Parte I - Copa Mundial de Quadribol

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A Copa Mundial de Quadribol era um evento que se realizava de 4 em 4 quatros anos. Similar ao modelo trouxa do futebol. Com a exceção, de que a Copa do esporte do mundo bruxo datava de bem antes. Ainda no século XV. Nesse ano especificamente, o país selecionado para sediar o evento havia sido a França, mais precisamente, o interior ao extremo sul. E na final, estavam a Irlanda e o Brasil. A nação brasileira chegou ao final da edição de 2014, contra a Bulgária, porém, infelizmente perdeu, já que o apanhador Victor Krum capturou o pomo de ouro, assegurando o título para a seleção escarlate. No entanto, naquele ano, depois de 3 edições caindo nas quartas de final, a seleção canarinho encontrava-se determinada a levar o título para casa. Haviam garantido a vaga na final depois de uma disputa heroica contra a Alemanha numa partida ininterrupta de mais de 4 horas de duração.

A estrutura para comportar o evento era gigantesca. O campo em formato oval como era de costume, contendo uma medida padrão e demarcações tradicionais, os famosos três aros em cada extremidade, porém, o que se destacava das edições que o antecederam, era a sua arquibancada, que possuía um tamanho de assustar. Era a maior da história do torneio. Havia dezenas e mais dezenas de metros de altura. As suas paredes foram decoradas com as cores dos times e bandeiras lustrosas de quem iria disputar o título.

Os brasileiros compareceram em peso e a cada momento, chegavam mais e mais, não só do Brasil, como de todas as partes do mundo. Boa parte do imenso acampamento com dezenas de milagres de tenda em volta do campo de Quadribol, tinham as cores amarela e verde as decorando, ou enormes bandeiras penduradas do lado de fora tremulando ao vento. As brigas e provocações com os rivais eram cada vez mais comuns, em poucos minutos andando pelo lado da equipe sul-americana, era suficiente para ser bom bombardeado com diversos gêneros musicais tradicionais do país, outros tomando bebidas típicas, como chimarrão, a cachaça e a caipirinha, e ainda preparavam um churrasco que havia um cheiro incrível que de espalhava por dezenas de metros de distância, além de estrondosas gargalhadas, cânticos que vinham acompanhados de socos furiosos em mesas armadas do lado de fora das barracas, onde jogavam uma versão bruxa incrementada de um jogo trouxa muito popular chamado "truco".

Ao anoitecer o ar estava morno e preguiçoso, uma noite limpa, caia por sobre todo o local onde o jogo seria disputado. Proporcionando condições climáticas perfeitas para a disputa do esporte mais famoso do mundo bruxo. As dezenas de milhares de pessoas já se encaminhavam pelas trilhas demarcadas que levavam a diversas entradas do estádio e estavam iluminadas por lanternas encantadas, que lançavam luzes alaranjadas sobre os que passavam de forma quase ritualística.

Heloísa Gutierrez, no ponto mais alto, no camarote de honra, contemplava tudo abaixo de si fascinada. Os lugares se enchiam cada vez e não parava de torcedores por nem um segundo se quer. Havia duas alas curiosamente bem determinadas. Uma, menor e mais tímida e educada, mas nem por isso menos animada, nas cores verde, branca e laranja, que simbolizava a Irlanda. E a outra, maior e excessivamente animada nas cores verde e amarelo, que nem precisava dizer, era a torcida brasileira. Faziam uma acrobacia engraçada, de sistematicamente levantar o corpo do assento, colocar os braços para cima e entoar um "HOLA", fazendo uma espécie de onda as fileiras. Além disso, ressoavam um animado e alto "O CAMPEÃO VOLTOU" obstinado e sem pausa.

Ainda absorta por toda a atmosfera aí seu redor e sem conseguir tirar o sorriso do rosto um minuto sequer, de modo que suas bochechas começavam a doer, não percebeu uma aproximação que há vários anos, causava um certo rebuliço em Lica.

- E aí, Gutierrez? - Heloísa estremeceu só de escutar e de constatar de quem era a voz. Samantha Lambertini. Sua rival na escola. Virou-se dando um suspiro de insatisfação. O que causou um riso travesso em Samantha.

Assim que o cérebro de Lica registrou a figura de Lambertini, um arrepio correu por sua espinha e a de franja tentou se convencer de que era em virtude de todo o desprezo que sentia e não das pernas grossas e gostosas descobertas, ou do sorriso branco que a outra carregava no rosto.

Aconteceu na Copa Mundial de Quadribol... - LimanthaOnde histórias criam vida. Descubra agora