Capítulo 15: Astéria

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Astéria¹ havia acabado de cair na terra, estava feliz por finalmente poder encontrar seu amigo de longa data. Agora ela tinha uma forma humana porém não estava acostumado com a gravidade, em todo momento caia sem motivo aparente como um bebê que começava a andar. 

Ela tinha uma missão e não fazia ideia de como a cumpriria, já que não pensou muito sobre isso quando o momento de descer havia chegado. Sua aparência agora era de uma bela jovem de vestes branca esvoaçantes, mas antes disso ela era apenas uma estrela solitária de um brilho forte e intenso que passava todos os milênios apenas sendo o que era. Quando se vive muito tempo no meio de tantas outras igual a você sua existência acaba se tornando trivial, já que havia tantas delas no universo. E foi assim ano após ano, século após séculos sem ser notada ou apreciada.

Em uma bela noite de luar um mortal elevou o olhar em sua direção, esse fato não era nada espetacular já que isso acontecia as vezes, mas se pensarmos na quantidade de estrelas existentes e visíveis é impressionante o fato se ser escolhida. A surpresa maior foi que esse mortal não só a fitou como também a procurou todas as noite, e a escolheu para ser sua estrela particular e confidente.

Lan Xichen um mortal afundado em sofrimento conversava todas as noites com a estrela que escolheu para si, falava diariamente com toda sua alma sobre seus arrependimentos e dores, falava de seus medos e desejos. E não apenas falava como suplicava a volta dos que se foram e desejava que dia pudesse ter um pouco de alívio e felicidade. 

Astéria se tornou sua amiga e ouviu tudo que estava em sua alma e coração todas as noite até mesmo naquelas que ele não dizia nada. Ela queria poder ajuda-lo de alguma forma, mas ela era apenas mais uma estrela insignificante condenada a viver e morrer desse modo. Após assistir por tanto tempo o sofrimento daquele homem que não merecia passar por isso, Astéria rogou por qualquer entidade imortal que pudesse ajudá-lo de alguma forma, ela já não suportava vê-lo sofrer e temia por sua vida, rogou sem descanso mesmo sem saber se alguém ouviria. A Deusa da Lua percebendo seu empenho por causa de um simples humano se comoveu com a pobre estrela e interveio a seu favor, e em uma noite de lua cheia cantou.

Em uma noite Astéria cairá 

Um desejo será feito e um desejo realizará

Poder te concedo para que possa concretizar

E no final para céu deve retornar.

E assim aconteceu em uma noite de lua cheia aquela pequena estrela caiu deixando um rastro de luz no céu, antes que chegasse ao solo aquele homem fez seu pedido que ela atenderia de bom grado.

Ela não gostava do lugar que estava agora, tinha medo dos humanos, já que por muito tempo assistiu toda a maldade que eles eram capaz de fazer. Em suas andanças ela encontrou o céu refletido no lago e de alguma forma sentiu que seria um bom lugar para criar seu refúgio, a água não era como sua casa mas era bem parecido o que lhe trouxe um pouco de tranquilidade. Com o poder que lhe foi concedido a pequena estrela criou uma réplica da superfície com uma poderosa barreira que só apenas aquele que buscava seria capaz de atravessar, desse modo se manteve longe dos humanos. 

Mas ela ainda precisava encontrar Lan Xichen então de tempos em tempos ela saia em busca dele e quando achou que essa tarefa seria mais difícil do que imaginava eis que dia ela o encontra descansando ali perto, mal podendo conter sua felicidade por sua busca ter acabado. Uma de sua habilidade como de toda estrela era guiar humanos em seus caminhos, mesmo que Xichen não entendesse porque estava mudando seu caminho o cultivador apenas a seguiu sem se dar conta, assim que despertou do transe momentâneo ele se viu em um lugar diferente e peculiar notando a presença da jovem moça que não parecia ser uma ameaça.

Tentar o ImpossívelOnde histórias criam vida. Descubra agora