♡ VI - Alameda Perfumada

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Nota inicial:

Essa é a segunda parte do capítulo, então atentem se vocês leram o capítulo anterior antes de continuar aqui.

Não sei se considero o enredo dessa fic um mistério, porque eu venho dando pistas do que ocorre desde o primeiríssimo capítulo, mas agora nesse aqui tá tudo bem escancarado que é pra não deixar ninguém ansioso com o suspense.

Se alguém tinha teorias antes, é aqui que elas serão confirmadas ou cairão por terra.

Bebam água, comam algo doce, se divirtam :)

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"Sempre fica um pouco de perfume nas mãos de quem oferece flores."

(provérbio chinês)

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Uma pequena e serelepe fada floral havia acabado de sair de sua aula com os sacerdotes da Corte da Saúde — a atividade, que durava toda a manhã, servia para ensinar noções mágicas a todas as criaturas antes de completarem seus cem anos de vida, independente de sua classe; — Seu corpo diminuto estava envolto por camadas e mais camadas de tecido de organza, tule e seda de variados tons de rosa. Em sua mão carregava um novelo de lã vermelho, era a sua tarefa de casa dada pelos mestres. Tinha que encontrar flores brancas e então amarrá-las com um pedaço de lã para usar sua magia a fim de tentar tingi-las daquela cor. Não era nem um pouco fácil. Ele já tentara fazer antes e geralmente as flores se tingiam de outras cores que não fossem a do novelo. Mas a fada do reino da Terra não era conhecida por desistir fácil. E ela amava aprender, estudar, se esforçar para trazer resultados com sua magia.

Distraiu-se um pouco no caminho de volta para casa, na Alameda Perfumada, havia passado por canteiros de flores coloridas, dançado com borboletas azuis, sorrido para pixels que sobrevoavam um pasto de ovelhas roxas, em determinado momento pausou debaixo de um pé de laranja e consumiu dois frutos suculentos, o suco doce e refrescante permeando suas papilas gustativas.

Até que deu-se conta de que boa parte do dia já havia passado e ainda não tinha feito a tarefa de casa que fora passada pelos sacerdotes.

Decidiu começar naquele instante, então tratou de ir até uma campina conhecida por conter muitas margaridas e lírios brancos onde ele poderia praticar.

Estava cantarolando uma canção de ninar que ouvia de sua mãe quando chegou no local e parou de saltitar alegremente, percebendo que não estava sozinho.

Ali, em pé, diante de uma pequena árvore, uma outra criança solitária arrancava as folhas dela, parecendo irritada.

— Huum...olá. — disse o recém chegado, aproximando-se cuidadosamente do outro ser que ainda não havia notado sua presença.

Ao chegar perto se deu conta de que ele era uns dois palmos mais alto, seu cabelo preto era longo e estava trançado até a cintura, vestia um kimono branco e na outra mão, que não massacrava as folhinhas da árvore, apertava com força uma adaga, lhe direcionando-a assim que se virou assustado para confrontar quem quer que aparecesse.

Seu rosto estava molhado por grossas lágrimas que escorriam de grandes e tempestuosos olhos, a constatação de que a outra criatura mágica chorava despedaçou os sentimentos da tão empática fada, que imediatamente fechou a pouca distância que existia entre eles e o abraçou, não se importando com a arma apontada em sua direção.

Rodeou os braços finos ao redor dele desajeitadamente, a cabeça encostando-lhe o peito plano e ouvindo o retumbar de um coração ferido.

— Hey, por favorzinho, não chore.

❥ Serendipity | kookmin - shortficOnde histórias criam vida. Descubra agora