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Ozy abriu os olhos rapidamente e respirou fundo. Reclamou mentalmente por ter desmaiado novamente e se perguntou se tudo foi um sonho. Logo concluiu que era bem real. 

O veículo balançava e o barulho dos pneus na estrada mal acabada, fez Ozy concluir que já não estavam mais naquele prédio. Ozy se sentiu estranha no meio de  pessoas desconhecidas,   sentadas perto de si na caçamba pequena. Ela não conhecia ninguém... Além de Maria ao seu lado e o homem no canto, na direção contraia a ela. O ruivo que ela queria saber mais sobre.

— Está se sentindo bem? — Ozy voltou a si quando ouviu a voz de Seokjin,  até o momento não havia visto ele a sua frente. — Dormiu o dia inteiro. — Ele afirmou e Ozy fez uma careta vendo suas mãos algemadas novamente, mas dessa vez era uma algema mais avançada.

— Por que isso? — Ela levantou as mãos acima do joelho mostrando os punhos.

— Porque você não entende que não é para fugir. — Foi Maria que respondeu e era percetível o tom irritado em sua voz.

— Não somos os vilões, isso é só precaução. —  Seokjin parecia calmo como raposa.

Ozy se calou, na verdade, não tinha o que dizer no momento. Estava frio e ela sentia o vento forte batendo em seu rosto percebendo que não adiantava se irritar ou se opor aquilo, ela já estava com eles. As ruas naquela região eram mal iluminadas e Ozy estranhou eles estarem por lá. Era um carro só, que andava por aquele lugar. Na rua havia apenas pessoas estranhas, vestindo roupas estranhas e sendo estranhas. Ozy encarou o ruivo novamente, sendo pega no flagra quando ele a encarou.

Sentiu todo seu corpo tensionar e automaticamente Ozy ajeitou a postura. Não conseguia não olhar. Mas ele desviou a atenção encarando suas mãos e fechando a expressão. Parecia com raiva, Ozy queria saber o porquê. Queria só perguntá-lo e queria que ele respondesse suas dúvidas. Sua cabeça doía como se estivesse levado várias pancadas incessantes.

— Precisa descansar. — Seokjin falou simples e Ozy negou.

Ozy piscou ao passarem por um lugar bastante íluminado.  Ela observou as casas em formas desconexas e ficou curiosa com os locais interessantes que tinham na rua diferente. Não era elegante como na colônia dois, mas era mais organizado do que alguns bairros que Ozy viu na colônia três. Sentia-se curiosa em relação a tudo.

Pararam a camionete em um beco pequeno e todos se apressaram em descer, alguns nem ao menos disse algo antes de seguir  caminho desconhecido para Ozy.

— Vem. — Maria chamou a mais velha e as duas foram as últimas a descer do veículo.

O lugar com iluminações diversas fez Ozy sentir mais dor de cabeça. Yoongi saiu do veículo e  andou até ficar ao lado de Maria e Jin, mas nisso tudo, Ozy só se preocupava com o ruivo que andava apressado a sua frente, balançando o sobretudo longo e olhando para baixo. 

— Não fale com ninguém. — Maria pediu e Ozy estranhou sua fala assim como o ato de segurar seu braço.

Mas quando a porta de metal se abriu ela levou breve susto ao ouvir a música alta demais.  Os vários tons de roxo se fazia presente e as pessoas dançavam como se não houvesse amanhã. Maria não estava tão animada como queria, se sentia exausta da missão e exausta de toda a situação maluca em que se encontravam. O cabelo com apenas duas mechas em lilás, brilhava na luz  negra e Ozy se impressionou com o estilo da garota.

Pode-se dizer que agora Ozy estava mais calma. Sentia sua cabeça doer, mas toda aquela raiva que sentiu antes de desmaiar, foi embora, pelo menos ela pensava assim. Yoongi seguia observando Ozy, ela estava tão curiosa com tudo, como se nunca estivesse entrado naquele lugar.  Eles passaram pela lateral ao lado das janelas redondas e pararam de frente a um elevador. O ruivo colocou sua digital e a porta se abriu. Os quatro entraram no cubículo de metal, sem dizer nada e pensando em tudo. Cada um em seu mundo particular.

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