Herdeiro De Nada

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  Era uma vez, uma terra onde tudo acontecia. Um lugar onde os contos começavam e terminavam, o tempo todo. Porém, a ambição humana trouxe a ruína para essa terra. Até o verdadeiro mal aparecer, fazendo todos os povos se juntaram, e lutaram nas maiores batalhas das suas vidas. O bem venceu, mas os resquícios ficaram .

Capítulo - 1

  Era fim de tarde no Reino de Betel. Parte da família real estava na varanda da torre mais alta do Castelo. Cailon observava o sol se pôr, enquanto escutava sua mãe tirando uma das várias dúvidas vindas do irmão mais novo, Tailon.

Cailon observava em pé, o reino e seus grandes campos de trigo.  O leve calor do sol tocava em sua pele, dando uma leve sensação de paz.

- Mamãe, porque os passarinhos voam, e nós não?
Cailon virou-se para observar a conversa entre sua mãe e seu irmão Tailon, que estava fazendo a pergunta.

Tailon era uma criança muito curiosa, e chata aos olhos de Cailon. Quando Tailon ouvia novas histórias, sua curiosidade só almentava. Em seus sete anos de idade, ele já conhecia quase todos os contos.  Assim como a sua mãe, ele possuía cabelos loiros. Ele era baixinho e magrinho.

- Tailon, já respondi isso para você, os pássaros possuem asas, e nós não.
Respondeu a sua mãe, com paciência.

Cailon amava sua mãe, ele a admirava. Porém, ele pouco sabia seu passado como princesa. Mas ela tinha várias histórias como rainha, entre uma delas, Cassia na época era rainha de Teardrop, ela junto de alguns reis e seus exércitos lutavam na grande batalha das sombras. Em um momento, quando para todos  tudo estava perdido, ela apenas chorando, ressuscitou todos os mortos no campo de batalha. Então, ela ficou conhecida como a Rainha Que Chora.

Nos dias atuais da sua vida, ela governava o reino do seu marido, enquanto ele estava em uma busca misteriosa. As vestes que ela usava eram sempre exuberantes. Seu longo cabelo loiro que vinha até a cintura, possuía várias tranças. Cailon e Tailon, herdaram a mesma cor de cabelo vindo sua mãe.

- Mãe, esse fedelho não fecha a matraca por um segundo.
Disse Cailon com impaciência.

- Ele tem dúvidas, isso é normal para idade dele.
Disse ela, enquanto colocava a mão no ombro de Tailon.

Quando, rapidamente uma das damas de companhia da sua mãe, entrou ofegante.

- Majestade, os reis e seus exércitos se aproximam do seu reino.
Falou rapidamente, enquanto se ajoelhava.

-Muito obrigada por avisar Dorotéia, já estou indo ao encontro deles.
Disse a rainha Cassia, se levantando da cadeira que estava sentada.

Cailon voltou a olhar pela varanda, e viu seu pai e os outros reis aliados, todos passando pela ponte levadiça, enquanto cavalgavam lentamente. Cailon observou os soldados que vinham atrás, carregando alguma coisa com algum longo pano cobrindo. O seu pai havia partido em viagem fazia três meses, Cailon sentia muita falta dele.

Os dois irmãos saíram correndo, passando da sua mãe.

-Garotos , cuidado para não caírem pelas escadas.
Gritou sua mãe, tentando acompanha-los na longa escadaria estreita. Enquanto ela levantava parte do seu vestido para facilitar em sua caminhada.

Os guardas abriram o grande portão de madeira da sala do trono, e gritaram ao mesmo tempo "boas-vindas para as grandes altezas reais".

Os quatro reis entraram na grande e majestosa sala do trono. Cailon percebeu um semblante triste vindo do seu pai. Tailon chegou primeiro, e abraçou seu pai.

-Papai, estava com muita saudade.
Falou Tailon abraçando seu pai, que estava vestido com uma elegante armadura real.

Cailon pensou em também abraçar seu pai, mas teve a conclusão que não seria uma atitude certa, demonstrar carinho, logo ele que seria um futuro rei.

Aquilo Que É MeuOnde histórias criam vida. Descubra agora