Em meio a névoa

Cap. 3

Não demorou muito até chegarmos ao local, uma casa que não chama muita atenção, com um celeiro enorme ao lado. Desse celeiro, eu ouvia gritos e barulhos muito alto, Sebastian me guiou ate a casa e abriu a porta.

- Senhora, cheguei com a vampira que me mandou procurar. - assim que ele disse isso, 3 vampiras apareceram rápido, sorri assim que vi a cara que elas fizeram quando me viram, elas eram lindas, mas com certeza não dava para comparar, e elas perceberam isso.

- Bem vinda a minha casa, sou a Maria. - a do meio disse, as duas que estavam com ela saíram assim Maria lhe lançou um olhar sugestivo.

- Sou a Aurora, é um prazer estar em sua casa Maria, muito obrigada pelo seu convite. - falei ainda sorrindo - Sebastian me contou muitas coisas sobre a senhora, e para que não tenha uma ideia errada sobre mim, garanto que não quero suas terras.

- Oh claro, Sebastian é realmente muito prestativo - disse em um sorriso sarcástico, Sebastian suspirou triste ao notar o tom de Maria, eu olhei para ele e respondi séria.

- Imagino que sim, ele é um ótimo rapaz, merece sempre tudo de melhor que o mundo pode oferecer. - Sebastian me olhou e sorriu agradecendo.

- Certo, o que te traz até aqui então senhora Aurora ? - Maria pergunta num tom bravo, aparentemente não gostando da maneira como lhe respondi.

- Vim conhecer o Texas, me falaram que aqui é um lugar muito bonito de se visitar, e até agora eu tenho que concordar, realmente é um lugar impressionante.

- Sim, por isso aqui tem muita briga por terras, claro que ninguém pode comigo e com meu Major. - Maria disse e Sebastian se encolheu um pouco, eu suspirei.

- Imagino que sim, isso até achar alguém que esteja decidido ter suas terras e ser mais forte que você. - Maria me olhou com ódio e eu apenas sorri a ela.

- Tal ser já é uma pessoa morta assim que decidir ir contra mim.

- Oh claro, imagino que sim querida - sorri sarcástica.

Sebastian que estava vendo o clima, pra aliviar, pigarreou e disse.

- Onde está o Major minha senhora?

- No celeiro treinando os novos soldados que chegaram, em falar nisso Sebastian, tem umas pessoas separadas no celeiro, para dar um fim à elas, o Major faria isso, mas está ocupado treinando os soldados.

- Mas porque tenho que mata-los ? - Sebastian perguntou.

- Eles não me servem de nada. - Ela respondeu friamente, sem um pingo de remorso ou algo parecido.

Sebastian então me olhou, e eu vi em seu olhar, que ele agora, acreditava em mim, que ela era um ser sem remorso, ele faz um pequeno movimento com a cabeça, simbolizando que ele aceitava a minha oferta.

- Adoraria conhecer o celeiro e os seus soldados se me permitir Maria. - falei.

- Claro, venha ver os meus troféus, mas já aviso, se olhar com segundas intenções ao meu Major, coisas ruins pode acontecer, sabe, acidentes acontecem não é ? - ela me diz sorrindo, eu peguei em sua mão para fingir simpatia, com o propósito de ver seus pensamentos.

E ainda pior ver as coisas na cabeça dela, é um ser doente por poder, não sente amor a nada, por um momento enquanto ela falava ate acreditei que ela amava o tal Major, mas nada, só poder, muitas coisas me chamou atenção nos pensamentos dela, inclusive os vários homens que ela enganou e depois descartou, ela faria isso com o major e Sebastian também.

- Não tenho pretenções nenhuma com o seu Major senhora Maria.

Dei passagem para ela passar por mim e abrir a porta para sairmos, andamos até o celeiro, com Sebastian ao meu lado calado.
Quando Maria chegou em frente ao celeiro, olhou para Sebastian, que imediatamente abriu a porta para ela, ela entrou e ele falou baixinho só para mim.

- Minha mãe me ensinou a ser um cavalheiro, mesmo com a mais víbora das mulheres. - eu sorri e concordei com a cabeça, entrando logo em seguida.

O celeiro tinha um cheiro forte de sangue, se eu não tivesse me alimentado antes de ir a festa do Conde, eu estaria com muita sede. Tinha um canto com muitos mortos, e no meio, vários homens e mulheres sentados olhando dois homens em pé, que aparentemente estavam lutando.
Maria chamou pelo Major e ele que estava de costas para gente respondeu.

- Ja vou. - então ele falou mais alto. - Vamos dar um tempo no treino, eu ja voltarei.

E ele virou e veio ate Maria sem ao menos me notar, Maria então falou.

- Jasper, essa é Aurora, uma visitante.- Assim que ela fala, ele me olha, meu mundo para.

Eu poderia ate dizer que meu coração voltou a bater, se isso não fosse impossível, nunca tinha sentido algo assim, eu finalmente entendi o sentido pelo qual nasci, morri e voltei nessa nova vida. Ele é o meu companheiro pelo qual eu tanto procurei, e pelo jeito que ele me olhava, eu sabia que ele também percebeu isso.
Ele é absolutamente lindo, antes dele, eu não acreditava em um céu e inferno, achava que os humanos tinham a necessidade de acreditar em algo maior para justificar os seus erros e acertos.
Mas assim que o vi, eu soube.
Em meus 245 anos, nunca vi algo tão lindo, nenhuma pintura poderia ter detalhes tão magníficos, nenhuma escultura poderia retratar uma pele tão sem defeitos, tinha que existir um Deus para ter feito algo tão perfeito.
Maria pigarreou, claramente brava com os segundos em que ficamos em silêncio.

- Perdoa-me senhorita, me chamo Jasper Whitlock. - Disse me dando a mão.

- Prazer Major, me chamo Aurora Scamander. - Respondi enquanto entrega a minha mão.

Assim que o toquei, eu vi tudo sobre ele, seu passado, suas angústias pelas coisas que fazia, pela tristeza que sentia, quando o dom dele fazia ele sentir as coisas que todos sentiam, mas ele fazia por achar que amava Maria, por ela, e agora, vi que ele sentiu o que eu senti, percebeu ali que não a amava, nunca amou, ele sentiu o mesmo fascínio que eu senti, ele sentiu a minha felicidade com o seu dom, e vi a excitação que inundou ele assim que eu o chamei de "Major".
Eu sorri vitoriosa, pela primeira vez, eu achei a razão pelo qual lutar.