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— Que saco Renjun, a Sarang está bem. Agora mesmo ela e o Jeno estão na sala dançando no Just Dance. Vá se divertir Jun, e fique ciente que se ligar de novo vai ganhar um grande vai tomar no cu — Chenle provocou e encerrou a ligação sem me dar o direito de responder.

Após rir sozinho com a fala de Chenle, retirei o telefone de minha orelha e olhei as horas na tela de bloqueio, "21:37", foi aí que me dei conta do que estava acontecendo.

Numa noite de sexta comum eu estaria com Sarang em nossa casa, fazendo pipoca e separando algumas outras guloseimas enquanto ela estaria no sofá com a maquiagem e o controle da TV a minha espera para o "Sarang's Day". E assim após comermos algumas coisas ela me faria de cliente em seu salão de beleza e me encheria de maquiagem e rabinhos em meu cabelo, iríamos assistir algum desenho que ela goste e iríamos dormir juntos em uma cabana que tinha em seu quarto.

Mas hoje havia sido diferente.

Chenle decidiu ficar com a minha filha para ele e Jeno cuidar, com a desculpa de que eu devia sair para dançar, beber e beijar na boca, pois eu ainda era jovem. Foi difícil ele me convencer que ele e o Jeno irão cuidar bem de minha filha, não que eu também duvidasse disso, conhecia bem Chenle e Jeno, o problema era comigo mesmo, fazia bastante tempo que eu não saía para curtir com dessa forma sem meus amigos.

Só depois de muita insistência dos Jenle e questionamentos internos, aqui estou, às 21:37 de uma sexta-feira em uma boate qualquer em Hongdae tentando seguir algum dos outros conselhos de Chenle enquanto bebia soju. Analisei as pessoas que estavam no estabelecimento, a boate estava lotada, havia pessoas de todos os estilos dentro dela, algumas bebendo em grupos, outras sozinhas, pessoas se agarrando e a pista lotada enquanto tocava algum pop conhecido junto de luzes azuis e vermelhas. Olhei em direção à entrada e meus olhos pousaram em uma figura alta e parecida com um tipo de anjo que entrava na boate e caminhava calmamente até o bar, que coincidentemente era onde eu estava sentado.

O rapaz se sentou três bancos à minha esquerda, pude ouvir seu pedido, já que saiu um pouco alto demais por causa da música, o pedido foi um copo de whisky, ele era alto, possuía um nariz um pouco empinado, cabelos escuros e um sorriso bonito que fazia um perfeito eye smile, apareceu após agradecer o barman. Ele é o tipo de pessoa que não tem como não olhar, pois chama a atenção das outras com uma beleza simples e natural. Neste momento que entrei em guerra com meu eu interno pois parte de mim queria ser cara de pau e encarar o rapaz com sua beleza estonteante, já a outra parte dizia para eu parar de pensar como um maluco e agir como uma pessoa decente.

Minutos se passaram até eu terminar minha auto reflexão, que foi finalizado comigo fazendo o que a parte de mim que dizia para não cair na tentação pedia. Pedi outra dose de soju, e quando paguei a conta levantei e fui em direção à pista de dança.

Decidi seguir mais um dos conselhos do meu amigo e resolvi seguir o ritmo da música.

Eu não havia percebido quanto tempo passou, até porque eu havia me divertido bastante enquanto dançava. Outra coisa que não percebi era os olhares de um certo alguém.

Como eu estava a um certo tempo sem comer, ouvi meu estômago roncar e foi sorrindo que sai da boate em busca de algum lugar para comer.

Caminhei por poucos minutos até parar para comer em um restaurante que o prato principal era frango frito, dentro do estabelecimento haviam algumas mesas mas o diferencial do estabelecimento era aplicado nos clientes, todos dividiam as mesas, mesmo sendo totais desconhecidos. Sentei-me em uma mesa um pouco mais afastado e para acompanhar o frango pedi uma garrafa de soju, comia enquanto eu olhava algumas coisas no celular, o relógio já marcava 22:52. O lugar onde eu estava havia lotado muito rápido, e eu só havia percebido isso quando escutei uma voz um pouco grave me chamar.

Era o rapaz bonito da boate.

— Hm, boa noite, desculpa interromper, mas será que eu posso me sentar com você? Está é a única mesa que há uma cadeira vaga — perguntou o rapaz e eu olhei em volta e ele não estava mentindo, concordei e o vi sentar.

— Obrigado, é estranho num país como este ter um restaurante com esta dinâmica — o sorriso apareceu de novo após ter terminado de falar e senti um frio na barriga, o que me resultou em tomar o resto de soju que tinha e acabei pedindo uma garrafa e um copo a mais.

— A forma como você fala, você não é daqui, é? — perguntei, o que eu havia pedido chegou e eu o servi, pude ouvir um obrigado.

— Não, sou brasileiro, meus pais são coreanos e antes de minha mãe engravidar do meu irmão, eles mudaram-se para lá. Aliás, sou Park Jisung — e o sorriso não saía de seu rosto em nenhum momento.

— Huang Renjun.

Já se passavam das duas horas da manhã e Jisung e eu estávamos sentados em um dos bancos que tinha em uma praça próxima a onde estávamos comendo. Banhados pela luz da lua e das estrelas eu gargalhava sobre algum dos fatos de sua vida que o mesmo contava.

— Jisung você é muito engraçado — respondo enquanto limpo uma lágrima que escorria em meu olho esquerdo de tanto eu rir.

— Eu tento — comentou simples. — Quando te vi na boate, você deu a impressão de ser uma pessoa fechada e que não estava afim daquele local, já que estava bebendo sozinho e de cara emburrada, mas aí me deixou surpreso quando foi para a pista de dança, e me deixou mais surpreso ainda quando você abriu o sorriso para rir das coisas que eu falo — ele dizia enquanto olhando para o céu, mas ao finalizar nos olhamos e eu sorri como um agradecimento silencioso ao que havia acabado de falar — Você dança bem.

— Você ficou me olhando dançar? — perguntei simples enquanto desviava meu olhar para o céu estrelado.

— Sim... me desculpe, mas não teve como não olhar — sua voz saía mansa, o que me fez fechar os olhos e pensar no momento em que eu dançava.

— Você também é o tipo de pessoa que não tem como não olhar, mesmo não fazendo nada — murmuro, mas não tão baixo assim, o que significa que o garoto ao meu lado pode ter ouvido.

Ficamos em um silêncio por um tempo até a voz de Jisung se fazer presente de novo, e a única palavra dita por si, pareceu música em meus ouvidos.

— Renjun? — Jisung pergunta, e ainda de olhos fechados murmurei um 'oi'. — Eu disse que não tinha como não te olhar dançando, não disse?

— Disse, porquê?

—Não conseguir para de te olhar me surgiu uma vontade de algo que foi o motivo de eu sair convicto daquela boate e ir atrás de você novamente. E aqui estou com mais vontade ainda de fazer o que eu quero.

Suas últimas palavras me fizeram abrir os olhos, e me surpreendi ao ver que seu rosto estava bem próximo ao meu, nossas respirações estavam sincronizadas, olhávamos dentro dos olhos um do outro, e me sentindo com 17 anos de novo fiz a pergunta.

— E o que você quer fazer? — sussurrei antes de ser surpreendido com os lábios macios e com uma mistura de sabores do garoto.

Ficamos assim uns segundos até abrirmos os olhos e nos afastarmos, seu olhar transparecia um tipo de medo misturado com desejo, mas sem esperar muito, puxei Jisung pela camisa e passamos de um selar simples e tímido para um beijo mais afoito e que transmitiam desejo. Nossas línguas exploravam a boca um do outro e ficamos assim mais uns minutos.

Nos separamos ofegantes, e com sorrisos em nossos rostos. E de forma espontânea perguntei.

— Não quer estender isso em meu apartamento?



oioi gente, esta é a minha primeira história e eu espero que vocês gostem bastante, para reclamações, criticas construtivas ou duvidas só chamar aqui ou na dm do twitter, meu @ esta no perfil

vejo vcs na proxima, beijinhos

the art of eye contact; rensungOnde histórias criam vida. Descubra agora