Segunda Mente: Jade D. Marco, o furo no universo.

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  23 anos, olhos azuis, cabelo castanho, com sardas no rosto que não passam da linha do nariz. Essa é Jade D. Marco, que nós encontramos deitada em seu quarto repousando. Mas este longo sono de aproximadamente 5 horas, tem de acabar e vamos dizer que não da maneira mais calma e cautelosa possível.

  Sinto meus cabelos, minhas unhas, orelhas e mãos, cada parte do meu corpo está submersa em um grande oceano, eu quero gritar, eu preciso enxergar, o que é esse som que clama por mim ao longe? Fica se repetindo e mudando de posição, não pareço presa, mas não consigo parar de me debater, por que meus olhos não se abrem? e...

  O QUE DIABOS É ESSE SOM INFERNAL?!

  Um grande bum se ouve do apartamento abaixo, Jade cai no chão se reerguendo rapidamente e quando dá de cara com o relógio já são...

  12:30! EU VOU ME ATRASAR! Saio correndo até meu guarda roupa, tiro minhas vestes e começo a me trocar, pego minha camiseta social de manga curta,  minha calça social preta e calçados sociais, no frenesi vou para o banheiro, onde escovo os dentes da maneira mais rápida, mas, ainda mantendo uma boa higiene. Saio de lá e vou indo até a porta, pego meus óculos e o colar da minha tia que eu havia deixado na primeira mesa que vi (uma mesinha que ela mantém no meio do corredor simplesmente por não ter mais espaço), saio do apartamento, tranco a porta e disparo em uma corrida descendo três lances de escadas.

  - Burra, burra, burra, é muita bebida para um corpo tão pequeno! - Desço as escadas enquanto bato na minha cabeça para ver se ameniza a dor maldita da ressaca. -

  Ao chegar no hall de entrada do prédio, corro para fora e vejo meu ônibus estacionar, acelerei mais um pouco e com muito esforço cheguei a tempo. Fui a última a subir, com o motorista quase fechando a porta na minha cara. Indo pagar a passagem o motorista olha bem para mim e diz:

  - Da próxima eu não vou esperar, ou talvez nem seja eu a passar por aqui, então lembre-se de acordar mais cedo.

  Eu reparei um pouco mais no motorista e o desgraçado é Charles Wolfgang, um antigo vizinho que eu odiava, vivia com um rosto fechado e sério, sempre com a melhor postura possível. Se bem que a filha dele era uma gatinha né. Mas voltando ao assunto, olhei para ele e dei o dinheiro com um sorriso forçado e áspero. 

  A passagem até o centro é três dólares, por pouco não me sobra dinheiro para o almoço, imagina que mico, chegar atrasada no primeiro dia de trabalho e ainda por cima passar fome, tudo isso por causa de uma noitada exagerada... tenho que parar logo com esse vício.

******

   Desde que eu era pequena vivo olhando pela janela do carro a vida lá fora e hoje em dia fico me perguntando se não existe algo mais incrível ou inusitado que eu deva experienciar, agora que finalmente consegui me tornar uma jornalista "grande" tomara que eu consiga alguns fatos interessantes e únicos, claro que um furo de reportagem não vai cair no meu colo, mas quem sabe só por olhar um pouco mais o lado de fora, eu não ache um furo no universo...

  Ao sair do ônibus Jade respirou fundo e ouviu dois jovens conversando no ponto em que descia.

  - Maluco, tu ouviu sobre aquele lance dos desaparecimentos?

  - Pior que nem vi mano, o máximo que fiquei sabendo foi o caso da Jenny. 

  Nisso eles embarcam no ônibus e seguem suas vidas.

  Espera um minuto, desaparecimentos? Será que é o caso das garotas da escola Angels?  Me parece interessante, acho que eu deveria dar uma olhada mais a fundo. Mas de qualquer forma, eu preciso ir me apresentar, e bater o meu ponto.

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⏰ Última atualização: Jul 03, 2021 ⏰

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Contos de uma mente insana.  Primeiro capitulo: RessureiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora