Angelina é uma menina doce, que vive uma vida simpática com Rick, um Daddy carinhoso que tenta ter toda paciência do mundo pra cuidar dela e aturar as eventuais aprontas que ela faz.
-Dadáaaaaaaaaaa -grito assim que escuto os passos dele em casa.
-Ooooooi -ele responde no andar de baixo, e eu me jogo na cama.
-To te esperando no meu quaaaaarto -respondo esparramada na caminha gostosa.
-Já vou meu amorzinho!
Fico esperando o papai dar um beijo na Naná antes de subir pro meu quarto enquanto aproveito um pouquinho a cama. Assim que ele entra eu pulo em seu colo e ele me abraça com muita força.
-Como foi no trabalho? -pergunto depois de um beijinho na bochecha.
-Do mesmo jeito de sempre. Entediante e me fazendo ficar com saudade do meu anjinho. O que você queria me mostrar?
Vou até a escrivaninha e pego meu bullet journal de gente pequena enquanto ele se senta na cama com as pernas abertas. Pras coisas de adulto eu uso um planner separado, porque o bujo é bem mais divertido pra se fazer que não.
Eu me sento entre as pernas dele e começo a folhear até chegar nas últimas páginas.
-Eu queria te mostrar os últimos desenhos que eu fiz!
-Mostra, meu amor -ele me faz um carinho no cabelo e me da um beijo.
-Eu desenhei os monstrinhos.
-Que monstrinhos?
-Os que existem na minha cabeça. Olha só, esses aqui são os cansaços -aponto o primeiro desenho -Eles são pequenininhos e muito pesados. Atacam todo mundo, sabia?
-Não sabia não. Por que eles são pesados?
-Porque quando a gente tá cansado, a gente se sente pesado. Isso acontece porque os cansaços ficam em cima da gente. Esse outro monstrengo aqui é o monstro da noite -passo a segunda página -Eles aparecem quando a gente dorme e atrapalham o sono, é por causa dele que eu não consigo dormir direito.
Eu vou mostrando pro papai todas as coisas que me atrapalham e que me deixam triste, e ele presta bastante atenção. Eu gosto disso, ele sempre da atenção pras minhas coisas de gente pequena, e nunca trata como se fosse coisa sem importância que nem algumas pessoas fazem. A Naná tá sempre tão ocupada que enquanto falo ela só responde "que ótimo, meu amor".
-Como você teve essa ideia, meu amor?
-É que quando eu sei o que as coisas são, eu tenho menos medo delas. Então pra eu não ter medo mais das coisas que me deixam mal, eu desenhei e coloquei nome. Você gostou?
-Adorei. Ficou um catálogo muito bem feito, e instrutivo. Quer dar uma aula pro papai sobre os seus monstrinhos?
-Nam, eu to muito cansada de catalogar espécies... podemos ver um desenho agora?
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