Recuerdos

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Monterrey - 6:45 da manhã.

Eu pude perceber as bochechas do garoto corarem de vergonha, e as minhas também, afinal, não é todo dia que vejo um garoto que não seja meu namorado nessas condições.
Ele era o Poncho? Caramba! Ele estava tão diferente do menino que conheci, seu físico estava ótimo, pude perceber os gominhos em sua barriga e seus braços mais fortes, o cabelo estava bagunçado e a cara um pouco amassada de sono. Eu fiquei totalmente sem ter o que dizer, já ele, apenas virou as costas e subiu as grandes escadas em formato de caracol que havia na sala.

- Any, me desculpe, ele provavelmente não lembrou que você chegaria hoje, pois aposto que teria se arrumado mais antes de sair do quarto se tivesse lembrado da sua visita. - Ruth disse colocando a mão no rosto em forma de vergonha.

- Imagina, Ruth, não tem problema algum, mas pela vermelhidão do rosto dele ele deve ter ficado com vergonha. - Falei rindo.

- Any, quer conhecer o quarto em que você vai ficar? A tarde logo depois que você descansar eu peço a Poncho para que te leve conhecer toda a fazenda.

- Se não for incomodar Poncho, pode ser.

- Então venha, Any, eu preparei o quarto todo só pra você. - Ruth disse tirando o avental e deixando em cima de uma cadeira que havia alí.

Nós subimos as escadas e pude ver em como a vida deles havia melhorado, o corredor que se dava logo depois que subia as escadas era composto por um espelho em uma das paredes e alguns vasos de flores, haviam quatro portas e uma sala aberta sem porta que parecia ser totalmente confortável.

Ruth me mostrou todos os cômodos por trás daquelas portas, menos em um que eu chuto que seja de Poncho, em um dos lados da parede esquerda havia um banheiro e o quarto de Ruth e Pedro, já no lado direito havia o que eu iria ficar e o quarto de Alfonso, bom, que eu acho que seja dele.

Quando a madrinha abriu a porta do quarto em que eu iria ficar eu fiquei totalmente boquiaberta, o quarto era branco com uma cama king no meio e todo o enxoval era branco, havia uma penteadeira e um guarda roupas embutido na parede, havia também uma outra porta que quando abri deu em um banheiro dentro do quarto, quase uma suíte toda pra mim.
Estávamos conversando no quarto quando alguém abre a porta, era tio Pedro com minhas três malas na frente da porta.

- Any, você carrega chumbo aqui dentro? - ele falou fazendo graça e limpando o suor da testa.

- Só algumas coisinhas. - Afirmei rindo.

- Já viu Poncho? Aposto que ele tem saudades. - Tio Pedro falou me fazendo corar novamente lembrando da cena de minutos atrás.

- É..., Eu acho que podemos contar como um oi

- Seu filho apareceu na cozinha sem camiseta, só com calção de dormir. - Madrinha Ruth me interrompeu afirmando.

- Não, mas não se preocupem, não tem problema algum, provável que ele não tenha se lembrado da minha visita.

- Bom Any, agora iremos deixar você descansar um pouco, a hora que o almoço estiver pronto eu mando Guadalupe vir chamar você - ela disse dando uma piscadinha para mim e fechando a porta logo depois.

Depois que eles saíram do quarto eu fui colocar meu celular carregar na esperança de ter wi-fi e eu conseguir enviar uma mensagem para Diego ou meus país, mas sem sucesso, não havia wi-fi nesse lugar, bufei e deixei o celular de lado.

Fui até a grande sacada do meu quarto que dava de frente a toda fazenda, de lá pude observar Poncho, ele estava em cima de um cavalo rindo de alguma coisa, ele estava tão bonito, o sorriso dele era algo contagiante e por alguns minutos esqueci de todas as nossas intrigas que tínhamos quando éramos crianças.
Percebi também que contrataram alguns funcionários para trabalharem aqui, o negócio deles estava muito maior desde que fui embora do México.

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