Olá pessoas maravilindas, voltei e trago lágrimas...
❤️_____BOA LEITURA___ ❤️
TEMARI
Eu não me lembro de muita coisa de quando eu estava dormindo, mas me lembro da voz dele, ele me contava lembranças, lembranças de quando estávamos juntos e dos seus dias sem mim, eu ouvia tudo enquanto dormia, eu queria acordar, ele me chamava e isso me fazia querer abrir os olhos, um dia eu consegui abrir os olhos.
Me lembro que quando eu acordei ele estava ali, eu quis falar, mas não consegui, existia alguma coisa nele que me fazia ficar agitada, não, eu ainda não sabia seu nome, mas ainda assim eu queria apertar sua mão, só que minha agitação de ter acordado tão repentinamente os fez entrarem correndo, e eu apaguei.
Me lembro que quando eu acordei novamente os olhos dele estavam lá, me olhando com aqueles grandes e brilhantes pelas lágrimas, Shikamaru, eu não lembrei dele quando acordei mas lembrei da sua voz, do seu sorriso, do aperto de suas mãos e dos olhos.
No início tudo foi muito confuso, eu não entendia, eu queria falar, mas não conseguia falar, eu não conseguia me mover e toda vez que eu me esforçava demais aquela máquina apitava.
Ele me acalmava, ele apertava a minha mão eu reconhecia aquele aperto, era quente, era confortável a maneira que os dedos dele acarinhavam as minhas mãos, e quando ele sorri, quando ele sorri parece que um milhão de imagens aparecem na minha cabeça, Shikamaru me trouxe de volta e trazia minhas lembranças de volta.
Os dias passavam arrastado mesmo quando eu recebia visitas, ou tinha fisioterapia e ou fonodiólogo, quando mais eu ganhava de volta minha autonomia e minhas memórias, mas eu queria sair daquele quarto, daquele hospital.
Um dia, quando eu já sabia quem era Shikamaru eu o olhei e senti saudade, saudade dos lábios dele, então eu segurei sua mão e o puxei com a pouca força que eu adquiri nesses dias, o puxei para perto e ele se deixou puxar, nossos olhos se encontraram, lembro que ele me encarava atentamente, ele não piscava, e como imã eu me senti puxada para um beijo de saudade, um beijo que parecia calmo mas que se transformava em algo voraz, repleto de sentimentos.
O problema desse tipo de beijo tão cheio de sentimentos é que por vezes ele pode desencadear sentimentos que não são tão bons assim, minhas lembranças do dia daquele fático acidente voltaram com tudo, eu o empurrei e ele me olhou confuso, eu gritei em desespero enquanto minhas mãos iam até meu ventre, e então mesmo que tenha passado dias, meses, eu senti a dor ali naquele lugar e senti um pedaço de mim se esvaindo.
Eu senti raiva, senti muita raiva, raiva por ele não ter me contado o que havia acontecido, raiva por ter perdido minha cria, raiva pelo acidente. Eu o mandei sair, eu não o queria ali, ele havia me enganado, então os enfermeiros entraram correndo, pediram para ele sair, mas ele se recusava, a última coisa que eu lembro daquele dia foi das suas lágrimas.
Depois daquele dia eu me lembrei de Kankuro, meu irmão mais velho, eu me lembrei de como seu sorriso era acolhedor e de quão sério ele fingia ser, me lembrei de quando eu descobri que ele era gay, da nossa primeira festa até altas horas, das nossas fugas no meio da noite, dos nossos planos, eu me lembrei do sangue, da batida, das sirenes, do corpo inerte dele, ensanguentado, sendo coberto pelo fino tecido, ele tinha morrido, aquele maldito acidente me fez perder a pessoa mais importante do meu mundo.
Eu fiquei em negação por dias, eu chamava por ele, chamava desesperadamente por meu irmão como se a qualquer instante ele fosse abrir a porta do quarto, mas ele não entrava, eu preferia não ter lembrado, ter continuado a dormir, agora eu não tinha nada.
As visitas de Shikamaru passaram a ser torturantes, eu me lembrava de tudo que eu havia perdido e de tudo que ele ainda tinha, era injusto com ele, mas eu não queria justiça. E ao contrário de tudo que podia se supor eu gostava das visitas do meu pai, ele era um homem complexo, que nos amava e que mesmo quando descobriu que Kankuro era gay continuou o tratando com o mesmo afeto de sempre.
Quando meu pai aparecia ele trazia em si minhas lembranças de infância, eu gostava disso, ele me contava coisas da minha mãe, trazia fotos, trazia textos, trazia lágrimas. Eu gostava de quando começávamos a conversar sobre Kankuro, eu tinha perdido meu bebe e ele havia perdido um filho, nos entendíamos bem e as vezes tudo que queríamos era silêncio e companhia.
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Closer
FanfictionGaara sofreu um acidente, Temari ficou em coma, Kank morreu, a ele restava o apenas um pai problemático ou um cunhado ressentido. Shikamaru, o cunhado, aceitou a tarefa de cuidar dele e o ajudar na readaptação. *** ATENÇÃO - Essa história contém (Na...