Sky

Capítulo 1

No meio do enorme cemitério que ficava alguns minutos da cidade florida e alegre tinha uma lápide, sozinha, suja, a foto de uma menina sorridente com seus pais estava coberta de poeira, algumas plantinhas já tomavam aquele lugar como seu lar, afastando alguns dos pequenos galhos se podia ver o que estava escrito ali:

“Lucy Heartfilia, desaparecida... Esperamos que esteja bem ou ao menos viva. Layla e Jude Heartfilia.”

Os boatos eram de que a mulher havia falecido apenas alguns meses após o desaparecimento da filha, o pai aos poucos se envolveu em jogos clandestinos e perdeu toda a fortuna, agora ele mora sozinho em um pequeno apartamento no centro da cidade, onde o aluguel é barato, a antiga casa da família Heartfilia está há venda pelo banco, ninguém teve coragem de comprar o lugar alegando ser assombrado. Mas as coisas pela cidade tinham tudo para mudar, quando um carro novo, preto, em uma cidade pequena que todos se conheciam, passou pelas ruas e ninguém conhecia a quem pertencia o carro. Ele parou em frente a grande mansão e uma mulher desceu, usava um vestido preto que ia até o meio das coxas, os cabelos presos em um rabo de cabalo, um salto alto em seus pés, óculos escuros, ela caminhou até a placa de vende-se e a arrancou, quebrou a placa com o joelho e jogou na rua, depois caminhou até o portão, abriu a mão e encarou as chaves que o banco havia lhe dado, antes que pudesse entrar uma bola rolou até seu pé e parou com o impacto. Ela olhou para a bola e em direção a onde a bola veio, algumas crianças estavam amontoados com medo da mulher, ela abaixou os óculos, se abaixou e pegou a bola, segurando com as duas mãos foi até o grupinho de crianças e se abaixou para ficar na altura.
- Essa bola é de vocês? – eles assentiram assustados, ela sorriu – Então peguem-na, tomem mais cuidado da próxima vez.
Um único menino se afastou de seu grupo de amigos e foi próximo dela para pegar a bola, tremendo, ela entregou e se levantou, virou na direção da casa e antes de dar qualquer passo sentiu uma mão pequena em seu vestido, o puxando, olhou e viu uma menina menor que os outros lhe segurando.
- A senhora vai morar naquela casa? – a pequena perguntou e apontou com a mão livre.
- Sim, algum problema?
- É uma casa assombrada – o menino que pegou a bola antes falou, se aproximando da menina e segurando ela pela mão, tirando-a de perto da mulher – Meu pai e a cidade inteira sabem que a menina desapareceu e a mãe morreu porque o homem não soube cuidar delas. Dizem que ele vendeu a filha e matou a mulher.
A mulher tirou os óculos, encarando fixamente o menino, se abaixou novamente, os olhos dela eram de um castanho escuro que quase parecia preto, o semblante parecia com o de uma pessoa cansada, ela suspirou.
- Vocês são novos ainda, não deviam fazer o que estão fazendo, eu estou me mudando para esta casa, então significa que ela não é assombrada, cuidado com o que saem dizendo por aí.
Ela voltou a ficar de pé e andou para a casa, abriu o portão e jogou o cadeado junto com a placa de antes, ficou olhando para a fachada e estava tudo tão velho, sujo, ela teria uma longa jornada de limpeza ali. Respirou fundo e antes que pudesse entrar, novamente foi impedida pela menina de antes, dessa vez apenas parada ao seu lado.
- Meu nome é Nashi e o seu?
- Sky.
- Eu moro ali naquela casa – a menina apontou para a enorme mansão com toques avermelhados e um gigantesco emblema de dragão no portão – Aquele ali é o meu irmão, Happy, ele tem esse nome porque meu pai tinha um gato chamado Happy quando era criança e amava muito ele. – ela sorriu – Enfim, se vir algum fantasma, pode correr para lá, eu salvo você.
Sky sorriu, pela primeira vez desde que havia chegado, ela assentiu, a menina correu para perto do irmão e acenou quando a mulher entrou seguida do motorista. Abriu a porta da casa e sentiu algo bom preencher seu peito apesar de só ter visto poeira e tecidos brancos cobrindo a imensidão de móveis, caminhou até o centro da sala e espirrou, riu com o motorista e olhou para o enorme quadro na parede.
- Devemos tirá-lo? – ela negou com a cabeça.
- Não, isso fica exatamente onde está, não vamos mexer em nada.