A Casa Gaunt.

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Durante a pausa, Aurora decidiu pegar as anotações do Príncipe e passar para um caderno, assim poderiam estudar com cuidado e utilizar somente o que realmente não era perigoso e útil. Claro, eram muitas, então ela não conseguiu pegar tudo, mas bastava para que a ADM pudesse usar em suas aulas.

-E se for uma garota? E não garoto?-Hermione pergunta.
-Poderia ser...-Aurora diz pensativa. -Acho que eu já vi algum sobrenome "Prince" nos estudos das famílias sangue-puro...
-Mas nunca vi nenhum em Hogwarts. -Teddy diz.
-Se era mulher, ela pode ter casado e mudado de sobrenome. -Avisou Harry.
-Estúpido. -Aurora diz baixinho. Harry a olha. -Só dizendo, eu não tiraria meu nome. Eu posso não acreditar em nada dos sangue-puros, mas os nossos nomes tem história neles. Ao mudar de nome, você está apagando tudo.
-Nem todas as famílias merecem ser lembradas, não acha?-Ron pergunta.
-Talvez não a família por inteiro, mas alguns membros mudaram a história e com as mudanças de nomes, é difícil encontrar informações. Tipo...Os Peverell! Quem sabe quem são seus decendentes?-Aurora diz.
-Quem?-Harry pergunta.
-Eles eram inventores e grandes bruxos. Alguns dizem que eles estão representados no livro de Beddle, o Bardo. -Aurora diz.
-Quem?-Hermione pergunta.
Aurora, Teddy e Ron os olham.
-Esqueci que vocês cresceram ouvindo os contos infantis trouxas...-Aurora diz.
-São as histórias que ouvimos quando éramos pequenos. São bem interessantes e sempre nos ensinam uma lição de moral no final, mas tem toque de verdade entre eles porque...Sabem como é, magia! -Teddy sorri.
-Podemos ver depois uma cópia na biblioteca, vocês vão gostar!-Ron diz animado.
-Tá, então...A família Prince tem chance de ter sido uma família puro sangue que desapareceu por mudar de sobrenome...-Hermione diz pensativa.
-Basta a gente procurar sobre.-Harry diz.
Aurora nega com a cabeça.
-Mestiço. -Ela aponta pro nome no livro. -Os sangue puros muitas vezes não registram em suas tapeçarias ou histórias sobre eles. Por serem uma vergonha. Teddy está na tapeçaria Black porque meu pai é o atual Lorde Black, mas a mãe dele foi queimada. -Avisa Aurora.
-Um verdadeiro enigma. -Bufa Ron.

XxX

A noite, depois se despedir dos amigos, Harry foi para o escritório de Dumbledore. Evitando no caminho uma Trelawney bêbada.
Ele subiu rapidamente para a sala do diretor.

-Quem bom que chegou, Harry. -Dumbledore oferece a cadeira e ele se senta. -Hoje iremos iniciar nossas aulas e investigações para prevermos os próximos passos de Voldemort.
-Isso vai ser difícil...-Harry diz.
-Não tenho dúvida disso. -O diretor sorriu. -Aqui. -Ele mostrou um vidrinho. -Estão as lembranças de Bob Ogden. Ele era funcionário do Departamento de Execução das Leis da Magia. Vamos?
Harry se levanta e eles vão pra penseneira, entrando nas memórias de Bob.

Eles estavam perto da vila de Little Hangleton.
-Esse é Bob. -Dumbledore aponta.
Bob Ogden se aproximou de um chalé em ruínas.
De repente, outro bruxo aparece. Ele era jovem bruxo com diversos dentes faltando e olhos pequenos, negros, um olhando em cada direção.
-Desgraçado. Novamente um desses estúpidos funcionários do Ministério. Mestiços imundos! Estão levando a magia para a desgraça!-Ele disse em parseltongue, o que pareceu incomodar e muito Odgen.
Um bruxo mais velho aparece. Ele deve ter ouvido o rapaz falando na língua das cobras.
- Morfin,  o que está acontecendo? Oh! Muito prazer, sou o Senhor Gaunt. -O bruxo mais velho se apresentou com requinte.
-Boa tarde, senhor. Eu vim...A mando do Ministério para falar sobre Morfin. -Bob parecia muito nervoso.
-Entre. Vamos conversar lá dentro. -Senhor Gaunt abriu a porta. Morfin entrou correndo, chutando algo no chão.-Não se incomode com minha filha estúpida. Merope. -O homem apontou para uma bruxa.

Merope  é uma adolescente, com idade para ainda estar em Hogwarts. Ela está na cozinha. Um rosto comum, palído e assim como Morfin, seus olhos eram divergentes.

-Senhor Gaunt...Fomos informados que seu filho vem praticando magia na frente dos trouxas...O senhor sabe que isso não pode continuar. -Odgen finalmente diz o que queria.

De repente, Merope deixa um pote cair na cozinha.
-Sua estúpida! Vai quebrar quantos potes até aprender! Tome cuidado!-O Senhor Gaunt esbraveja. -Garota estúpida, por isso que nunca quis ter filhas. Mas parece que tive azar.

Odgen a olha com pena e respira fundo.
-Senhor Gaunt, Mordin quebrou a lei dos bruxos. -Ele entregou um papel. -É uma intimação para ele comparecer a uma audiência.
-Está vendo isso aqui?! -Gaunt mostra seu anel de Lorde. -Eu sou um Lorde, descendente dos Peverell! -Ele de repente puxou sua filha pelo braço e puxou seu medalhão. -E isso aqui?! É o medalhão da Sonserina! De Salazar Slytherin!Somos descendentes diretos de duas grandes casas! -Ele parecia bem bravo agora.
-Senhor Gaunt. -Odgen suspira. -Eu não estou realmente interessado no sangue que corre em suas veias. Nada me interessa seus antepassados quando no presente seus descendentes fazem bagunça. Estou aqui por causa de Morfin e o tal trouxa em quem ele lançou uma azaração.

Eles escutam cavalos se aproximando.
-É o Trouxa de quem Merope gosta. O que eu azarei, papai.-Morfin diz parseltongue.
-Por que você está suspirando por um trouxa? -Gaunt pergunta raivoso. Novamente a língua incomoda Odgen que fica em silêncio. -Me responda, garota estúpida!

Quando ela não responde, apenas se encolhendo, o senhor Gaunt a ataca. Odgen fica na frente, a protegendo.
-Pare agora, se não te levarei para o Ministério por ferir a sua filha, Senhor Gaunt!-Odgen levantou sua varinha.
Morfin levanta a sua. Faíscas verdes saíam da ponta, Odgen arregala os olhos e corre pra fora da casa.
-Saíam daqui!-Ele diz para o tal Trouxa e sua namorada. 

Harry e Dumbledore saem da lembrança.

-Ogden voltou logo depois com reforços do Ministério da Magia. Morfin foi condenado para Azkaban por três anos enquanto Marvolo Gaunt recebeu pena de seis meses. -Dumbledore explica.
-Marvolo! Marvolo era o avô de Voldemort. -Disse Harry arregalando os olhos.
-Merope era a mãe de Voldemort, e seu pai era aquele Trouxa elegante montado num belo cavalo, que Morfin atacou. -Dumbledore explica.
-Peverell...Aurora me falou desse nome. É uma família antiga sangue puro. Não é?-Perguntou Harry e Dumbledore sorri, assentindo.
-Mas Dumbledore...Como que esse trouxa, Tom Riddle, sendo tão bonito, pode se casar com uma pessoa tão...Desculpa a palavra, mas sem atrativos como Merope. -Diz Harry tentando ser delicado.
-Suspeito que ela usou uma poção do amor. Assim, os dois fugiram juntos, causando um escândalo. -Dumbledore diz e Harry se lembra do ano passado quando os gêmeos ficaram muito irritado com Marita e Chang tentando usar a poção em Aurora. -Marvolo nunca a perdoou e morreu logo depois que saiu de Azkaban. Alguns meses depois, Riddle retornou à sua mansão sozinho, dizendo que ele foi enganado.
-Pobre homem. -Harry diz e Dumbledore levanta uma sobrancelha. -O que ela fez foi basicamente abuso. Teria acontecido o mesmo com Aurora no ano passado. A mãe de Voldemort pode ter sofrido muito, mas o que ela fez foi errado.
Dumbledore concorda.
-E ela, talvez, Merope acreditasse que esperando um bebê de Tom ele ficaria preso a ela e parou de usar a poção do amor, ou talvez ela tenha perdido a habilidade de fazer magia. -Diz o diretor.
-Ela não o criou...Certo?-Perguntou Harry.
-Não. Voldemort foi criado num orfanato, Merope morreu após ele nascer. -Dumbledore informa.
-Eu..Posso contar isso aos outros?-Perguntou o menino.
-Pode, claro. Vocês são uma equipe agora e eu acho que a sua. -Dumbledore sorri. -A sua namorada é muito esperta, assim como Senhor Lupin, Senhorita Granger e o senhor Weasley. Eles podem nos ajudar. Mas somente eles, Harry.
O garoto concorda rapidamente e começa a olhar em volta. Ele repara um anel quebrado sobre a mesa, o mesmo anel que Dumbledore usava quando eles visitaram Slughorn, e o mesmo que Marvolo Gaunt estava usando em sua lembrança.
-É o anel dos Peverell. O que ele faz aqui?-Perguntou Harry.
-O consegui recentemente. Mas vamos falar disso mais tarde. Boa noite Harry.

Harry saí do escritório do diretor e corre pra a torre.

Os Herdeiros dos Marotos e o Enigma do Príncipe.Onde histórias criam vida. Descubra agora