That Way - We Belong (Dixison)

15. Fire on Fire

Addison

Por incrível que pareça eu consegui pregar os olhos durante o vôo, a viagem é rápida, as 5 horas dentro de um avião passam rápido. Estou desgastada, com dor de cabeça e com vontade tomar uma garrafa de vodka. Ainda está escuro, o sol não nasceu quando chego a meu destino. Nova York nunca dorme e não seria diferente quando eu chegasse aqui. Meu celular vibra com a chegada de algumas mensagens, mas não estou com vontade de ler nenhuma delas, minhas esperanças acabaram e a única coisa que eu quero é ir para meu apartamento e deitar na minha cama. Já estava esquecida que aqui temos que brigar por um táxi, mas estou muito cansada e estressada para isso, entro no primeiro que aparece e acabo passando na frente de um homem alto que me xinga de vários nomes, eu reviro os olhos e me finjo de surda.

No meu apartamento, deixo minha mala no meio da sala, tiro meu tênis deixando ele pelo caminho e não demoro muito até me jogar na minha cama. Parece que estou caindo nas nuvens quando deito sobre o lençol de seda. Caiu logo no sono e só abro olho quando meu despertador toca às 07:30 am. Metade do meu rosto está amassado, nem troquei de posição no meio da madrugada, minha boca está toda babada e esse é o sinal que eu dormi muito bem, acho que eu estava cansada até para pensar nela e em todos os meus problemas que sempre parecem girar em torno dela.

Tomo um banho quente e troco de roupa, coloco um óculos escuro e peço um uber. Vou direto para o ateliê para ter uma reunião, vejo o resultado das fotos da nova coleção, todas as outras modelos sorriem e se empolgam mais do que o normal, elas comentam umas com as outras mas eu sou a única que sorri sem mostrar os dentes e que não demonstra tanta felicidade. 

- Está tudo bem? - Liv que está sentada em uma cadeira ao meu lado se inclina para me perguntar em um tom baixo.

- Sim... - Forço um sorriso, Liv pega minha mão e aperta deliberadamente e volta sua concentração para a reunião. Deve estar nítido que não estou bem e só por ela ter pego na minha mão para demonstrar que "vai ficar tudo bem" a vontade que eu tenho de chorar desde a hora que me acordei e me olhei no espelho volta, engulo a seco e não deixo nenhuma lágrima cair e nenhum pensamento sobre a Dixie voltar a minha cabeça, mas como sempre não consigo fazer isso, quando se trata dela parece que eu fico vulnerável e sensível, como se a não presença dela me prejudicasse não só na minha vida pessoal mas na profissional e na estudantil também, sempre foi assim e não quero que isso continue, não posso ficar dependente emocionalmente de ninguém, tenho que focar um pouco mais em mim, mas tudo seria mais fácil com ela aqui.

Almoço com a Liv em um restaurante tailandês e depois ela me deixa na Columbia, as aulas já vão começar amanhã e eles me ligaram para pegar alguns materiais que já estão disponíveis, além do resultado da equipe de líderes de torcidas já terem sido divulgados. Foi para isso que entrei na Columbia, para fazer parte da equipe de cheerleaders, para participar de vários campeonatos e quem sabe não me tornar profissional algum dia, mas parece não ser um opção no momento, não tenho tempo para me dedicar a uma equipe agora.

A faculdade tem uma arquitetura de tirar o fôlego, sofisticada e com seus pilares que me fazem lembrar o Olimpo. Dentro não é diferente, sua decoração é refinada e alguns alunos passam por mim com alguns livros nas mãos e concentrados em cada um deles, ainda me pergunto como consegui entrar em uma faculdade desse peso. Eu passei por uma entrevista e uma olheira foi assistir a final do campeonato de futebol onde me apresentei, sempre trabalhei muito duro para ter a oportunidade de estar aqui, mas mesmo assim ainda tenho uma insegurança dentro de mim. Quem me via passar pelo corredores do L.A. High School não devia imaginar que sou insegura com meu corpo e com a minha capacidade de poder conquistar as coisas, a Dixie costumava a me lembrar de como eu sou capaz de conquistar tudo o que desejo. Como eu odeio a forma que tudo leva meu pensamento a ela.