Teoria Das Causalidades

A ÚLTIMA APOSTA - PARTE II

* ESSE CAPÍTULO CONTÉM SPOILERS DE TEORIA DA SINCRONICIDADE *

L O G A N    S A N D E R S 

– Já terminou? – digo ansioso para Sierra que não quer que eu abra os olhos enquanto passa a base em meu rosto.

– Fica quieto, inferno – reclama, para de fazer a maquiagem analisando o que mais deve ser feito. – Aliás, gostei do corte do cabelo.

– Eu também – Tyler fala ironicamente. – Qual pet shop você foi para darem esse corte incrível?

– O mesmo que o seu pai. – devolvo.

– Cala boca vocês dois, por favor – Sierra reclama. – Estou tentando ficar concentrada aqui.

Reprimo uma risada.

Passaram-se dois dias desde a briga clandestina, estava torcendo para que o hematoma e o inchaço desaparecessem, mas eu estaria pedindo para um milagre. Eu estou um pouco ansioso demais nesse dia em particular, Caleb conseguiu uma entrevistas de emprego para mim de última hora, precisavam de empregados para semana que vem e as seleções aconteceria hoje.

Ou eu iria, ou perderia a oportunidade. Hoje de manhã, mesmo passando várias pomadas de marcas diferentes, gelo e todo o tipo de merda caseira para tentar melhorar o meu olho, não adiantou.

Eu iria para entrevista de emprego com o maldito olho roxo, Caleb até falou hoje de manhã:

"Chama aquela sua amiga metida a rica, ela deve ter produtos caros de maquiagem e deve conseguir fazer um reboco nessa sua cara."

E cá estávamos, perto do depósito abandonado do St. Martin, no meio do almoço, preparando a minha pele para ficar apresentável na entrevista de emprego. Não falei para Caleb, mas consegui também algumas entrevistas em lugares diversos, marcada para depois do almoço.

Ou seja, matarei a saudades de cabular a aula. Faria esse sacrifício com o maior prazer do mundo.

– Fiz o máximo que pude – Sierra declara desanimada e termina em meu rosto. – Seu irmão é um brutamontes mesmo.

Torço nariz com o termo. A última coisa que eu usaria para definir Caleb seria isso.

Porém, lá vamos nós, Sierra Mitchell implicando com o meu irmão sem razão alguma. Dou uma risada e toco levemente meu rosto, na massa extra penetrando na minha pele.

– Se soubesse o que falei pra ele, com certeza vai achar que um soco no olho foi bem pouco pra surra que eu merecia – digo e vejo Sierra procurando algo dentro da bolsa enquanto Tyler está deitado em um banco atrás de nós.

– Não me importo, você sabe que estou do seu lado até quando estiver errado.

– Ou simplesmente tem algo contra o meu irmão, é bem visível, aliás – alfineto e ela me entrega um espelho, mostrando a língua.

Confesso que Sierra fez um ótimo trabalho, conseguiu esconder boa parte do hematoma enorme que cobriu a região. Ela vem feito isso nos últimos dias, passando base no meu rosto e eu colocando os óculos escuros para passar despercebido pela fofoca do St. Martin.

Achavam que eu estava me embriagando durante a semana, mas bem melhor do que acharem que é outra coisa.

– Está bom – digo meio ansioso, ainda dá para ver um pouco do roxo ao redor do meu olho.