Raposa Negra

prólogo

Em uma noite clara, em uma das cabanas onde habitavam os empregados da mansão Dire, ecoavam os gritos doloridos de uma mulher. Seus clamores eram tão intensos que assustavam qualquer um que os ouvisse. Seu nome era Dalvania, uma mulher de pele escura, lindos cabelos cacheados e olhos verdes marcantes. Naquele momento, ela estava em trabalho de parto.

"Vamos, Dalva, você consegue! Mais um esforço", falou a senhora, uma parteira experiente que já havia ajudado muitas servas a darem à luz. "Força, minha querida."

"Eu não consigo", respondeu Dalva, visivelmente exausta. A parteira estava preocupada com a pobre garota, pois ela estava perdendo muito sangue, o que nunca era um bom sinal. "Não tenho mais forças."

"Não desista agora. A criança está quase nascendo. Vamos, força!"

Após um longo período de tempo, finalmente a criança veio ao mundo. Era uma menina saudável, e a parteira entregou a criança a sua mãe, que estava cansada e pálida devido à perda de sangue. Dalva deu à sua filha o nome de Destiny, desejando que ela fosse dona do próprio destino. Infelizmente, a jovem mãe não sobreviveu por muito tempo após nomear sua filha e, por sorte, não testemunhou quando a criança foi arrancada de seus braços pelo senhor da mansão.

"Então, esta é a bastarda do meu filho. Nem para dar à luz um filho homem essa serva imprestável serviu", disse ele, segurando a criança em seus braços e levando-a para a mansão. "Você me será útil, criança, e servirá a mim e à minha família com sua vida. Mesmo que eu precise quebrá-la e moldá-la à minha vontade. Seu nome será Mescla, pois você é a mistura do sangue nobre com o sangue vil."