Nossos Olhares Vão se Encontrar.

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• vão ter muitas referências à músicas brasileiras, espero que vocês gostem disso! em breve eu farei uma playlist, mas por enquanto se quiserem ouvir algo enquanto lêem, recomendo bastante Legião, Cazuza, Raul Seixas e Nando Reis ;)

boa leitura 💘

🌕

— É como pisar em nuvens, sabe? Ou, sentir seu interior se revirar em borboletas. É emocionante e também causa ansiedade, é tão intenso e tão gostoso, que acabamos cegos. Não conseguimos e nem queremos, sentir nada além dele, é algo que completa e transborda ao mesmo tempo.

É...excitante.

Noites em claro, sorrisos bobos e o coração disparado todas as vezes em que os olhares se encontram. Muitos sentem, e poucos compreendem essa fúria em chamas dentro do peito. Alguns almejam senti-lo por completo, já outros, não se abrem para a possibilidade de vivenciar o formigamento na ponta dos dedos ou das pernas mais molengas do que gelatina de morango.

Contudo, há um fato verídico: todos que passam por essa experiência saem machucados pelo menos uma vez.

E dói.

Porra! Dói como o inferno, e as lágrimas, elas nunca parecem ser suficientes. Mas, tudo bem, porque quando isso passa, uma fortaleza se instaura ao redor de tudo, nos protegendo para a próxima rodada. E um novo ciclo se inicia, desde as borboletas no estômago, até a dor infernal. E não me pergunte o porquê.

O amor, é simplesmente assim.

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"Ele tinha olhos opacos e um sorriso raro, ele fazia minha alma gritar. Era gentil e delicado. Kim Tae – como eu o chamava – gostava de Legião, e Cazuza, e ritmos sublimes... me lembro bem." — Luz

[ São Paulo, verão de 2017]

Tudo começou no primeiro dia daquela estação quente e chuvosa, nenhum vento ou brisa pairava o lugar. O brilho do sol estava centralizado entre as nuvens, queimando as cabeças da multidão que andava pelas ruas movimentadas da grande capital. Faziam exatos 36 graus celsius, uma temperatura insuportável – mas, para quem estava acostumado a ser luz, era um clima agradável.

Ainda é cedo, era o que ele ouvia em seus fones de ouvido no volume máximo, enquanto caminhava de forma preguiçosa pelas ruas movimentadas de São Paulo, porém Renato Russo mentia.

Jeon Jungkook estava atrasado para sua aula de farmacologia básica.

Balançava sua cabeça no ritmo da música e cantarolava o refrão enquanto aguardava o sinal ficar verde. Ainda é cedo, Renato dizia. E talvez ele estivesse certo, pois, a Luz me disse que assim que seus olhos cruzaram com os do homem ao seu lado, sentiu que o tempo estava regressando. Jungkook sentiu os carros pararem, as pessoas congelarem e somente os dois orbitarem naquele lapso de momento.

Ela disse que os olhos amendoados carregavam um mistério indecifrável, mas, ao mesmo tempo, fazia seu coração encher-se de ternura, a Luz ficou completamente fascinada ao observar os mínimos detalhes da figura ao seu lado.

E então, ele sorriu.

Um sorriso tão doce quanto rapadura, um sorriso que acalentava seu espírito agitado, um sorriso de aprovação... E quando entendeu o significado daquele repuxar de lábios, foi que Jungkook percebeu; estava cantarolando alto demais – malditos fones e barulhos da cidade.

Enquanto Houver Sol...Onde histórias criam vida. Descubra agora