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Analisar, que há seis meses eu nem pensava em me relacionar com alguém e hoje, até aceitei que eu estou amando novamente, era deveras engraçado.

Eu sabia que cada momento com o mais novo estava sendo ótimo, para nós dois e, conforme nossa convivência se tornava mais frequente, mais o desejo de estar ao lado dele crescia, assim como a necessidade por toques havia aumentado. O sentimento gostoso dessa relação que havia sido iniciada com descontração e uma leve curiosidade, havia sido transformado em amor.

Mas não foi fácil aceitar, precisei chorar muito para o Jeno e o Chenle para perceber isso, não por causa de idade, tampouco pela rapidez, pois eu sabia que tempo era relativo. Mas sim, porque eu mesmo não me permitia acreditar.

Eu ainda não sabia se Jisung também possuía esses sentimentos por mim, não queria cobrar nada, nem precisava.

Só que provavelmente as palavras sairiam em algum momento e teria que lidar com isso de alguma forma.

Hoje, em plena sexta-feira, estávamos deitados na cama de minha casa enquanto os créditos do último filme da franquia Jurassic Park passavam pela tela.

— Não sei como você gosta dessa franquia, parece um erro de roteiro na sua personalidade — comentou Jisung, eu estava com a cabeça apoiada em seu peito, seu comentário me fez levantar a cabeça e sentar em sua frente. Ele me olhou com uma cara estranha antes de rir.

— Chenle também fala que parece que eu me perdi no personagem, mas que culpa eu tenho se gosto de dinossauros — falo balançando os ombros antes de Jisung segurar em minha cintura e me puxar para perto de novo. Após uma troca de olhares, o espaço que tinha entre nossos rostos já não era mais existente.

O beijo começou calmo, mas conforme os segundos se passavam, sentíamos aquele prazer em estarmos juntos., fazendo ficarmos mais desesperados. Minutos se passaram, até nos separarmos e mesmo ofegantes, olhamos um nos olhos do outro, com sorrisos no rosto. Sorriso este que sempre me deixava derretido.

Como caralhos este garoto consegue ser tão apaixonante?

O tempo parecia congelar quando nós olhávamos, apenas sorrir um para o outro deveria ser o suficiente nesse momento, mas, poder desfrutar da forma como seus olhos brilhavam quando entravam contato com o meu, fazia tudo ficar mais bonito possível, como se nosso contato visual junto de sorrisos, se transformasse em arte.

Fui tirado desse transe quando ele murmurou algo, mas não foi em coreano e muito menos em inglês, ele havia dito em portugues, então fiz uma cara confusa.

— Poxa Ji, sabe eu não entendo em portugues, fala em coreano ou inglês — comentei risonho, mas diferente de mim, todo o semblante contente que Jisung tinha foi substituído por um mais sério e triste.

Ele murmurou de novo, a única coisa que entendi foi meu nome. Sua voz parecia séria, o que havia me deixado apreensivo.

— Sério, Jisung, o que você está falando? Eu só entendi meu nome. Aconteceu al-

— Eu vou embora. Amanhã voltarei para o Brasil, Renjun — sou interrompido e após ele dizer essas palavras em coreano fui de um semblante confuso para um incrédulo.

— O quê? — foi a única coisa que eu consegui falar até um silêncio desconfortável se instalar.

— Renjun eu... — sua voz falhou e a primeira lágrima caiu. — Antes, eu quero dizer que eu não usei-o e que sinto muito se será essa a impressão que ficará, irei entender totalmente se você quiser gritar comigo ou algo do tipo, eu só não quero que ache que meus sentimentos são falsos — e lá estava o garoto derrubando mais umas lágrimas.

the art of eye contact; rensungOnde histórias criam vida. Descubra agora