* ESSE CAPÍTULO CONTÉM SPOILERS DE TEORIA DA SINCRONICIDADE *
L O G A N
Está um pouco frio e pela enésima vez, viro para o lado na cama, mas desisto de tentar dormir. Eu me sento, deixando a coberta escorregar dos meus ombros. Pego o cigarro e o isqueiro na cabeceira, sento e resolvo esquecer um pouco da confusão dentro da minha cabeça.
Eu não paro de pensar sobre o que aconteceu mais cedo.
E eu me odeio por isso.
Eu tinha colocado um ponto final em tudo, mas sempre estou voltando pra trás. Pra ela.
Hoje de manhã fui até a sala da Bridget Carter entregar o trabalho de literatura que foi pedido, para tentar ganhar sua atenção e uma carta de recomendação. Não nego que não me empenhei muito porque toda vez que eu lembrava do motivo desse trabalho, queria rasgá-lo e desistir de vez.
Esperei que todo mundo saísse da sala, para poder entregar o trabalho e quem sabe, chorar um pouco para que lesse sem nenhum tipo de julgamento. Com certeza era um dos meus piores trabalhos, porque enquanto fazia, não parava de pensar nela.
Em Jackie.
Pensei em tudo o que ela disse naquele sábado, sobre Tyler, sobre nosso beijo, me afastando com uma firmeza que só me fez ter a certeza que eu era o único que tinha sentimentos por ela. Por mais que eu pensasse a fundo, que ela fez isso por causa do Tyler, a forma que foi dito me faz abandonar toda essa ideia.
Eu queria fazer um ótimo trabalho para vencê-la nesse jogo, assim como queria desistir para que ela ganhasse a carta de recomendação. Queria fingir que esse trabalho nunca existiu. Queria esquecer ela.
– Aqui está, o trabalho – disse entregando a professora., que colocou os óculos no rosto e começou a ler as primeiras linhas – Eu queria dizer que... Estou passando por um momento difícil e que reconsiderasse as minhas falhas.
– Tudo bem – foi a única coisa que disse enquanto ela passava os olhos pela folha, esperei alguns segundos, ansioso, quando, por fim, acenei e sai andando em direção a porta, querendo correr. – Logan.
Eu me virei, pronto para receber algum tipo de sermão ou qualquer outra coisa. Quando encarei Bridget, ela suspirou deixando a folha de lado, tirou os óculos e deixou em cima da sua mesa.
– Está tão ruim assim? – debochei com um sorriso no rosto, se fosse para falhar, que fosse em grande estilo.
– Não é isso... – Ela me encara. – A carta de recomendação é sua.
Eu não estava esperando por aquilo. Não mesmo, esperava por todo tipo de merda: que eu não conseguiria a vaga por conta do meu histórico, que o trabalho estava horrível, que meu cabelo precisava de um corte e que eu deveria parar de fumar.
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Teoria Das Causalidades
RomanceContos dos personagens secundários de Teoria da Sincronicidade e Teoria da Serendipidade