04 - O Dia Seguinte

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Cesar Point
11h24 da manhã - Dia 29/07 •

Acordei com um leve incômodo nas costas, talvez por ter dormido sentado. A luminosidade que invadia a sala vinda da varanda aberta também me incomodou. Eu considero acordar uma das partes mais difíceis do meu dia, meu humor costuma ser terrível normalmente, ao acordar então...

Tentei me mexer mas senti um peso nas pernas me impedir.

- Aí merda... - Praguejei baixinho.

Não lembrava de ter caído no sono, quanto mais do Joui dormindo encima de mim dessa maneira.

- Ei... Ei Joui. - O balancei devagar e pude vê-lo murmurar algo e simplesmente abraçar minhas pernas com uma expressão de conforto estampada em seu rosto, me causando um pane maior ainda. - Aí minha nossa, Joui...

- Tá surtando, Cesinha? - Ouvi a voz sonolenta, mas ainda sim de deboche vinda do meu melhor amigo idiota deitado no sofá e o encarei irritado. - É engraçado ver você tiltado depois de tanto tempo.

- Isso não tem graça, paspalho. Ei, Joui...

- Tá até com dó de acordar ele né, ele é tão bonitinho, não?

- Thiago, cala a boca! - Acabei aumenta um pouco o tom, pronto pra jogar uma das almofadas no mais velho quando interrompi meus movimentos, ouvindo mais alguns murmúrios.

- Cesar? - Joui finalmente sussurou se levantando devagar, consequentemente me soltando. Após se espreguiçar, coçou os olhinhos inchados de sono e passou a procurar meu rosto...

Deus, essa visão deveria ser proibida de tão bonita.

- Oi Joui... - Sorri involuntariamente e vi um leve sorriso grogue se formando em seu rosto também. - Dormiu bem?

- Bem sim, obrigado. - Riu sem graça e sentou ereto de esticando, pude até ouvir alguns ossos estarem. - Bom dia, a propósito, e desculpa por dormir... Dormir em você.

- Bom dia e relaxa, a gente pegou no sono, não tem problema...

- Bom dia também viu. - Thiago ainda ria escondido, menos sugestivo, mas ainda sim brincalhão.

- Bom dia, Sensei.

O asiático se levantou e saiu pisando com cuidado nos colchões para não acordar os dois que ainda dormiam de forma desajeitada ali e foi em direção ao banheiro. Enquanto isso eu apenas o acompanhava com o olhar, que acabou por pousar em Thiago depois do japonês ter saído de vista.

- Cê fica com esse sorriso besta aí e depois não quer que eu zombe, aiai viu Cesinha... Vou fazer um café pra gente não sofrer de ressaca, tem remédio na gaveta. - Apontou pra pequena estante próxima de mim e eu agradeci mentalmente, realmente já sentia leves pontadas na cabeça, além de um enjôo que eu já esperava.

Imagino se eu bebesse igual um desgramado que nem os outros três, nem me daria o trabalho de acordar vivo no dia seguinte.

- Meu Deus apaga essa luz, o céu, sei lá. - Liz reclamou rouca enquanto colocava um travesseiro sob o rosto. - Que dor, quanto sofrimento, socorro.

Ri da situação da morena e abri a gaveta procurado alguma cartela de remédio, logo puxando o que parecia ser uma caixa de paracetamol, finalmente criando coragem pra me levantar.

- Quer remédio, cachaceira? - Olhei Liz que ainda se escondia no travesseiro e amaldiçoava alguma coisa, enquanto jogava uma sequência de palavrões em frases meio desconexas, mas levantou o braço e fez um jóia com a mão.

°°°°

14h52 da tarde

Apenas Um Olhar - JoesarOnde histórias criam vida. Descubra agora