Cap 0.5 "Velha maligna pt.2"

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Em algum lugar daquela cidade pequena, uma morte iria abalar a vizinhança...

Uma mulher de meia idade se encontrava amarrada com correntes fortes e pesadas em uma cadeira de madeira, aquelas que se usa na mesa da cozinha.

Um pano na boca abafava os gritos de histerias, seu corpo doía  e sua cara sangrava por ter sido esmurrada no chão pelo homem à sua frente.

Eles estavam na sala e a casa toda fechada não transmitia nenhum som para o lado de fora.

O homem estava sentado no sofá de couro, com suas pernas cruzadas e sua luvas pretas, não sabia o que se passava na cabeça dele e nem o que queria, apenas sorriu descontraído fazendo carícias a um bichinho de estimação.
Em suas mãos tinha um filhote de cachorro de apenas 2 meses, ele latia baixinho e depois parava, logo lambia as mãos do homem e tentava morder, apenas brincava.

O homem sorriu meigamente e o levantou, fazendo cafuné em seu corpo pequeno e peludo.
"Você é tão fofo, amiguinho!"

Ele então ficou de pé  e colocou o filhote em uma gaiola.

Se virou para trás com uma picareta em mãos e olhou a velha que agora estava quieta e apreensiva.
Ela olhou a ferramenta nas mãos do homem e tentou gritar, mas sua boca estava cheia de panos velhos.

"Minha senhora, eu descobri que você está cuidando de alguns bichinhos"
Chegou mais perto de sua face e a encarou, mantiveram a distância de centímetros.
O silêncio que permaneceu era enorme que naquele local se podia ouvir seus batimentos cardíacos, como tambores em um batuque infinito.

A mulher começou a esperniar, tentando se soltar das correntes.

O homem então bufou de tédio e exclamou em alto e bom som: "Você é tão sem graça, que minha criatividade está abaixo de 0 hoje, não consigo pensar no que fazer com um lixo feito você!"

Ele então se sentou no Sofá, esticando seus braços e pernas, e encarando o telhado acima de suas cabeças, até que surgiu uma idéia.

Se levantou e foi correndo para o sótão daquela casa.
Lá havia câmeras escondidas instaladas nos beirais do teto baixo.

O ambiente não era arejado, fedia à sangue e tudo parecia melodramático demais, então ele olhou os cães doentes deitados nas gaiolas, alguns estavam dando seu último suspiro e outros apenas tentando sobreviver por mais alguns dias.

O homem chegou mais perto da parede onde as gaiolas estavam enfileiradas, já do outro lado era uma prateleira cheia de ferramentas de marceneiros e açougueiros, os cerrotes ainda estavam sujos e sua atenção foi puxada para uma cachorra que se arrastava até ele.
O mesmo se abaixou e colocou suas mãos na grade, ela cheirou sua luva e parecia querer carinho.

O coração dele logo se estraçalhou, quebrou em mil pedaços, lágrimas escorriam por suas bochechas e o choro era alto. Colocou um sorriso sincero no rosto e fez carinho na cabeça da cachorrinha magra e desnutrida.
"Fique calma! Irei te ajudar, agorinha eu volto, só vai demorar 1horinha"

Limpou seu rosto na barra de sua camisa e pegou um chicote cercado por agulhas nas extremidades, e sua outra mão logo foi ocupada por um alicate de jardineiro.

Pegou as câmeras e levou tudo para o cômodo de cima, a sala onde a velha estava.

Agora ele tinha a inspiração necessária para um julgamento.

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Pegou o cartão de memória das câmeras e conectou ao seu laptop, colocou-o na mesa à frente da velha e começou a reproduzir os vídeos gravados no sótão por 1 semana.

"YOU BELONG TO ME!" -YizhanOnde histórias criam vida. Descubra agora