"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos."
Charles Chaplin
- mãe já disse que não- insisti mais uma vez enquanto andava por o quarto
- Filha, ele é um ótimo rapaz, filho de boas familias, inclusive a mãe dele é muito minha amiga, já tive oportunidade de o conhecer e sei que ele é um ótimo rapaz para ti- a minha mãe elogiava o tal rapaz enquanto falava comigo por telefone e eu lutava contra o tempo para chegar à empresa do meu pai a tempo
- Mãe...- suspirei- eu já disse que não precisas de me arranjar encontros, eu já tenho os meus e chega- respondi enquanto calçava os meus Louis Vuitton de sola vermelha
- Marcamos para as seis em casa da minha amiga, fico à tua espera aqui em casa meia hora antes
- Mas...
- E não te atrases!- interrompeu-me desligando de seguida
Bufei frustada, peguei no meu casaco que estava no bengaleiro perto da porta de entrada e olhei para o Oreo que me olhava refasteladamente em cima do sofá
- Mais um idiota para conhecer- falei para ele e ele tapou os ouvidos com as patas fazendo-me rir, ele deve ter pensado “Coitada de ti Brook”- Vemo-nos mais logo amor- respondi pegando nas chaves de casa e a minha bolsa juntamente com a pasta para o trabalho
Bem, chamo-me Brooklyn Collins, tenho vinte e quatro anos mas a minha mãe pensa que ainda sou uma adolescente para ela cuidar da minha vida pessoal.
Eu tenho encontros algumas vezes mas quase nenhum chega a um segundo encontro, ainda não encontrei a pessoa certa para formar uma ligação.
Ou eles não gostavam de animais, quando dizia que tinha o Oreo, um bulldog Americano de um ano, não abdicava dele por nada, o meu amor de olhos azuis iria ficar comigo até ao fim da minha vida, também alguns dos homens com quem saí eram muito atrevidos para o primeiro encontro fazendo-me tirar um tempo dessa vida.
Dois meses... fazia dois meses que não conhecia nenhum homem
Também, para que é que servem os homens? Para sujar e nós termos que limpar? Para passar os dias à frente de uma televisão a ver desporto com uma cerveja na mão e nós andarmos a resmungar para eles nos darem carinho? Para sermos nós a acordar a meio da noite quando tivermos um filho? Para acordarmos a meio da noite para limpar o cocó que ele fez na fralda? Para ser escrava de um homem? Nem pensar!
Dizem que sou um pouco dramática, mas esse é o meu ponto de vista, é por isso que não sou muito de me apegar a homens durante muito tempo, tenho um pouco medo de compromissos, tenho medo da palavra amar...
Vejo muita gente a dizer que ama o seu companheiro, casam e passado uns meses passam a odiar-se e separam-se, afinal eles não se amavam tanto? O que se passou para esse sentimento passado um tempo deixar de existir?
Tretas...
As pessoas à minha volta fartam-se de me avisar que a pensar assim vou ficar velha só com o Oreo naquele apartamento na rua 47th de Manhattan só entregue ao trabalho na empresa do meu pai.
Sair com amigas, conhecer alguns homens, ter uma vida tranquila sem compromissos, ser livre, beber um bom copo de vinho tinto frânces enquanto assisto televisão com o Oreo ou quando a Liv e a Mad dormem cá em casa, fins de semanas passados a passear por o central parque ou por a quinta avenida a fazer algumas compras.
