Marilyn Shaustz está a procura de algo, alguma resposta, alguma emoção, algum amor...
seguindo os passos de sua mãe em busca da liberdade e sonhos, conseguirá preencher o vazio de sua vida?
Talvez, mas nessa jornada coisas irão acontecer e valores...
Foi um grande acontecimento, quando meu pai invadiu meu quarto sem nenhuma explicação aparente, colocou uma pequena caixa azul na minha cama, e saiu sem dizer nada a além de um simples "feliz aniversário Marilyn".
Isso de certa forma, já era algo comum, ele não costuma ser muito caloroso - na realidade, não me lembro da ultima vez que tive um momento de afeto com o meu pai - , nossa relação nunca foi um exemplo, mas é como dizem, as melhores pessoas tem problemas com o pai...
Geralmente ele acaba ficando no trabalho até tarde, e vira a noite em algum bar ou algo do tipo - as vezes parece que ainda não superou o abandono da esposa- vovó sempre dizia, que o amor que eles sentiam era algo além da explicação humana.
Eu não tenho uma opinião sobre, mas para terem se casado - acredito eu - que no mínimo se amavam muito.
Vamos sair do drama familiar, minha maior preocupação no momento é a pequena caixinha azul.
- Mon Dieu ! - digo assim que abro a mesma - era simplesmente, o colar mais lindo que já havia visto - é dourado, possui correntes tão delicadas, não duvidaria que com apenas um leve toque se desfaria em minhas mãos. Seu medalhão não parece ter menos de 80 anos, me lembra a antiga realeza francesa, que estudamos na escola.
O pego com toda delicadeza, e levo para a varanda onde a mais luz - com a claridade reparo pequenas letras grifadas, algo como - "suis tes rêves et n'ayez jamais peur de l'inconnu" - siga seus sonhos, e nunca tenha medo do desconhecido. Essa pequena frase faz meu coração doer, e uma lágrima solitária cair sobre meu rosto
Essa frase que foi ouvida por mim durante minha adolescência inteira. E dita por ela no seu último suspiro - grand-mère você faz tanta falta que não saberia descrever em palavras o quanto queria que a senhora ainda estivesse aqui.
Um leve sorriso é criado ao pensar que hoje, no meu aniversário você faria minha torta favorita, e me daria uma linda carta que me dera todos os anos de minha vida, com um grande sorriso, dizendo o quanto me amava.
Essas lembranças me dão a certeza de que esse colar era de minha avó certamente o melhor presente que já recebi - espero que o vovô Lohan nunca imagine que algum dia cheguei a pensar nisso.
Preciso me lembrar de agradecer a papa, pelo presente incrível, mas agora preciso me arrumar urgentemente. É meu aniversário, e vovô Lohan jamais deixaria essa data passar em branco, então ele preparou um almoço especial em família - mesmo eu ter sido cem por cento contra essa ideia, Lohan consegue ser bem persuasivo quando quer.
Como sempre estou atrasada. Me visto rapidamente - com um vestido creme, delicado e uma sandália, que irá se sair bem com o colar de minha vó - agradeço mentamelmente por ter um cabelo extremamente curto já que não preciso arrumá lo - ele facilita tanto minha vida, e cá entre nós, retocar o ruivo no salão é uma pechincha.
Desço as escadas rapidamente - pedindo a alguma entidade divina, ajuda para conseguir achar o fecho do colar - ao chegar no final da mesma, começo a pensar se seria somente um almoço em família - certamente havia, mais pessoas do que o esperado por mim...
Mon Dieu ! - Meu Deus!
grand-mère - Vovó
papa - Pai
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