Um piquinique em Eroda

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♡NOTAS♡

Dedico este capítulo ao belíssimo trabalho que HS teve na Era Fine Line e por seu encerramento grandioso no MV de Golden...

Neste capítulo deixo para vocês um Harry muito TPWK, quem amou?

Boa leitura, sun...

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O caminho de volta a mansão Styles teve de ser apressado então as perninhas, cumpridas para a idade porem ainda pequenas por conta da idade, de Harry davam passos rápidos e ritmados. Seu maior medo no momento era se atrasar para o jantar e ter de enfrentar a fúria de sua mãe. Já estava encrencado o suficiente por ter fugido das obrigações com seu pai nesta tarde. Já estava atravessando o jardim quando de repente tropeçou e acabou caindo, a única coisa que impediu seu rosto de tocar o chão foram suas mãos.
_ Me perdoe, não queria tropeçar no senhor – Harry diz assim que se levanta, batendo em suas roupas para tirar a sujeira que ficou por ali.
_ Bom fim de tarde, Pequeno Harry – A voz mostrava velhice e cansaço, porém ainda mantinha uma animação jovial e uma gentileza adorável – Se divertindo muito nesta tarde? Sei que estas plantas adoraram cada momento.
_ Bom fim de tarde para o senhor também, Sr. Stylinson – Harry estava animado por canta da felicidade abundante que os fatos desta tarde de sábado causaram nele, porém a inquietação de seus olhos e o suor na palmas de suas mãos mostrava que estava ansioso com alguma outra coisa – Minha tarde adorável, obrigada.
O velho homem encarava os olhos verdes e nervosos do menino com ternura e delicadeza, eles sempre compartilhavam conversas animadas sobre plantas e outras coisas, porem aparentemente hoje seria um péssimo dia para dizer ao pequeno Harry que a roseira estava com novos botões.
_ Tome isto, te ajudara a domar a fera – Sr. Stylinson, o jardineiro e funcionário mais antigo daquela casa, ofereceu a Harry um pequeno buque com cinco pequenas margaridas – Certamente me lembro de sua querida mãe, a Sra. Styles, dizer-me esta manhã que as margaridas esse ano estão fenomenais.
O garoto sorri em agradecimento e pega as delicadas flores com gentileza, para não as machucar ou deixar que alguma pétala caia. Se despediu com um aceno de cabeça e adentrou dentro da casa, após subir a escadaria de dois em dois degraus. La dentro pode sentir a ternura que a lareira trazia para dentro da casa, pois mesmo no verão os dias ficam cada vez mais frios com o anoitecer. Se apressou em tirar o casaco e seguiu em direção a sala de estar, onde o resto de sua família o esperava para mais uma refeição.
_ Harry, finalmente chegou! – Sua mãe veio em sua direção com um olhar preocupado e reprovador, colocou as mãos em seu rosto para averiguar se ele estava bem e intacto – Estava morta de preocupação, seu garotinho travesso! Sabe o que poderia ter acontecido? Já lhe dissemos sobre esse seu senso de aventura e espirito livre!
_ Querida deixe o menino respirar, Harry está claramente bem... – Seu pai dizia enquanto enchia seu copo com mais uma doze da bebida amarga e escura que sempre tomava antes do jantar – Só espero que tenha valido a pena fugir de suas responsabilidades para correr no pasto... – O tom grave de sua voz fez calafrios percorrerem as costas do jovem menino.
_ Perdão, pai... – Sua voz estava baixa porem audível. Reconhecia que tinha decepcionado os padrões impossíveis de seu pai mais uma vez, porém quando resolveu fazer aquilo ele tinha plena consciência, então enfrentaria todo o sermão com a cabeça erguida.
_ Eu o entendo meu filho, um homem precisa correr seus riscos e viver suas aventuras de vez em quando – Harry levantou sua cabeça em direção a do pai, será que finalmente o sr. Styles o entenderia? – Por essa razão organizei um final de semana de caça para o próximo dia dois, daqui a duas semanas... você se juntará a nós, eu e meus amigos. Será adorável.
A expressão de Harry caiu em um desânimo profundo, fazendo os resquícios da felicidade que havia sentido naquela tarde sumirem. Olhou para sua mãe e viu seu rosto fechado em uma expressão dura, ela não concordava com essa ideia e provavelmente já havia argumentado com seu marido, porem de nada adiantou. O jovem herdeiro não gostava desse tipo de pratica violenta, ver a morte dos pequenos e belos animais o assustava, o desespero em seus paços de fuga e a respiração descompassada pela adrenalina o causava enjoou.
Um silencio pesado se instalou na mesa, ninguém fala sequer uma frase completa. Os olhos de Gemma acompanhavam interessados os pratos que as duas criadas, Sra. Armand e Sra. Martin, dispunha sobre a grande mesa de madeira escura. O cardápio dessa noite era purê de batata com mandioca salsa, pato assado e torta de abobora. Tudo permaneceu da mesma maneira, sendo só interrompido pelo bater de talheres nos pratos ou pelo barulho das bebidas sendo servidas nos copos.
_ Gemma, querida, conte-nos como foi o seu dia, por gentileza? – Sr. Styles quebrou o silencio sem cerimônias, era certo que isso estava sufocando a todos. Harry não pode deixar de dar uma pequena risadinha com o susto que sua irmã levou quando seu nome foi chamado.
_ Bom, nada de extraordinário por hoje, mamãe... – A jovem menina não queria muito conversar, estava interessada em se manter totalmente focada em sua deliciosa fatia de torta de abobora, por essa razão deu uma resposta simples e sem empolgação. Porém, sobre o olhar reprovador de sua mãe, que usou o mesmo sermão sua vida inteira: “ mulheres e meninas de respeito devem ser sempre uma boa companhia, preenchendo o silencio desconfortável causado por homens com graciosas conversas. Uma garota deve sempre estar se mostrando interessada em um assunto, isso mostra que ela tem empatia e isso te torna muito mais interessante aos olhos do homem certo, querida Gemma.... Não queremos um velho rabugento que não te dará paz em nenhum outro momento de sua vida, queremos? ”, a educada garota voltou ao assunto, deixando de lado sua torta – Porem enviei uma carta para minha amiga, Srta. Swift, perguntando quem é sua professora de piano.
_ Muito bem filha – Gemma sabia que o elogio não era por ter enviado a carta e sim por ter se provado uma “uma respeitável menina interessante”, não entrava em sua mente que ela não passaria de uma boa companhia para os monótonos e desinteressantes jantares e reuniões daquele condado – Sr. Styles, isso me lembra que ainda não tinha te informado. Estaremos mudando a educadora de piado de Gemma, a última se irritou tanto com a demora da menina em aprender que acabou por desistindo e foi embora... – O rosto da pobre menina corou em vergonhe e Harry se comoveu, sabia que a irmão não se dava bem com instrumentos e que esta luta já estava velha na família.
_ Trocaremos novamente? – O espanto no rosto de Desmond piorou ainda mais a triste situação de Gemma – Já são quantos acumulados na pilha?
_ Querido, tenha mais delicadeza! É importante que Gemma aprenda tudo o que uma boa garota deve saber – O olhar de indignação da Sra. Styles provocou calafrios no marido – Ou você acha que poupar esforços na educação de sua filha é uma boa opção? Já passamos pelos bordados, leitura, etiqueta, canto e pintura... só o que nos resta agora é o piano, custa muito colaborar?
_ Tudo bem... Amanhã passe em meu escritório que te darei um cheque para contratar o próximo educador... – Novamente, o marido foi derrotado pelos inteligentes argumentos de Anne.
_ Amanhã é domingo, querido – Sua voz havia voltado a costumeira calmaria – Iremos para a Igreja pela manhã e pela tarde haverá o piquenique de arrecadação de fundos para o orfanato, marcamos presença...
Os ombros do marido caíram em desanimo, afinal eventos sociais tendem a ser cansativos e ele se torna um alvo mais fácil para jovens empresários pedirem investimentos em projetos ousados. O que o Sr. Desmond mais detestava era ousadia, ela foge totalmente das fronteiras do confortável conhecido. Porém, essa acabou por ser uma ótima notícia para Harry, que não teria mais de passar eu domingo aprendendo sobre o que quer que seja que seu pai quer ensina-lo, o que significa que poderia ter um domingo de paz, finalmente.
*****
O sol que entrava pela estreita brecha que a cortina proporcionava foi o suficiente para incomodar os olhos de Harry e desperta-lo de seu sono. Seus olhos verdes rodeavam o lugar preguiçosamente, se aquele domingo não fosse o tipo de domingo que proporcionaria grandes oportunidades de aventuras, Harry teria enrolado um pouco mais na cama. Porém, com um só salto o garoto saiu de baixo das cobertas, caminhou até o canto do quarto, onde, sobre uma mesa, havia uma bacia de agua.
O menino lavou seu rosto, despertando de vez com a agua fria, e molhou seus cabelos para pentear, montando seu rotineiro visual de cachinhos pouco grandes penteados para o lado. Estava animado pela esperança de o dia ser bom, nessas férias os domingos em que passava livre dava para se contar nos dedos de uma única mão, seu pai, que já o via como um pequeno homem lhe deu aulas e mais aulas sobre como lidar com toda a fortuna da família em todos os finais de semanas, já que nos dias de semana estava ocupado de mais com coisas de adultos. Mas o sofrimento do pobre menino não acabava por aí com tediosos fins de semanas, nos dias uteis sua mãe o forçava a ter aulas de etiqueta masculina, dança de salão e tudo que um bom homem deve saber em sua opinião. Harry detestava tudo aquilo, seu único alivio era nos momentos em que podia tocar os instrumentos e praticar canto, porem sua mãe não achava aquilo de tudo importante.
Por essa razão o garoto não se importou de ter de colocar sua roupa mais engomada e ter de passar aquele perfume francês que sua mãe sempre o obrigava em ocasiões formais. O seu nariz não se agradava com o forte cheiro, porém o dia brilhava demais para se começar uma discussão.
A estrada que ligava Princess Park a pequena, porem belíssima, cidade Eroda durava cerca de uma hora e meias com seus melhores cavalos puxando a carruagem. O caminho estava mais florido do que Harry se lembrava, com flores tão grandes e bonitas que mais pareciam as grandes joias de sua mãe, insetos zumbiam em busca de seu pólen e uma brisa leve balançava as folhas das arvores em uma bela canção. Mesmo com seu pescoço doendo por estar desconfortavelmente virado para o exterior da carruagem, olhar pela janela estava muito mais satisfatório do que ver seu pai ler o jornal, ou sua mãe insistir em arrumar detalhes inexistentes no vestido amarelo de sua irmã, Gemma.
Ao chegarem na igreja, seu pai já o puxou pela mão para caminhar junto a ele, tendo atrás sua irmã e sua mãe. Tediosas conversas com outros homens sobre os negócios da família ou em como o preço da soja estava subindo e subindo em uma constante, foi a chave que abriu seu domingo. Harry não entendia muito do assunto, não tinha os mesmos gostos ou o dom que seu pai tinha para mexer com dinheiro, e por essa razão não entendia o motivo de suas conversas serem sempre sobre dinheiro, dinheiro, dinheiro e dinheiro.
Ora, pensou, existem tantos outros assuntos e nenhum foi se quer mencionado. Como podem preferir falar sobre dinheiro ao invés de comentar sobre o show e beleza que a natureza nos deu hoje?
Durante o sermão, sentado entre seu pai e sua irmã, Harry não conseguia se manter quieto, se detinha muito ansioso e não entendia nem metade do que o pastor pregava, porém não poderia se importar menos. Suas pequenas pernas, que não alcançavam o chão, balançavam freneticamente só para conter o instinto do menino de sair por aquela porta e correr até alcançar a linha do horizonte. 
Seus olhos, também inquietos, procuravam algo na multidão de cabeças que nem mesmo ele sabia o que era ao certo. Neste meio tempo acabou por achar uns de seus amigos da escola, Niall Horan, que acenou alegremente com uma de suas mãos e desastrado como era acabou por acertar o rosto de uma senhora, Harry tentou conter seu riso quando viu a mãe de seu amigo o repreender, porem foi em vão, soltou uma risada alta e nasal que chamou a atenção que não devia e por isso levou um beliscão de sua mãe em seu braço.
_Harry Edward Styles! – Sr. Anne o reprovou em sussurro com uma feição irritada – Tenha respeito com a casa do Senhor! Não foi assim que eu te eduquei, agora aquiete sua boca e para de mexer essas perninhas travessas! Não quero que te vejam como um menino mal.
Nessa mesma hora o garoto parou, não colocaria seu pescoço a prova, porem seu momento de quietação colapsou em questão de minutos, o pobre garoto não tinha controle sobre sua ansiedade. O que para pessoas adultas durou questão de apenas uma hora, para Harry mais parecia um século, então quando finalmente pode sair daquela capela lotada de pessoas e muito abafada deu graças ao céu novamente por poder desfrutar de um dia límpido.
O piquenique de arrecadação para pessoas carentes aconteceria no lago de Stanley, um lugar muito bonito na opinião de Harry, e volta do grande lago havia um gramado verde que cobria quase que todo o parque, pequenas flores silvestres cresciam por volta de sua extensão e um tanto mais afastado um aglomerado de arvores, algumas frutíferas e outras não. Algumas pessoas haviam levado toalhas bordadas e seus alimentos para sentarem entre familiares e amigos e aproveitar a bela vista do lago de aguas claras, porem esse não era o caso da família Styles, eles por sua vez estavam em uma tenda com uma linda mesa de jardim, sua toalha, em vez de estar estendia no chão, cobria a mesa e ganhava um contraste atraente junto a porcelana. Harry não entendia isso, se chamavam aquilo de piquenique não deveriam estar como todo o resto? Se não, seria bem mais fácil chamar de “chá no jardim”.
Seu pai havia saído para cumprimentar os outros senhores que estavam por ali também, sua mãe havia puxado sua irmã para uma conversa superficial e entediante com as outras mulheres que haviam se aproximado da tenda deles para cumprimentar a Sr. Styles. Como o assunto era algo relacionado ao talento da Sr. Anne em bordados, o que definitivamente não era o assunto preferido de Harry, o garoto viu sua oportunidade de fugir novamente, então enfiou o mais rápido que conseguiu algumas bolachas em sua bolço, não se importando se sua mãe posteriormente reclamaria por estar cheio de migalhas, e correu para bem longe dali.
Caminhando por entre as pessoas e aproveitando a brisa leve que o glorioso dia lhe proporcionava avistou ao longe uma família muito grande, e em sua maioria eram todas mulheres, não paravam de falar e dar risada e Harry, contagiado por essa alegria, não conteve um sorriso. Ainda as olhando se deparou com algo que não esperava: Louis Tomlinson.
Seus paços param instantaneamente, sua barriga se contorceu e Harry teve a impressão de que seus órgãos haviam se unido em um nó, o menino observava seu amigo ao longe, rindo e segurando uma criança no colo, enquanto a alimentava com pequenas frutinhas. Harry nunca soube ao certo quanto tempo permaneceu nesta posição, porem se lembra claramente que quando Louis percebeu sua presença e o olhou de volta. O menino sentiu seu coração explodir e aquela estranha alegria voltar, suas mãos suavam e sua cabeça não conseguia pensar em outra coisa a não ser Louis, Louis e Louis.
Eles continuaram se encarando pelo que pareceram horas na visão do jovem Styles, até que a pequena e tímida mão de Tomlinson acenou para ele. Neste momento Harry relaxou os ombros e se achou um idiota por ter reagido daquela maneira, afinal de contas Louis era seu amigo, por que ficaria nervoso ao vê-lo? Era um amigo.
Observou o garoto de olhos azuis se levantar e dizer algo para sua mãe, que no mesmo instante olhou para Harry e sorriu, recebendo um aceno em resposta, e veio andando em sua direção.
_ Deixe-me adivinhar, fugiu de seus pais e tropeçou em mim? – Louis disse se divertindo da cara estranha que Harry estava fazendo.
_ Achei muito extravagante eles terem trago uma tenda e uma mesa – O sorriso do menino e o jeito que seu cachos castanhos eram bagunçados pela brisa fez Louis ter vontade de gravar aquele momento para toda a eternidade. – Estragou totalmente o conceito de piquenique.
_ Achei que você fosse o rei da extravagância, jovem Sr. Styles – Uma risada sem graça foi toda a resposta que deu. Ali permaneceram eles, em silencio, se encarando sem saber ao certo o que deveriam falar. Era para ser normal eles se sentirem estranhamente desconfortáveis, mas ao mesmo tempo totalmente familiarizados?
_ Quer fugir comigo? – A incerteza de Harry saiu na forma de uma voz tremula, suas mãos apertavam fortemente sua roupa, procurando um alivio para o suor, não sabia do porquê de estar nervoso dessa maneira e se amaldiçoava por isso – Só por essa tarde...
_ É claro que eu quero – Louis sorriu gentilmente, havia notado o nervosismo do amigo então procurou não demonstrar o seu para não piorar ainda mais a situação – Prefiro mil vezes ter uma tarde de fugitivos com você do que ficar nessas festas.
Com um sorriso no rosto e alivio no peito os dois correram o mais rápido que puderam dali. Harry ao longe viu sua mãe o procurando e o desespero o tomou, sua aventura mal começou e ira ter de voltar a chatice do dia a dia?
Porem Louis foi mais rápido do que o afiado olhar da Sra. Styles, puxou o garotinho de olhos verdes pela manga da camisa para debaixo de uma grande mesa, mesa a qual a igreja havia patrocinado com comes e bebes para aqueles que não haviam trago o de comer. Eles, já lá embaixo encobertos pela toalha de mesa de tonalidade amarelo claro, viram passar os pés, vestidos com um bonito sapato de coro, da mãe de Syles e tiveram que conter seu riso. Permaneceram assim por tempo o suficiente para que ela se afastasse e só então soltaram a mais gostosa risada. De fato, não havia nada de real graça, porem ambos só estavam felizes por estarem ali.
Harry sentia sua barriga doer e via a urgência de Louis por ar e mesmo assim estava difícil de parar, porém, em algum momento o olhar desses dois meninos se encontraram e as borboletas em suas barrigas foram o suficiente para aos poucos calar toda aquela euforia. Talvez o fato de estarem de baixo de uma mesa fosse o suficiente para deixá-los estranhamente próximos, eles se sentiam atraídos como imas e seus polos negativos.
Harry observava Louis percorrer com o olhar por todo o seu corpo e se demorar um pouquinho mais em sua boca, em seus cabelos e em seus olhos, em contra partida o jovem herdeiro Styles também não media esforços para observar o amigo. Hoje ele estava diferente, bem arrumado, não estava com a velha jaqueta de antes e sim com roupas de domingo, seus cabelos estavam muito bem penteados e seus olhos azuis mais profundos do que Harry se lembrava.
Ele não sabia explicar ao certo, mas existia ali uma imensa atração para chegar cada vez mais próximo do menino. Sentia uma inexplicável vontade de passar as mãos por seus cabelos, de abraça-lo para sentir seu perfume e de assisti-lo dar risadas gloriosas. Porem tudo isso era estranho de mais, afinal por que diabos ele iria querer sentir o perfume de algum amigo? Nunca havia ocorrido tal coisa como essa antes, se lembrava claramente de não desejar chegar perto de Liam Payne quando estavam correndo no campo ao lado da escola.
Então por que com Louis isso estava acontecendo? Estava decepcionado... era para ser diferente, sem tantas emoções. Perdido em seus devaneios se surpreendeu ao escutar seu nome ser chamado com certa insistência.
_ Harry! Está me ouvindo? – Era Louis em sua frente, levemente corado – Estou com cede...
_ Melhor sairmos daqui... – O garoto tinha sua voz ofegante, não sabia o que estava acontecendo com seu corpo e sua mente.
Ao saírem debaixo da mesa discretamente para que nenhum adulto brigasse com eles, Louis apanhou um pequeno copo e uma jarra que continha suco de acerola. Enquanto despejava o liquido no copo uma senhora de chocou contra ele, fazendo com que derrubasse suco na toalha da mesa.
_ Ora, menino desastrado! Olha o que fez com essa toalha! – Sua voz estridente bravejou contra Louis, endureceu a face pronto para revidar – Não está contente de pegar nosso dinheiro dado de bom grado para ajudar sua família? O orfãozinho ainda quer estragar toda a festa? – Neste momento a feição de Louis caiu, seus olhos ficaram vermelhos e Harry percebeu que o menino se encontrava em apuros, cedo ou tarde acabaria surtando.
_ Opss – Foi o barulho que Harry fez ao derrubar toda a jarra de suco de uva na mesa, respingando algumas gotas no vestido da velha senhora – Lamento, ouvi dizer que uva mancha.
_ Ora menino atrevido! – A fúria no rosto da mulher poderia ter feito qualquer pequeno garotinho se assustar, porém Harry se manteve firme em sua afronta diante do sorriso que Louis lanço a ele – Onde está sua mãe? Alguém precisa dar umas boas palmadas para lhe mostrar o que é educação!
_ A mãe dele está aqui, prazer, Sra. Styles – Anne, que estava atrás da senhora olhou em direção ao filho de relance, depois voltando sua total atenção a senhora. – A senhora gostaria de me dizer algo?
_ Sra. Styles?! Este menino é seu? – O espanto no rosto da mulher fez Harry soltar uma risada nasal, recebendo um olhar de repreenda de sua mãe.
_ Como eu já lhe disse, obviamente é – Sua voz carregava impaciência – E a senhora, quem seria?
_ S-sou Sheila Willians, pode me chamar pelo primeiro nome Sra. Styles.
_ Muito bem Sra. Willians, ouvi um pouco da conversa que estava tendo com estes meninos e devo admitir que não me lembro de ter visto sobrenome Willians na lista de arrecadação de fundos... -  Seu semblante se resumia aos lábios levemente encurvados para cima e toda a classe que um ser humano poderia ter em todas as suas vidas, em contra partida o rosto que a Sra. Willians carregava era de tamanho constrangimento que era vergonhoso até para Harry olha-la.
Não ousando levantar sua cabeça nem sequer para olhar Anne nos olhos em despedida a velha mulher murmurou algo incompreensível e se retirou para se juntar a outras senhoras. Harry observou a mãe acompanhar com o olhar a caminhada da encrenqueira mulher com um semblante neutro, realmente Anne Styles sabia usufruir da boa classe e para o pequeno filho isso era assustador.
_ Alguém tem algo a me dizer? – Sua voz soou firme, porém estranhamente gentil, olhando em direção aos meninos com os olhos semicerrados por conta do sol.
_ Estávamos pegando suco e sem querer acabamos derrubando... – Harry disse rapidamente se atropelando com as palavras. Isso surpreendeu Louis, afinal fora ele quem derrubara primeiro, não esperava que o amigo assumiria a bronca junto a ele, geralmente as pessoas jogavam toda a culpa em suas costas, mesmo que nas horas que era inocente.
_ Os dois derrubaram o suco? – Sra. Style arqueia apenas uma sobrancelha – E sucos diferentes? No mesmo instante? – Os dois meninos já estavam preparando os ouvidos para uma bronca, porem o rosto da bela mulher se desfez em um sorriso gentil – Precisamos treinar essa coordenação motora de ambos, não acham? Mas no momento teremos de ir embora Harry, sua irmã não está se sentindo bem. – Harry acenou com a cabeça. Andando ao lado da mãe em direção à carruagem o jovem menino se deu ao luxo de olhar para trás e ver Louis Tmlinson o olhando de volta. Harry não tinha muitas certezas em sua vida, porem poderia se agarrar ao fato de que queria ver Louis ao seu lado para sempre, afinal esse amigo estava se tornando o sol que ilumina os dias de Harry.

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♡NOTAS♡

Sobre o próximo capítulo: quem amaria ver estrelas ?

Back to the time
You were lying next to me
I looked across and fell in love.

_ Ed Shereran, All of The Stars

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⏰ Última atualização: Oct 27, 2020 ⏰

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Golden Stream (Larry Stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora