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Chegando a uma desconhecida cidade, Yoohyeon e Bangchan se dirigem a uma pequena casa, onde são recebidos pelas amigas do guarda.

— Bangchan, há quanto tempo!

— Estávamos com tantas saudades!

— Jiu, Siyeon, é tão bom ver vocês de novo! Quero lhes apresentar Yoohyeon, a princesa do reino de Chimbra.

— É um prazer lhes conhecer. — Yoohyeon alegou, enquanto as garotas se espantavam com a inesperada visita, gaguejando palavras irreconhecíveis.

— Explicarei a vocês depois. Por hora, devo conversar com a princesa. — Bangchan disse, começando a subir as escadas até o sótão e pedindo para que Yoohyeon fizesse o mesmo. Chegando lá, acomodaram-se em duas poltronas.

— Onde estamos? — A princesa questionou.

— Bem-vinda a Arym, minha cidade natal. As pessoas no andar debaixo são Jiu e Siyeon, amigas de longa data. Estamos em meu quarto agora.

— Por que viemos para cá?

— Logo após sua fuga, fomos atacados por Dami. Muitos foram mortos. Alguns de nossos soldados sobreviveram, e nos disfarçamos para conseguir entrar no castelo. Como seu guarda real, devo assegurar que esteja sã e salva, por isso viemos aqui para nos esconder. Entretanto, devemos nos preparar para partir daqui alguns dias.

— A culpa é minha.

— De forma alguma, princesa.

— Papai disse que o reino seria destruído se fosse embora. Deveria ter escutado. Foram mortos por minha causa. Estamos sendo procurados por minha causa. Me falaram para não confiar em estranhos, que o mundo era perigoso, mas não os escutei. Eu estraguei tudo. A culpa é minha.

— Não diga isso, princesa. Você fora ensinada muito rigorosamente, se me permite dizer. Não é sua culpa desejar ser livre. Leve o tempo que precisar para se recuperar. Mesmo sendo procurados, irei garantir que sempre esteja protegida.

— Nós não estamos sendo procurados, eu estou. Além disso, o rei morreu, certo? Não é mais obrigado a ser meu guarda real. Por que ainda está aqui?

— Devo dizer que, a partir do momento que matei os soldados de Dami, me tornei um fugitivo. E prometi que a protegeria, afinal, o que mais poderia fazer? Então peço que se acomode aqui, caso não tenha problemas.

— Jiu e Siyeon serão procuradas caso descubram. Não posso ficar.

— Não se preocupe, princesa. Agora, se me der licença, irei as avisar sobre o ocorrido. Tenho certeza de que irão entender.

Saindo do sótão, Bangchan logo se depara com as amigas ouvindo através da porta, claramente cientes da conversa com Yoohyeon.

— Achou mesmo que iríamos esperar? A filha do rei simplesmente aparece em nossa casa e pensou que não ficaríamos curiosas? Aliás, nem mesmo sabíamos que o rei tinha uma filha. — As garotas entram no cômodo, se voltando para Yoohyeon.

— Não se preocupe, princesa, pode ficar aqui o quanto quiser. Não temos medo.

— Aliás, apenas vocês dois partirão?

— Certamente. Os outros soldados não devem saber que estamos aqui, por isso lhes disse que iríamos à Chimbra novamente, assim passaremos despercebidos caso alguém confesse à Dami.

— Bom, então vamos com vocês. — Siyeon afirmou, enquanto Jiu concordava com a namorada.

— De jeito nenhum.

— Por que não? Somos tão habilidosas quanto você. Como dormirá se disse que protegeria a princesa a todo momento? Aliás, você tem dormido esses dias?

— Nesses dias é pouco, Jiu. Não nos vemos há mais de um ano. Você planeja simplesmente deixar suas melhores amigas para trás? Sabemos que Yoohyeon é uma princesa, mas por que levar apenas ela? Quanto mais, melhor, certo?

Sabendo que não desistiriam, Bangchan concorda em partir com as amigas e Yoohyeon na próxima semana. Nos dias em que a princesa se acomodou na casa, experimentou diversas novas sensações, como sentir o vento passear por seus cabelos e contar histórias — que não por carta — as suas novas amigas. O doce sentimento de liberdade, entretanto, esvaía-se durante à noite, quando a princesa acordava com lágrimas nos olhos pelos pesadelos.

No dia antes de sua partida, Yoohyeon tenta prever o futuro, de forma a saber se exporia todos ao perigo novamente. Mas, apesar de ter tentado diversas vezes, não conseguiu. Ao acordar, após comer ou até mesmo no banho, sua benção não funcionava. Ela havia sumido.

olheiro futurístico; dreamcatcherOnde histórias criam vida. Descubra agora