o princípio do fim?

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Cansada, faminta, com sede e dor nas pernas, é assim que eu me encontro enquanto ando por uma enorme estrada, de pedras, que insiste em continuar por vários e, vários quilômetros, mas como eu fiz pra chegar até aqui, é a melhor parte.

*6 meses antes*

 

  Acordo com o miado fino de um dos meus gatos, mais um dia havia chegado, porém sem nenhuma novidade ou algo que podesse me tirar desse eterno tédio.A verdade é que por mais que eu levasse uma vida bastante confortável, sempre existia a sensação de que algo estava faltando.Minha alma precisava de mais conteúdo, ou apenas  necessitava de viver.

  Após fazer minhas higienes matinais e tomar meu café da manhã, sozinha como de costume, sigo na rotina típica de uma jovem de dezoito anos membro de uma família tradicionalmente religiosa.Para minha sorte, a noite teria uma pequena comemoração com alguns amigos na pousada do meu padrasto, que por algum milagre havia permitido que fossemos.

   Minha relação com meu padrasto nunca foi das melhores, porém, como de costume, sempre que superamos uma briga ele tende a me mimar, talvez para diminuir um pouco da culpa, pois na maioria absoluta das vezes, ele é o culpado dos nossos desentendimentos.

   O tempo passa e logo a noite chega, após resolver alguns problemas, finalmente sigo rumo à pousada com um dos meus amigos, enquanto esperamos os demais chegar, acabamos conversando um pouco e organizando o lugar, que era bastante confortável e espaçoso.Já era por volta das 20:00h, quando o restante dos convidados chegaram, faltando apenas minha melhor amiga, que deveria vim junto com seu namorado.Cerca de uma hora depois, escutamos uma buzina soar no andar de baixo, o que indicava que Melissa havia chegado.Desço as escadas animada, mas logo meu sorriso se desfaz e um olhar de preocupação se forma em meu rosto.Além das duas pessoas que estávamos esperando, havia outras, o que me faz entrar em total desespero.

   O maior problema dessa situação é o fato de meu padrasto ter permitido que eu convidasse apenas 5 pessoas, e de repente o lugar já estava com mais de 12, fazendo um enorme barulho.E se ele descobrisse? E se os vizinhos contasse o que tava acontecendo? Minha mente estava à mil só de pensar nessas possibilidades.Tento respirar fundo e logo um dos meus amigos se aproxima na tentativa de me acalmar.

-Ei nóia - Charles chama minha atenção com o apelido "carinhoso" que ele sempre usava - Tenta se acalmar - Sinto seus braços fortes me puxar em um abraço calmo e acolhedor, algo que eu não estava acostumada vindo do maior.

- Meu padrasto vai me matar...- Falo enquanto tento me confortar.

- Olha a galera já tá aqui, e não tem muito o que fazer.Você precisa se acalmar e tentar aproveitar a noite ao máximo, afinal não é sempre que você tem a oportunidade de fazer algo desse tipo. - Nossos olhos se encontram e por algum motivo eu acabo me sentindo um pouco mais confiante.

- Você tem razão.Não posso ficar entrando em desespero e estragar minha noite por conta de uma besteira dessas. - Me afasto um pouco dele enquanto tento esboçar um sorriso - Vamos nos divertir...

   Saio daquele ambiente e ando rumo ao último quarto da pousada, que ficava no final do corredor, onde encontro todos reunidos e sinto um clima estranho no ar, típico de pessoas que não se conhecem.Forço um sorriso para os presentes naquele quarto, afinal eu era a anfitriã do rolê e sentia a necessidade de agradar à todos.Meus olhos percorrem por todos os rostos até que um em específico me chama atenção.

- Joseph... - O jovem um tanto excêntrico se apresenta a uma de minhas amigas.

   Joseph...Minha mente repete mais algumas vezes o nome do garoto, que por algum motivo havia me chamado a atenção.Talvez fosse por seu estilo diferente e chamativo.Seu rosto era coberto por pelos loiros que combinavam com os fios cacheados de sua cabeça, e seu óculos vermelho dava um perfeito charme que entrava em sincronia com suas peças de roupa largas.

   Minha mente dispersa dos pensamentos quando meus olhos se depara com mais um convidado inesperado...

- Matheus...? - Falo em um tom misto de surpresa e raiva.

  Bem, Matheus era um dos meus rolos, que por algum motivo havia começado a me ignorar sem ao menos me dar alguma explicação.

- E aí meu bem, como você está? - Ele se pronuncia com seu típico tom fofo.

- Er... eu tô bem...- Resolvo me afastar, pois não estava afim de começar uma DR em meio a todas aquelas pessoas.

[...]

   A noite estava sendo incrível, com o passar do tempo, e graças a Charles e mais dois amigos, a galera já estava toda unida.Depois de bastante álcool, começamos a jogar verdade ou desafio, o que fez com que todos se pegassem.

- Beijo triplo entre vocês três. - Ouço um dos meninos me desafiar juntamente com mais duas meninas.

   Sem perder tempo, logo eu já estava apreciando os lábios das outras duas garotas que haviam sido desafiadas.Após comprir meu desafio, volto a sentar e observo que alguns dos garotos, inclusive Joseph, não estava mais no quarto.

- Gente, eu já volto... - Falo enquanto saio do lugar.

   Abro as portas dos outros quartos, encontrando um movimento estranho no último, o qual tinha uma varanda.Me aproximo da enorme porta de madeira, e sem pensar muito empurro a mesma.Meus olhos vão de encontro a tela do celular que estava na mão de outro garoto e nela tinha algumas fileiras de um pó branco.

- Isso é pó? - Pergunto a Joseph, que agora estava na frente da porta na intensão de cobrir o celular.

- É... - Sinto um pouco de nervosismo na voz do mais velho, talvez por medo de que eu fosse reclamar do que estava acontecendo.

   Todo meu corpo estava sob uma onda de tensão, aquilo era algo "errado", mas por algum motivo eu estava desejando provar naquele momento.

- Eu quero... - Falo ainda um pouco tensa, mas já decidida.

- Tu já usou? - Balanço minha cabeça positivamente, mentindo para o mesmo.

   Joseph me puxa para a pequena varanda e fecha a porta, deixando apenas eu, ele e o outro garoto alí.Sem perder tempo, pego o pequeno canudo feito em uma nota de R$:100,00 e após colocar no nariz, me aproximo da tela do celular e puxo aquele pó para dentro da minha cavidade nasal, assim como eu já tinha visto em algumas séries.Sinto uma enorme euforia percorrer por todo o meu corpo, algo totalmente diferente de tudo o que eu já havia sentido.

- Isso é muito bom... - Falo já me preparando para ir mais uma vez.

[...]

   Toda aquela pegação, juntamente com o álcool e a cocaína já estava me deixando um tanto excitada.Logo uma idéia vem a minha mente.Vou até Matheus e me aproximo de seu ouvido sussurrando calmamente logo em seguida.

- Meu bem, tô morrendo de tesão.Vamos pro quarto. - Sorrio pegando na mão dele e o puxo até a suíte da pousada.

   A verdade é que por mais que não estivéssemos tão bem nesse momento, eu e Matheus tínhamos uma ótima química, tanto que foi com ele minha primeira vez e todas as outras até agora.
 
   Em questão de instantes eu já estava beijando o mais novo e o clima do quarto estava mais do que quente.Tudo o que eu queria era ter ele em meu interior me fazendo gritar de prazer.

Continua...

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