Sem Direção

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  Cailon tentou reconhecer aquele lugar, lembrou que já havia feito uma caçada por lá. Ele decidiu caminhar, mesmo com fortes dores no corpo, e sentindo muito frio. Em sua caminhada, ele ouviu o som de alguns pássaros da noite, assim com o som das cigarras e dos sapos. Ele não tinha nenhuma direção, e nem sabia para onde seguir em meio aquela floresta. As copas das árvores balançavam, fazendo um som de folhas balançando. Em meio a sua caminhada, por vezes passava uma rápida ventania gélida.

Cailon se sentia confuso, porque os aliados do seu reino o traíram? porque ele foi deixado no meio do nada? será que seus pais tinham morrido? Como estava Tailon? Todas essas perguntas faziam ele ficar angustiado, assim como as lembranças das cenas do jantar.

Em meio a várias árvores, ele viu uma leve fumaça, vindo do meio delas.  Então ele decidiu correr em direção da fumaça. No caminho, ele pisou em espinhos, e quebrou duas unhas do pé em uma pedra. Mas ele finalmente conseguiu chegar até lá. Chegando lá, ele enxergou uma simples casa, feita de madeira. Ele se aproximou da porta, e deu várias batidas.

-Porfavor, alguém abra essa porta, eu sou o príncipe Cailon, estou precisando de ajuda.
Disse Cailon, quase sem forças.

Ele ouviu alguém caminhado,fazendo o chão de madeira ranger.

- Quem é a essa hora da noite?
Perguntou uma voz grossa.

-Eu sou o príncipe Cailon.
Disse com ansiedade.

-Olha só, não é hora para...
Falou um homem, enquanto abria a porta.

Devido ao escuro, Cailon não conseguia ver o rosto do homem, apenas via o corpo meio gordo e as vestes de dormir. O homem olhou Cailon de cima a baixo.

-Venha para dentro.
Disse o homem mudando o tom de voz. E puxando Cailon para dentro da casa.

O homem levou Cailon até a beirada da lareira.

- O que aconteceu com o senhor?
Perguntou o homem, que devido ao fogo, era possível ver o rosto, quase que perfeitamente. Seu rosto era redondo, quase sem cabelos, e tinha uma longa barba.

- Eu fui tr....
Disse Cailon, porém sua força começou a desaparecer do seu corpo.  Levando ele a desmaiar.

Quando Cailon abriu os olhos, ele se viu deitado em uma cama em um quarto pequeno. O sol passava da janela de vidro, e refletia em sua cama. Ele retirou o lençol que cobria seu corpo, e viu que seus machucados estavam com cascões. Ele estava vestido com um pijama longo. Cailon tentou levantar da cama, mesmo sentindo muita dor no corpo e na cabeça. Então ele tentou pisar no chão, que era feito por tábuas de madeira, e viu que o quarto que ele estava também era feito desse material.

Ele começou a caminhar pela casa, quando ele foi olhar para o outro quarto , viu o homem que havia lhe acolhido, já morto. Cailon tampou seu nariz e sua boca com sua mão, o grande cheiro de podre lhe trazia ancia de vômito. Observando aquela cena, Cailon viu um machado cravado na testa daquele homem. Moscas pairavam por cima daquele corpo.

Cailon foi andando pelo resto daquela casa, chegando na pequena cozinha, ele viu sinais de uma briga, algumas cadeiras estavam quebradas. A porta dos fundos estava aberta, ele foi caminhado para fora. Chegando atrás da casa, ele viu um cavalo vivo, preso por uma corda. Na mesma árvore que o cavalo estava amarrado, ele viu um punhal enfiado na árvore. Olhando bem, Cailon viu que aquele punhal estava segurando um pergaminho.

Cailon se aproximou devagar, e retirou o punhal e o pergaminho da árvore. Abrindo o pergaminho, ele leu o que estava escrito.

Sua nova verdadeira majestade, sou um mero servo fiel seu. Esse infeliz lenhador, queria lhe entregar para o novo "rei" de Betel, Viktor. Todos acham que você morreu, e vejo essa situação como uma opurtinadade perfeita de você agir contra essas víboras traidoras. Recomendo que você procure a base dos Caçadores, e se torne provisoriamente um membro deles, tenho grandes planos para você. Lembre-se quem você é, lembre-se daquilo que é seu, mas por agora não fale para ninguém quem você realmente é.

Em breve você saberá quem eu sou.

Terminado de ler, e sem quase acreditar, Cailon sentia uma raiva sem limites em seu coração. Em uma mão ele segurava o punhal e na outra o pergaminho.

Sem pensar duas vezes, ele decidiu que procurar os Caçadores seria a melhor decisão. Cailon já havia ouvido falar dos Caçadores, sobre como homens e mulheres, lutavam contra a injustiça. Mesmo que aquela carta fosse suspeita, era o único rumo que ele poderia seguir no momento.

Cailon voltou para dentro da casa do lenhador, vasculhou a casa em busca de alguns itens. Lá ele conseguiu achar algumas moedas. Cailon vestiu uma das roupas do lenhador, que estavam em um baú. Também achou uma capa, e vestiu. Mesmo sentindo fortes dores, Cailon partiu no cavalo.

Desde criança, Cailon havia estudado vários mapas. E conhecia quase todos caminhos que levavam os reinos. Ele seguiu em uma longa viagem, sem nenhuma pausa para descanso. No caminho, ele sempre cobria seu rosto com o capuz, para que ninguém o reconhecer. Ele cavalgou por campos de pasto e vilarejos, por um dia quase que inteiro. Então no fim do dia, ele chegou na cidade de Damasco, onde ficava a famosa base dos Caçadores. Chegando, ele observou que era uma cidade pequena, onde algumas pessoas olhavam para Cailon, com curiosidade.

Ele sentiu que suas coxas tinham várias assaduras, devido a sua longa viagem no cavalo.

Enquanto cavalgava em uma das ruas da cidade, dois homens com armaduras de aço verde, os dois usavam duas lanças longas.

Os dois vinheram falar com Cailon.

- Auto lá forasteiro.
Disse um dos homens, levantando a mão dando um sinal para Cailon parar.

- O que você quer nessa cidade?
Perguntou o outro homem.

- Quero ser um caçador!
Respondeu Cailon, em um tom sério e decidido.

- Você é bem louco...digo...corajoso.
Disse o homem magro.

- Você está falando com dois caçadores.
Disse o outro, em um tom de entusiasmo.

- Venha, vamos levar você até a base dos caçadores, lá você vai receber seu devido treinamento.
Disse o caçador entusiasmado.

Então, Cailon seguiu os dois caçadores.

No meio do caminho, um dos caçadores perguntou.

- Desculpa a pergunta, mais qual é seu nome?
Perguntou um dos caçadores.

Cailon pensou bem, pensou sobre sua promessa de sempre falar a verdade. Porém, a situação que ele estava não era das melhores.

Respirando fundo, Cailon respondeu...

- Meu nome é Justiça.

CONTINUA...

Aquilo Que É MeuOnde histórias criam vida. Descubra agora