CAPITULO N° 70

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#TRÊS DIAS DEPOIS#

A Amanda já não fala comigo à três dias, ainda está muito magoada comigo por causa do ataque de ciúmes. Hoje é o dia do funeral do avô dela.

No testamento do avô dela estava escrito que ele queria que fosse a Amanda a atirar as cinzas e vai ser ela.

Estou a vestir-me no meu quarto. É esquisito ver-me todo de preto, mas até gosto. É diferente.

A única coisa que a Amanda disse é que hoje iria estar diferente. Não percebi porquê, mas algo me diz que vou descobrir em breve.

Calcei-me, pus um pouco de gel no cabelo e saí do quarto.

Eu cria estar bem com a Amanda, não só pelo óbvio, mas também para a ajudar num dia tão difícil como este.

Desci as escadas e fui para a sala. Sentei-me no sofá a olhar para o ecrã negro da televisão. Vou ficar à espera dela.

Pov. Amanda

Desde que me levantei que não consegui parar de chorar. Este dia está a ser bastante complicado para mim. Nunca me senti tão fraca.

Mas eu quero que este funeral seja diferente. Quero que este dia seja diferente e para isso tenho que ser forte.

Acabei de me vestir e fui até à casa de banho do meu quarto. Penteei o cabelo num rabo de cavalo, pus corretor de olheiras, um pouco de base em pó, um pouco de rimel e batom bege. Não pus muita maquilhagem porque se eu começar a chorar outra vez não quero ficar toda borrada.

Calcei as minhas All Star brancas e saí do quarto.

Desci as escadas e fui para a sala.

"Wow... Estás tão diferente, nem pareces tu"

"Só não tenho tanta maquilhagem como é costume"

"Não, não é isso"

"Então é o quê?"

"Estás toda vestida de branco, não tens quase nada preto. Ficas diferente, porque essa não é a tua maneira de andar vestida"

Sim, é verdade estou toda vestida de preto. Tenho umas skinny jeans brancas com uma camisola de manga comprida branca com um kimono branco com franjas pretas e um cachecol preto ao pescoço.

"Eu sei. Eu disse que hoje ía ser diferente. E além disso, estou vestida de branco, porque é em sinal de respeito ao meu avô, visto que o branco é uma cor neutra posso muito bem ir assim, sem reclamarem"

"Tens razão, acho que fazes bem..." estava para virar as costas, para ir à cozinha comer alguma coisa "Amanda. Por favor desculpa-me. Não quero estar assim contigo. Eu já aprendi. Prometo que não volto a cometer o mesmo erro, mas por favor desculpa-me"

"Prometes?"

"Claro que sim, eu por ti faço tudo. Amo-te tanto" depois disso a única coisa que senti foram os seus lábios nos meus.

Tinha tantas saudades disto. Tantas saudades dos seus lábios. Tantas saudades das suas mãos na minha cintura. Tantas saudades da sua língua a explorar toda a minha boca.

"Temos que ir meninos" a minha avó apareceu e disse.

O Niall já percebe algumas coisas. Poucas coisas, só o básico. Saímos de casa e eu encarei a luz do dia com um sorriso na cara. Não vamos fazer uma missa, não vamos fazer nenhuma cerimónia. A única coisa que vamos fazer é atirar as cinzas do meu avô pelo Rio Tejo. Foi isso que ele pediu e é isso que eu vou fazer.

Entramos dentro do carro da minha avó, o Niall nos lugares de trás e eu, com a minha avó a conduzir, à frente.

Ainda temos que conduzir até à agência funerária que tem as cinzas. Depois é só ir até a uma das margens do Rio Tejo.

*

Estou numa das partes mais altas da margem do rio e é agora o momento. Vou atirar as cinzas do meu avô com o maior sorriso na cara, porque tenho a certeza que era assim que ele iria gostar de me ver.

Abri a caixa que continha as cinzas e soltei-as para a água do rio.

Olá meninas. Eu sei que este capítulo ficou muito pequenino e que não deu para compensar a demora, mas tive uma ideia.
Eu todos os dias vou começar a escrever um bocado de um capítulo, até ter 3/4 capítulos prontos. Quando tiver esses 3/4 prontos eu público 1, mas continuo a escrever mais capítulos, assim eu tenho sempre capítulos de reserva, para se me faltar a inspiração.
Espero que estejam a gostar. Mais uma vez desculpem o atraso.
Beijinhos S2

Dark 2 // n.h.Onde histórias criam vida. Descubra agora