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---Barron

Depois daquela festa eu não voltei para casa, fui para a praia. Era um lugar que eu e minha mãe sempre íamos para conversar, mas agora é um lugar que eu vou para pensar.

(Sei lá... a Natalie... É diferente, diferente das outras garotas, ela n parece se importar tanto com fama ou grana. Ela lembra um pouco a minha mãe...)

Estava muito tarde, então fui pra casa mesmo...

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- Isso são horas de chegar em casa? O que sua mãe pensaria disso?

- Você pode por favor não colocar a minha mãe no meio disso, pai?

- Claro, né! Um covarde como você não aguenta ouvir a verdade!- Meu pai falava enquanto eu subia para o meu quarto.

Eu simplesmente odeio o meu pai. Eu tenho vontade de fugir daqui e não voltar nunca mais.
Toda vez que eu chego em casa ele fala coisas horríveis pra mim, faz eu me sentir culpado por existir.
Tudo que ele realmente se importa é o dinheiro. E agora, que ele perdeu o cargo, está ainda mais furioso.
Eu só queria a minha mãe do meu lado pra me aconselhar e me deixar melhor. Sem ela aqui eu estou perdido...
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Assim que acordei, me troquei, escovei os dentes e fui para a praia. Eu só queria esquecer tudo,  queria só eu e as ondas.
Era umas 5h da manhã, então praticamente não havia gente.

Enquanto eu estava lá, curtindo a vista eu vejo uma garota se aproximando... e adivinha quem era? A Natalie

- Olha só quem está aqui... pera, você tá fumando? Na praia?- Ela pergunta.

- onde mais eu poderia fumar?- pergunto e ela assente se juntando a mim.

Fica um silêncio... Não é possível ouvir mais nada além das ondas do mar se quebrando. Então eu resolvo começar uma conversa.

- Você deve estar feliz, né? Agora você praticamente tem o controle de um país!

- É... sei lá...Não muito- Ela responde deixando um silêncio de 10 segundos- Essa eleição mal acabou e agora eu já sei como vai ser o resto da minha vida...

- Como assim?- eu pergunto

- É que o meu pai faz parte de um cargo político, assim como o pai dele fez, e também como o vô dele fez... Acho que se eu não seguir isso a minha família vai enlouquecer, é como se...

- Como se estivesse dentro de uma bolha- eu falo cortando e ela assente- também passei por isso mas... fazer o que né...

*Ficamos em silêncio*

- a gente está parecendo muito aqueles adolescentes dos anos 70 que vivem usando drogas e ouvindo músicas bregas- eu digo fazendo ela soltar um riso- olha, te fiz rir. Então acho que isso significa 1 a 1 pra mim.

- Claro que não kkk e não fale como se nós fôssemos amigos, por que nós não somos- Ela fala com um tom debochado
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Enquanto conversávamos eu, Olhava pra rua e lá vi um carro, mas eu reconheci aquele carro, era o do meu pai.

- ahmm... acho melhor eu ir embora- eu disse

- ah tá bom, vou ficar pensando em planos de como te vencer mais uma vez- Ela respondeu e foi assim que nos despedimos.

Eu queria conversar um pouco mais com ela mas, ao mesmo tempo, não queria mais problemas com o meu pai...
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Chegando em casa...

- Onde você estava?- Meu pai pergunta assim que abro a porta de casa.

- Na praia.

- E estava sozinho? - perguntou fazendo eu engolir seco.

- hm...sim

- Até quando vai mentir pra mim Barron? Eu vi você conversando com a filha daquele infeliz. Você quer prejudicar nossa imagem andando com os nossos rivais?

- Eles nos convidaram para a festa. Não entendo por que tudo isso

- Você não percebe que era só pra jogar tudo na nossa cara?! Olha se eu descobrir que você está gostando daquela menin...

- E SE EU ESTIVER EM PAI? O QUE VOCÊ VAI FAZER? DEIXAR UM GAROTO DE 17 ANOS DE CASTIGO? VOCÊ NÃO PODE MAIS CONTROLAR A MINHA VID...

Ele me corta transferindo um tapa na minha cara:

- ENQUANTO ESTIVER NA MINHA CASA, VAI SEGUIR AS MINHAS REGRAS!!

Eu não tinha opção além de sair daquela porta frustrado.

Eu não estava gostando da Natalie, eu só queria enfrentar meu pai, pelo menos uma vez na vida queria fazer uma coisa que ninguém nunca teve coragem de fazer.

Romeu e Julieta, um pouco diferente...Onde histórias criam vida. Descubra agora