1. DOR NAS COSTAS

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Após mais uma péssima noite de sono, Rute despertou para mais um longo dia universitário. Durante grande parte da sua vida acadêmica, sonhou em entrar na faculdade mais prestigiada da sua cidade e agora seu maior sonho era sair dela. Toda cobrança, stress e pessoas desagradáveis a estavam deixando esgotada, porém esse não era o motivo da sua recorrente falta de sono.

Desde o início daquele ano a garota estava sofrendo com terríveis dores nas costas, acompanhadas de calombos os quais iam e voltavam localizados em cima de suas escápulas. Já havia feito uma série de exames mais os médicos não entendiam o que ocorria com ela, prescrevendo apenas remédios a base de morfina, no intuito de amenizar o desconforto. Acostumada com a dor e atrasada para a aula levantou.

Com a agilidade de quem sempre acorda atardado e devidamente banhada fez um rápido coque em seus longos cabelos crespos de cor ébano, vestiu sua blusa amarela, calça jeans e seu tênis surrado. Saiu apressada de casa se despedindo dos pais com um beijo em suas testas como era de costume. De forma desajeitada colocou suas coisas no carro e se dirigiu a faculdade ou como Rute gostava de chamar " Chernobyl" .

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Durante toda sua vida Rute nunca foi nada além de comum, nunca se destacou nas artes, nem nos esportes e muito menos nos estudos, nunca foi popular mas estava feliz com os poucos amigos que possuía, nunca foi nenhum "Einstein"  mas também não era nenhum asno. Mesmo tendo uma vida comum, ela não era isenta de conflitos e relacionamentos ruins, pois fazia cerca de 2 meses que havia colocado um ponto final em seu relacionamento conturbado com o ex- namorado Isaque. O rapaz de belos olhos castanhos, moreno e de pele alva, não passava de um controlador, corneteiro e agressivo, o qual a havia traído diversas vezes e a usava como marionete.

Por infelicidade do destino os dois faziam boa parte das aulas juntos e Isaque não a dava sussego nem por um segundo, a seguindo como uma sombra por não aceitar o fim da relação. Tendo o denunciado diversas vezes e sendo ignorada o mesmo tanto, Rute se via em um beco sem saída pois aparentemente para a polícia, Isaque nada fazia demais. Tendo sempre a mesma resposta ela desistiu de tentar e apenas começou a viver tentando ignorar a presença de sua  " sombra".

Após o término de todas as aulas Rute só pensava em ir para casa. Já havia se despedido de seus colegas e se dirigia ao carro, quando se viu encurralada por um rosto conhecido. Era Isaque parado em frete ao seu veículo com um semblante irônico na face.

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