∞ Capítulo Dezessete ∞

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Por Luís

Sou um homem experiente. Namorei algumas mulheres nesses 42 anos de vida, mas nada se compara a Júlia. Lógico que não devo fazer comparações, de jeito nenhum. Olhando para ela agora, dormindo serenamente na minha cama. Penso que a experiência com Júlia foi diferente de tudo que já vivi.


Ao me dizer que era virgem, fiquei muito assustado. Como uma mulher hoje em dia, aos 30 anos, ainda é virgem. Mas depois que começamos a conversar, e ela me contou que nunca namorou e que não tem amigos e que foi criada por pais tão rígidos, entendi seu lado. E agora, muitas coisas começam a fazer sentido. Seu jeitinho de menina, sua forma natural de ser, sua feminilidade que está me deixando encantado. Não quis pressioná-la para transarmos. Deixei rolar naturalmente.

Simples assim.

E rolou. Muito melhor do que eu imaginei.

Passamos o final de semana aqui no meu apartamento, transamos no quarto, na banheira, no sofá da sala. Ainda faltam muitos lugares para explorarmos e pretendo realizar todos os seus desejos.

Depois do almoço, que pedi em um delivery, ficamos grudados na sacada conversando. Ela quis ir embora insistindo que precisava organizar as coisas no apartamento onde ela mora.

Não deixei ela ir.

Prometi que amanhã passaríamos lá, para ela trocar de roupas e irmos juntos para o trabalho.

A Júlia às vezes é bem teimosa e não gosta de ceder quando toma uma decisão, me excluindo e se afastando de mim, isso eu já percebi.

Na hora do jantar ela quis comer hambúrguer. Assim, pedimos também para entregar. Ela é uma menina em corpo de mulher.

Aconchego-me mais em seu corpo nu e ela nem se mexe, acredito que está exausta da maratona de sexo. Para quem não tinha vida sexual ativa, acho que peguei pesado.

Mas logo logo ela estará acostumada.

Na segunda-feira, após o café da manhã fomos para o trabalho.

No escritório não demonstramos afeto. Eu continuei com minha rotina e ela também, o que mudou foram as refeições, ou almoçamos com o pessoal do escritório, em algum restaurante aqui perto, ou vamos juntos para meu apartamento. Todos os dias insisto para ela dormir comigo e até agora estou saindo vitorioso. E no dia seguinte, sempre passamos no seu apartamento para ela trocar de roupas.


Na sexta-feira quando ela veio em minha sala, lembrei que temos um assunto pendente.

--Hoje quando sairmos daqui, você podia passar no seu apartamento e pegar algumas coisas para ficarmos o final de semana juntos. --falo.

--Não. Amanhã bem cedo vou pra casa dos meus pais, Luís. --responde.

Largo o que estou assinando para olhar em seus olhos.

--Não vamos ficar juntos no final de semana? Ou você volta amanhã mesmo? Eu te levo, então. --disparo.

Levanto da minha cadeira e encosto na mesa, puxando-a para se encaixar em mim.

--Não Luís. Eu vou amanhã e volto na segunda-feira. Eu não fui semana passada, lembra? --fala se aninhando a mim.

Faço um carinho em seu rosto e cheiro seus cabelos com aroma de morango.

Não gostei dessa novidade.

--Tudo bem então, né. Eu te levo. --digo dando um selinho em seus lábios.

--Não. Não precisa.

--Então vai no meu carro. --ofereço.

--Nunca Luís. Nem pensar. Não precisa disso. --diz se afastando de mim.

Essa batalha hoje está difícil.

Penso.

Então resolvo mudar o rumo da conversa.

Pego em sua cintura, trazendo-a de novo pra mim.

--Eu queria te perguntar a alguns dias, mas não consegui, você pegou os resultados dos exames e voltou no médico?

--Sim. --responde.

--E o que ele disse?

--Passou um remédio, e me indicou um nutricionista para melhorar a alimentação, evitando alguns alimentos que podem causar enxaqueca se consumidos em excesso.

--E você já marcou? --pergunto sabendo a resposta.

--Ainda não. Depois eu olho isso.

--Já imaginava que essa seria sua resposta.

Ela ri e eu não resisto. Começo a beijá-la.

Nesse momento minha porta se abre e o Marcos entra.

Júlia se afasta de mim imediatamente e sai da sala sem olhar pra trás.

Marcos me encara e já me preparo para o seu sermão.

--Pode falar Marcos. --deixo ele livre pra me criticar.

--Eu acho que nem preciso. --diz seco.

Volto a sentar em minha cadeira e ele senta na poltrona a minha frente.

Então resolvo ser sincero com meu amigo e sócio.

--Nós estamos juntos, Marcos. Tem algumas semanas. Mais precisamente quando voltei de São Paulo.

Marcos suspira e passa uma das mãos na testa. Ele está se segurando para não explodir comigo.

--Eu tentei me afastar. Mas foi mais forte que eu. –digo.

Marcos ri com deboche.

--Isso não, Luís. Sejamos honestos aqui. Não venha com mentiras para meu lado, estava estampado na sua cara que você queria a Júlia na sua cama. Eu te conheço o suficiente. Não me venha com frases ensaiadas de enredo de novela para tentar explicar que você não consegue guardar seu pau dentro das calças.

Fico calado e ele continua.

--Você sabe muito bem a merda que está fazendo. Eu sei e você também sabe como isso vai terminar. Então, poupe meus ouvidos. Isso não vai durar nem seis meses, igual seus relacionamentos anteriores. E quando chegar um processo trabalhista, ou coisa pior, você não venha chorar no meu ombro, achando que com ela seria diferente. --fala estupefato.

Não gosto nem um pouco de como ele fala. Mas não quero ter uma discussão com Marcos hoje. Meu dia não está dos melhores.

--Se é isso que você acha, Marcos. É sua opinião e eu não posso mudá-la. --falo por fim.

--Eu não estou falando por mal, Luís. Eu gosto da Júlia, acho ela uma boa profissional, por isso a contratei. Mas você ter um caso com ela e levá-la pra cama. Caramba, Luís. Com tantas mulheres por aí. Você não precisa disso. Pensa um pouco. Me diz o que vai acontecer quando vocês terminarem esse "rolo"? vocês dois irão conseguir trabalhar juntos? E se ela resolver ficar com outro colega aqui do escritório, você vai mandá-la embora, na hora? --ele expõe suas suposições.

--Ela não é assim. --afirmo.

--Você a conhece a quanto tempo mesmo? Haaa. Lembrei, dois meses.

Marcos continua sua ladainha. Deixo ele falar.

Eu não posso prever o futuro, mas posso aproveitar o presente. Então, vou mergulhar nesse sentimento que tenho por Júlia e que seja eterno enquanto dure.



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