela me arrastou junto com Juan para pista de dança.
Tyler tinha razão. Rebecca era mesmo muito legal.
Perco a noção do tempo. Tudo se torna flashes em minha memória entre suor e brilho, ainda que aquela casa estivesse habituada para ser assustadora, eu estava radiante. Estou radiante. Como se realmente vivesse na Terra do Nunca e jamais fosse crescer. Sem preocupações com o futuro ou qualquer outra merda da vida adulta que está por vir.
Essa noite, eu sou Peter Pan.
Dancei com meu corpo colado no de Juan, Ty, Rafa e quem quer que estivesse por perto. Isa e Carol não demoraram a se juntar com nosso grupo, depois de usarem "devidamente" o banheiro.
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Eu sou Peter Pan | Conto de Halloween
Teen FictionA festa da Halloween de Chul e seus amigos tinha tudo para ser perfeita, porém com Samuel envolvido logo mais as coisas fugiriam do controle. Não que Chul estivesse tão preocupado com o descontrole dessas coisas, já que ele próprio estava perdido em...