Em 1990, Park Jimin, um jovem curioso aspirante a astrônomo, vai à uma pequena vila assistir a um eclipse. Entretanto, olhando com seu telescópio para um templo abandonado na floresta, ele vê uma cena assustadora: pessoas atravessando um muro sólido...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Aviso de gatilho: aranha.
Quando abri os olhos, só encontrei escuridão. Eu estava deitado em algo duro; tentei me mexer, mas não consegui. Quando me acostumei à pouca claridade e olhei para meu corpo, do pescoço para baixo eu estava envolto por um tecido apertado.
Pensando bem, não era tecido. Fomos capturados por um oni em forma de aranha, então aquilo só podia ser teia. Olhei ao redor buscando por Jungkook, torcendo para que ele ainda estivesse vivo e, quase do meu lado, havia um corpo de cabeleira escura envolto pelo mesmo tecido que o meu. Só poderia ser ele. Me senti aliviado de não estar sozinho ali.
ㅡ Ei, Jungkook ㅡ sussurrei, com medo da aranha estar por perto, mas não houve resposta. Ele ainda estava desacordado.
Um pensamento perturbador passou pela minha mente. E se não fosse ele, mas sim outro corpo? Não, precisava ser Jungkook e eu tinha que tirar ele dali.
Levantei um pouco a cabeça e continuei olhando ao redor para me situar, mas meus olhos bateram em uma silhueta parecida com a de uma aranha gigante deitada com as pernas para cima no canto da caverna. Um arrepio subiu até minha cabeça e eu paralisei. De início, tive medo que ela viesse até aqui e nos matasse, mas logo tentei imaginar o porquê ela estaria de cabeça para baixo já que não era uma posição natural para aranhas, e só então percebi que aquilo não era o oni, e sim o seu velho exoesqueleto. Meu corpo relaxou e eu voltei a respirar. Se aquele era o velho exoesqueleto, matar aquele oni seria mais fácil do que pensávamos.
Prestes a analisar a entrada da caverna por onde entrava a luz da lua, a pessoa ao meu lado fez um barulho e eu reconheci como um dos grunhidos de Jungkook.
ㅡ Ei ㅡ chamei baixinho.
Ele virou a cabeça para mim e, mesmo com a iluminação precária, vi seu semblante confuso ir se suavizando.
ㅡ Onde estamos? ㅡ perguntou meio grogue.
ㅡ Na caverna do oni.
ㅡ Você está bem?
Por que ele estava se preocupando comigo quando ele estava pior?
ㅡ Foi você que se feriu ㅡ repeti o que tinha dito fora da caverna.
ㅡ Eu sou resistente, humano, você não.
ㅡ Pare de se preocupar comigo, é inútil. Vou morrer de qualquer forma.
No fundo, senti algo apertar, o que não acontecia antes quando eu pensava naquilo.
Ele ficou um tempo calado, olhando para mim como se tentasse decifrar algo.
ㅡ Por que você está agindo tão pessimista? ㅡ perguntou finalmente, de cenho franzido.
Eu não queria responder, não queria dizer para ele as coisas que se passavam em minha cabeça. Então tentei continuar sendo evasivo.
