RECOMEÇO

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      Sete meses tinham se passado Cibely e Nicolas tinham fortalecido ainda mais a amizade, as coisas estavam correndo muito bem, seu braço havia melhorado e ela voltou a trabalhar, sua barriga estava cada vez  maior ela já havia completado os noves meses, e mal esperava a hora de ter essa criança, de colocá-la em seus braços.

_ Bom dia para a grávida mais linda dessa cidade e dessa Vila.

_ Como você é exagerado Nicolas, eu estou me sentindo uma bola.

_ Hum não concordo com você, eu acho que você tá cada vez mais linda.

_ Larga de ser bobo, você só tá falando isso por que é meu melhor amigo.- disse Cibely convicta.

_ "Melhor amigo" é claro - falou Nicolas desanimado.

_ Aconteceu alguma coisa? Disse algo de errado?

_ Não tá tudo bem, bem é melhor eu ir trabalhar, a gente se ver mais tarde.

_ Claro, tenha um bom dia no trabalho.

_ Você também.

       Nicolas trabalhava como ferreiro, ele sai todos os dias às sete e voltava às oito da noite, Cibely sempre tirava um tempo do seu trabalho e ia até o trabalho de Nicolas deixar seu almoço, todos começaram a desconfiar de que havia algo entre Nicolas e Cibely.

         Os boatos corriam soltos por Heron, embora eles desmentissem qualquer envolvimento às pessoas não paravam de comentar, muitos falavam que Nicolas era o pai da criança que Cibely carregava no ventre, outros diziam que a criança era órfã de pai e para preservar a honra de Cibely ele assumiu a criança.

_ E então Nico, já falou do seu amor para a Cibely? - perguntou Diego.

_ Eu tentei mas...... Ela só me olha como amigo, como seu melhor amigo. - disse Nicolas com tristeza.

_ As vezes você pode ter interpretado errado, tipo, e se ela considerar você como melhor amigo quase namorado?

_ Isso não faz sentido Diego, mas eu tomei uma decisão.

_ E qual seria? - Perguntou Diego confuso.

_ Eu vou falar o que eu sinto por ela hoje, vou declarar o meu sentimento , quero acabar com essa agonia eu a amo e não quero esconder esse sentimento, dependendo da resposta eu vou continuar ao lado dela como eu prometi. - falou Nicolas orgulhoso.

_ Você realmente tá apaixonado cara?! Tá colocando sua reputação em jogo por conta da Cibely, é isso que eu chamo de amor.

_ Minha reputação?

_ Sim, você vai assumir um filho que não é seu, não sei se é burrice ou atitude de um grande homem. - disse Diego com um ar confuso.

_ Olha, sabe o que você faz de melhor?

_ O que?

_ Calar essa sua boca e voltar a trabalhar - falou Diego irritado.

_ Tudo bem, mas saiba que eu acho legal isso que você tá fazendo. Boa sorte com sua declaração.

       A noite havia chegado, Cibely sempre chegava cedo em casa, ela trabalhava para a dona Lola em uma barraquinha de frutas não ganhava muito, mas era o suficiente para ajudar nas despesas da casa.
  
      Dona Lola se preocupava com Cibely por isso a deixava trabalhar apenas meio espediente, como a gravidez já estava em seu último período, dona Lola tentou despejar Cibely até que a criança nascesse e ela se recuperasse do parto, mas Cibely se recusou disse que queria trabalhar e que na hora certa essa criança viria.

      Cibely fazia o jantar quase toda noite, quando ela estava muita cansada Nicolas era responsável pela comida, ela se culpava por dar tanto trabalho a ele, ela queria poder fazer mais não gostava de ser um peso.

_ Cheguei, humm, que cheiro gostoso.

_ Que bom que gostou, estou fazendo seu prato favorito. - falou abrindo um largo sorriso.

_ Espera aí, é alguma data especial? É meu aniversário? Até onde eu lembro meu aniversário é no outono. - disse brincalhão.

_ Nossa você é muito sem graça sabia?

_ Não sabia não, até por que eu adoro meu senso de humor.

_ Claro é o seu senso de humor, mas voltando ao assunto, é .......... Eu queria agradecer por você ter me ajudado por todo esse tempo, por ter ficado ao meu lado mesmo com as fofocas por aí, eu sou eternamente grata desde o dia em que você me socorreu no Vale.

_ Já que você tocou nesse assunto o que aconteceu com a pai dessa criança? Por que você nunca me falou o que aconteceu naquele vale? - falou Nicolas se aproximando de Cibely.

_ Eu já falei, ele era mercador o navio em que ele se encontrava afundou e em relação ao Vale, eu já disse a você que eu não me lembro de nada. - falava Cibely de cabeça baixa, pois não queria que ele visse a tristeza e dor em seus olhos.

     Ainda doía muito lembrar no que aconteceu a nove meses atrás, ela ainda sentia uma leve dor em seu braço o que fazia lembrar do seu último encontro fatídico com Zeus.

      Nicolas a observava, sua afeição, a tristeza em seus olhos, ele sempre foi muito observador principalmente quando se tratava de Cibely , nos seus vinte anos era a primeira vez que ele a via tão perdida, com tanto medo na verdade era até estranho falar que Cibely McCartney estava com medo, ela sempre se mostrou tão corajosa, quando criança ela nunca chorava mesmo depois de machucar feio o joelho, ele lembrou da vez em que ela caiu do cavalo e torceu o tornozelo mesmo sentimento tanta dor ela não derramou uma lágrima e agora todas as noites ela passava horas chorando, tinha virado rotina, Nicolas a admirava desde criança sempre teve ela como um exemplo, a menininha de cabelos loiros e ondulados com a pele tão branca que brilhava ao sol, ele havia apelidado ela de estrela, era o grande exemplo para um garoto rebelde que sempre estava metido em confusão, os seus cabelos lisos sempre com a medida acima do ombro, eles não haviam mudado muito ela adquiriu um pouquinho mais bronzeado pois ia todos os dias deixar comida ao seu pai no campo e ele havia ganhado mais corpo o trabalho duro como ferreiro havia dado resultado, eles mudaram mas a admiração dele por ela continuava a mesma, não com toda certeza não, ele admirava ela ainda mais, Nicolas queria aquela mulher mais que tudo, queria proteger ela de tudo e de todos queria ser o porto seguro dela, queria cuidar dela e da criança, queria sarar toda aquela dor que a atormentava noite após noite. Ele não se importava com o que as pessoas de Heron estavam  falando, a única coisa que importava era se ela iria aceita- lo.

_ Eu a amo.

_ O que você disse? Perguntou Cibely um pouco confusa.

_ Isso mesmo, eu a amo, a amo com todas as minhas forças, a amo desde o primeiro dia em que a vi você correndo atrás daquele garoto por que ele havia pegado sua pulseira da sorte, eu sei que eu não sou o melhor cara pra você e sei que você talvez não sinta o mesmo por mim - falava com a voz trêmula por conta do nervosismo - mas eu quero poder amar você, quero poder chamar você de minha mulher e quero que essa criança carregue o meu nome...

_ Nicolas eu.......

_ Eu sei Cibely, tudo isso deve tá sendo muito confuso , mas eu falo a verdade, não sei o que fizeram a você naquele dia no vale, mas me deixe concertar isso, eu posso fazer você feliz eu quero fazer você feliz, eu quero ser seu marido, eu quero ser seu.

       Sem esperar uma resposta de Cibely, Nicolas se aproximou e a beijou, a beijava como uma criança que saboreava o seu ótimo doce.

_ Eu a amo Cibely,  EU TE AMO.......
   

A Princesa do OlímpoOnde histórias criam vida. Descubra agora