Se Hana falasse que não sabia o que era amor estaria mentindo, mas se falasse que sabia o que era amar também estaria mentindo. Amor e amar são coisas diferente, que passam desapercebidamente por nossa vida conturbada, e não foi diferente com Hana e...
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∘Pov's Hana∘
— Hana !
Eu nem conseguia mais identificar quem me chamava, estava tremendo, meus olhos doíam, e a escuridão era tanta que não sabia se algo aproximava-se ou não.
— Hana !
Foi naquele chamado, que a imagem de Jungkook me procurando veio a minha mente. Eu não tinha forças para ficar em pé. Minha garganta doía por causa dos gritos, quem me dera poder chamar ele e ir embora logo.
— Hana, cadê você ? — Sua voz estava mais próxima — Eu sei que você está deprimida, que quer ficar sozinha, mas Hana, a chuva está forte — Fez um pausa — Sabe, quando nos conhecemos a doze anos atrás, eu tinha perdido meu pai e meu irmão, eles tinham saído em uma viagem — Fez silêncio — Naquele tarde branca, você me acolheu com seu abraço, mesmo nem me conhecendo... Hana, eu vou fazer isso com você, vou te abraçar todos os dias em que a tristeza vier, vou te consolar, vou te ajudar a se distrair...Eu te amo — A frase saiu como um sussurro, pude ouvir um resmungo baixo — Agora você pode ficar resfriada, se continuar aqui, e eu não quero te ver doente — Sua voz diminuiu o tom.
Mesmo que eu não pudesse levantar, ou sequer me mexer, eu congelei, senti meu corpo esquentar, eu não sabia qual sentido de amar foi usado na frase, mas aquilo me afetou de alguma forma.
— Hana, te achei — Foi como um sussurro em meu ouvido, ele pegou meus ombros, e me puxou para cima. — Hana, eu estava preocupado...
Só consegui assentir, e abraçá-lo, interrompendo qualquer frase que ele diria. Só suas palavras ditas aos ventos, haviam me consolado o bastante para poder voltar.
∘Dezembro 2008∘
Estava nevando, coisa rara de acontecer em dezembro, eu ainda estava de luto pelo meu cachorrinho, conseguia ouvir o rádio de uma lojinha tocar uma música baixa. Meu olhar foi direcionado a um menino sentado em um ponto de ônibus, que dava vista para o mar. Olhei para trás, meu pai e minha mãe entraram na lojinha do rádio, e eu me aproximei do garoto.
— Oi ! — Cumprimentei.
Ele arregalou os olhinhos ainda olhando para o chão, e se afastou.
— Ya, por que está assim ? —Minha pergunta foi intrometida, eu assumo, mas o que faria um garoto da minha idade sair de casa nesse frio — Ya, pode confiar em mim, eu não conto para ninguém. — Sussurrei querendo que só ele ouvisse.
— Como você me prova isso ? — Ergueu a sobrancelha, agora me olhando.
Ajeitei a toca rosa em minha cabecinha, e o olhei fazendo um biquinho pensativo.
— Não sei, você pode andar comigo... você estuda na Yeonje Middle School ?— Sorri
Ele balançou a cabeça concordando.
— Então você pode andar comigo para ter certeza. — Dei de ombros me sentando ao seu lado
Soltando um suspiro, ele levantou a cabeça e me encarou.
— Eu não te conheço, por que contaria algo particular ? — Bufou levantando
Me pegou. Eu encarei o chão ouvindo os passos dele para longe.
— Ya, pelo menos, me diga seu nome — Gritei.— O meu é Hana, Kim Hana
Ele parou, e depois de algum tempo voltou a andar. Não fiquei parada, corri atrás dele e o abracei. Ele havia congelado, conseguia sentir seu coração bater rapidamente.
— Aish, me solta, garota — gritou me empurrando. — para de ser chata.
— Você parece precisar de um abraço — Murmurei.. — me desculpa.
Minha expressão ficou triste, e então um silêncio se formou, mas logo o garoto suspirou novamente e voltou a andar.
— Aish, meu nome é Jungkook
E assim ele foi então, eu sorri.
∘Atualmente∘
No dia seguinte ao que nos conhecemos, eu havia procurado ele na escola, e depois de o achar, não larguei de seu pé por um bom tempo. Mas nunca soube o que aconteceu para ele ter ficado naquele ponto de ônibus, até agora.
Jungkook me apertava em seus abraços, e apesar do frio, apesar da chuva, apesar de tudo, meu coração acelerou novamente, um arrepio subiu por minha coluna, e então levantei a cabeça lentamente.
— Eu ouvi... tudo.. — O olhei sorrindo fraco — Você me ajudou muito falando aquilo.
— O que exatamente ? — arregalou os olhos me encarando
— Te amo — Sussurrei. — Eu preciso disso agora, alguém para me amar, e ninguém sabe melhor que você, o que eu sinto.
Seus olhos estavam vidrados nos meus, sua respiração batia em meu rosto, aquele imã de mais cedo nos puxava para mais perto. Minhas mãos tremiam, meu peito subia e descia rapidamente, meus lábios formigavam de ansiedade. Aquele, seria o nosso momento ?
Suas mãos subiram até meu pescoço, quando um raio se fez presente a alguns quilômetros de distância me fazendo abraça-lo mais forte.
— Você pretende parar a festa ? — Questionou me afastando e começando a tirar o paletó
— Não, não quero estragar a noite — Suspirei — Também, eu só saí para tomar um ar..
— De baixo da chuva ? — Ergueu a sobrancelha — Achei que você iria para o hospital — Colocou o paletó em meus ombros.
— Não quero chorar em público, vamos voltar para a festa, quero desaparecer a mente — Sorri fraco.
— Está bem.
Aquela chuva já estava mais fraca, o braço de Jeon ficou em meu pescoço todo o caminho de volta. Meu coração batia cada vez mais forte, e pensar sobre aquele quase beijo, me deixava arrepiada.
Novamente estávamos na entrada de casa, mas desta vez, Lisa agarrou meus braços arregalando os olhos.
— Minha Senhora Da Bicicletinha Sem Freio — Seu olhos estavam quase saindo da órbita — O que aconteceu com você ? Aish, vem vamos, retocar sua maquiagem...
