Flying Away.

Eve Park - Prólogo.

Eve Park.

Meu nome é Eve Park. Costumava a usar 'Polastri' de um antigo casamento, mas assim como tudo em minha vida, este mesmo não durou. Tenho 39 anos, trabalho na American Airlines há 7, e sou piloto já fazem 11 anos.

Meu trabalho foi concretizado após muitos acontecimentos. Acontecimentos esses, extremamente ruins. Depois de algumas coisas que quase me custaram um valor alto demais, no caso minha própria a vida, resolvi sumir.

Tomar essa decisão não foi algo fácil, e após decidi-la de vez por todas, tudo se dificultou ainda mais. Fatos me levaram a me reinventar completamente, reconstruir minha vida do zero. Ou eu começava a me reconstruir, ou eu me perderia de mim, em todos os quesitos.

Por fim, me mudei. Inteira e internamente. De carreira. De personalidade. De aparência. Mudei de mim, e jamais seria a mesma de antes.

Após alguns anos em constante fuga interna e externa, percebi que essas mudanças foram mais do que necessárias pra mim, e hoje em dia finalmente poderia me considerar uma nova pessoa, porém ainda assim seria necessário me reinventar a cada dia. Novos países, novas línguas, novas pessoas...

O destino me fez perceber que nada é eterno, nem mesmo o 'eu' que você imagina construir. Tecnicamente falando, e cientificamente se analisando, destino é uma questão de fé, e não uma explicação lógica. Jamais pensei que eu teria fé, por me denominar uma pessoa cética desde o começo da vida, mas foi o destino que me fez chegar ao capítulo pelo qual me encontrava agora. Minha vida estava sempre em constante mudança, física e emocional, incluindo pessoas que por ela passavam.

Agora, sentada a frente um painel de equipamentos, prestes a atravessar mais uma fronteira, dando um passo enorme de cada vez, percebo que o amanhã é imprevisível, mas o que você faz no hoje te carrega para um futuro não tão imprevisível assim.

É fato. É consequência.

Tudo funciona assim: Um dia. Depois outro. E depois, fim.